quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Vida eterna

Há quem acredite em vida para além da morte e há quem não acredite. Há quem tenha medo de morrer e por isso não pense no assunto ou pelo contrário, alimente a esperança de que esse medo seja inferior àquilo que o espera. Há quem anseie por esse momento e há quem o despreze, porque "nunca ninguém veio cá a este mundo dizer como é do outro lado". Este não é bem um assunto que me preocupe porque, se fosse suposto sabermos tudo, creio que Deus tê-lo-ia revelado na Sua Palavra. Portanto, aceito que depois desta vida começa uma outra, junto de Deus e que pela Sua Graça assim será. E descanso nisso, sem grandes questões, porque sou simplesmente amada e segura nesse Amor.
Mas há uns anos li algo acerca disto, já não me lembro bem onde, sei apenas que era a opinião do autor e que interpretei e guardei no meu coração desta maneira, porque achei lindo:

Morrer, é como nascer.
Durante 9 meses, mais coisa menos coisa (eu foi durante 8!) temos vida dentro da barriga da nossa mãe. Como embriões e fetos, essa é a única vida que temos e conhecemos. É quentinho, confortável, crescemos, brincamos (deve ser mais engraçado no caso de gémeos, sempre é mais animado), descobrimos coisas, comemos comidinha da boa, ouvimos música, vozes das mais variadas, leituras, e crescemos. E sobretudo, ouvimos a voz da nossa mãe. Um conforto. É bom, gostamos e não queremos outra coisa. Mas como crescemos, atingimos um estágio de maturidade em que não nos é mais possível ficar ali dentro daquele espaço, e então começa o trabalho de parto, altura de vir ao mundo, altura de nascer.
Como fetos, creio que esta é uma experiência verdadeiramente traumática. Temos medo, estamos assustados porque estamos a ir para qualquer lado, passamos por um espaço apertado, cá fora temos de respirar por nós próprios, que sufoco! E se não respiramos, ainda nos batem! Choramos. O que é isto?! Socorro!!!! Tudo é diferente aqui!!!!! Mas de repente, ouvimos a voz da mãe e reconhecemo-la imediatamente porque a ouvimos durante 9 meses... mais coisa menos coisa. E acalmamos. Que bem que sabe ouvir uma voz amiga, uma voz que nos ama e que sabemos nos vai mimar e estar connosco durante toda a vida.

Acredito que morrer é como nascer.
Morrer poderá ser um processo traumático também, mas quando chegarmos lá, aqueles que cá deste lado conseguiram ouvir a voz do Pai, irão reconhecê-la lá, imediatamente. E sentir-se-ão descansados e acalentados por tão grande Amor. O único amor verdadeiramente incondicional e eterno. Talvez por isso também, morrer não é acabar a vida, mas começar a Vida que realmente É.

Quem crê nisto nesta vida, ainda que seja chamado de louco é, de facto, abençoado.
Beijos a todos os que lerem isto.

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