terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Mais uma tarde





Esta foi mais uma tarde com as oliveiras, oliveiras parte III. Chegámos ao vale já eram 15,15h e quando eu disse no último post que o sol não devia de bater ali no Inverno, estava certa e aqui está a prova. 
Quem me conhece sabe que eu prefiro o Inverno ao Verão, estação em que o calor me tira toda a energia, e que me encanto com estes cenários de frio. Fiquei extasiada, ao descer a estrada íngreme, ao ver mantos brancos no chão e questionei-me se seria da geada da última noite. Ou das últimas noites, quem sabe? Tem estado tanto frio! Fui investigar e mesmo sem máquina fotográfica, pois a intenção era apenas terminar o trabalho que já tínhamos começado noutra ocasião registei este momento arrepiante no telemóvel. Para o penúltimo dia do ano, ficou provado o que o meu agricultor diz sobre o facto de o trabalho ser o melhor aquecedor que existe, por ser o mais natural, saudável e económico. E bem que as oliveiras nos aqueceram. Ele é que é sábio!

domingo, 28 de dezembro de 2014

Tarde de trabalho










Nem a paisagem linda que tínhamos à nossa frente nos tirou todo o cansaço que as condições do terreno nos deu. Mas quem ama a terra, ama, e cansa-se por prazer. 
Frio, muito frio. O terreno fica lá em baixo, num vale quase sombrio. Se o sol lá bate, bate por muito pouco tempo, porque até ao escurecer a erva ainda estava coberta de gelo. Frio, terreno em socalcos, erva escorregadia, cepas velhas sem podar há anos a provocar rasteiras escondidas no meio das ervas. O céu já fazia anunciar a mudança de tempo que aí vinha, talvez chuva para amaciar o tempo e amainar o frio, brrrr! 
A primeira fase do trabalho, há umas semanas atrás, consistiu em tronchar as oliveiras. O resultado do trabalho reverteria a nosso favor, ou seja, teríamos mais lenha para mais tempo ou para vender. Conclusão 1: como as oliveiras não foram tronchadas pelo pé, produziram mais rama para queimar do que propriamente lenha para aproveitar. Conclusão 2: quem ficou a ganhar foi a proprietária, que ficou com o terreno limpo, as oliveiras limpas e prontas a produzir em grande no próximo ano e nós tivemos o trabalho e pouco proveito.
Neste contexto, há quem nos chame de verdadeiros malucos. Neste contexto, há quem lamente o facto de moermos os nossos corpos em condições árduas para tão pouco proveito. Mas bom, do nosso ponto de vista, a paisagem, o ar puro, os pulmões impregnados de baforadas de ar frio, os corpos aquecidos pelo trabalho, os músculos puxados pela força da motosserra, pelo amontoar de rama para queimar e pelo empurrar de troncos socalcos acima, as queimadas controladas para deixar tudo limpo, as risadas à custa de escorregadelas e perseguições de troncos rebeldes, fizeram-nos chegar a casa cansados mas felizes. Porque em consciência, esta é a vida que escolhemos, esta é a vida que nos satisfaz, esta é a vida que nos permite estar em sintonia com a natureza e agradecer a Deus por ela e pela vida. 
Uns chamam-nos de loucos, nós apenas respondemos ao nosso chamado interior!
Hoje o dia reveste-se de corpo dorido e aconchego, porque o céu estava certo e amanheceu a chover. Sabe bem um Domingo descansado, a buscar outras inspirações na vida que corre demorada e sem pressa, à lareira, com a nossa atenção desperta para o próximo passo.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

O Natal não faria sentido sem ti, Jesus


Para aqueles que chegam a esta época numa atitude de azáfama mas também de reflexão, gostaria de deixar a mensagem que, na noite e dia em que celebramos o nascimento de Jesus, é importante relembrar que Ele levou de nós toda a culpa. Para aqueles que insistem em ser melhores, mas não conseguem, penso ser pertinente afirmar que santidade não é sinónimo de perfeição. Ser santo significa ter dentro de si a presença daquele que é Santo. Não podemos ser santos por conta própria, confiando nas nossas forças, mas podemos fazer escolhas que permitam a manifestação da santidade e da pureza em nós.
Para ser santo não é preciso ser perfeito, é apenas preciso não desistir de se emendar.
Feliz Natal a todos!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Coisas que tornam o nosso dia a dia mais feliz












Trabalhar e criar com as mãos. E observar atentamente a natureza. Aqui, a toutinegra passou uma boa parte da tarde connosco sem se importar com a nossa presença, como se fosse da casa ou melhor, do quintal. Uma coisa inspira-se na outra e em cada uma há uma mensagem feliz para o momento.
Bom fim de semana a todos.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Aaah pois é!



 Li no Instagram e não resisti a rir e a concordar com a frase abaixo.


Ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro é fácil.
Quero ver é criar o filho, regar a árvore e ler o livro.

Aaah pois é!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

É Natal, é Natal... lálálá...






Prepara-se o Natal dentro de casa com toda a serenidade que é possível diante dos afazeres da vida e de um miúdo de 8 anos que exige atenção, brincadeira e educação.
Mas no meio da festa que se prepara, há toda uma série de actividades que não podem parar, que fazem parte dos planos e da vida e que exigem igualmente muito de nós.









É com orgulho que exibimos as nossas verduras, renovando os votos de esperança que cada rebento promete. Cuidar da terra é realmente acreditar no amanhã e fazer por acontecer um futuro melhor. E sem dúvida que esta terra é cuidada com muito amor e dedicação. A semente é lançada à terra e entregue a Deus. Este é o segredo do meu agricultor. Ele é só o intermediário entre Deus e a terra. Mas um intermediário que crê, que provê e que vê a obra nascer e crescer. Um exemplo a seguir, muitas lições a tirar e no mais simples é que vemos o mais verdadeiro sentido da vida.
Como sempre, assim se vão fazendo os dias...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Texturas


Folha caída


Tronco cortado


Folha


Telhado em cimento da casa dos pássaros


Folha de serrote


Rasto de tractor


Musgo


Corrente de ferro


Tronco queimado


Tronco de oliveira

Texturas
Gosto do sentir que uma imagem transmite, gosto do adivinhar que a proximidade de um objecto pressupõe, gosto do acertar no nome do que vejo. Um objecto pode ter inúmeras interpretações, conforme o olhar que o capta, o momento que o percepciona e o sentir que o visualiza. Afinal, sempre ouvi dizer que um monte de pedras deixa de o ser, quando um único homem o contempla e vê nele um castelo... É assim. Cada um lhe dê o nome que quiser, cada um sinta conforme a sua capacidade. O objecto não deixa de ser o que é, sê-lo-á sempre, mas passará a existir de forma diferente consoante a maneira como é contemplado. E isso é belo.