terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Aqueduto dos Pegões - parte II











O ar e a terra húmidos, o frio, o céu de um azul intenso pintalgaldo de nuvens brancas e gordinhas, sempre me renovaram a energia e me deram alento para prosseguir. Assim estava este dia e esta tarde em que, já um pouco fora de horas devido ao cair do doa que se faz cedo nesta altura do ano, decidimos ir ao Aqueduto - parte II.
O Aqueduto tem duas mães de água visíveis e visitáveis. No final da segunda, lá ao fundo, para os lados do lagar, o aqueduto parece interrompido pela estrada secundária que serve de apoio aos terrenos vizinhos. Mas basta estar atento para perceber a continuação da estrutura poucos metros mais à frente. Invadindo pacificamente terrenos que julgo serem privados, percorremos a estrutura até àquilo que julgávamos o seu limite ou o seu início, rumo à nascente. Sem conhecermos o caminho, foi um andar por cima das pedras descobrindo paisagens escondidas e lindas, trechos mais ou menos bem conservados, caminhos limpos de propósito pela, viemos a saber da sua existência depois, Associação dos Amigos do Aqueduto dos Pegões. Boa, amigos, prossigam com este trabalho tão bonito!
O cheiro a verde intenso era uma constante, o frio também! Aliás, chegados a um pedaço do aqueduto, em que este apresentava uma fiada dos seus arcos enormes, passar por debaixo de um deles era como passar por uma arca frigorífica! Literalmente. O percurso foi depois interrompido por vegetação densa e bravia. Ali os Amigos ainda não tinha chegado. Mas não desistimos. Fomos caminhando por terrenos cuidados e com cuidado íamos nós, não fossem aparecer os donos. Valia-me a máquina fotográfica ao pescoço e o meu ar simpático para convencer qualquer proprietário de que éramos turistas acidentais mas com muita curiosidade de conhecer as particularidades da nossa terra. Por altos e baixos, algum desbravamento de mato, miradas dos pontos mais altos, lá nos situámos e encontrámos a continuação do aqueduto, onde nos colocámos para prosseguirmos com o nosso intento. Cada vez mais "perigoso", uma vez que os terrenos se aproximavam de uma aldeia se apresentavam cultivados e nós sujeitos a sermos vistos a qualquer momento. Mas tudo correu pelo melhor e a nossa visita em cima do aqueduto terminou ali, com o vislumbre da aldeia e os arcos outrora majestosos a anunciarem o fim do percurso. 
Tão perto do final e tão curiosos, fomos até à aldeia tentar saber mais, uma vez que eu tinha lido que o aqueduto nascia perto da capela. Sim, há de facto uma capela, mas... e o aqueduto? Cadê? Fui sem vergonhas à associação recreativa e cultural fazer as minhas perguntinhas de turista curiosa, que me foram respondidas por um senhor todo simpático e bonacheirão, que se via gostar falar daquele assunto. 
O que nos levaria ao aqueduto - parte III. Aquilo que pensávamos terminar ali, afinal tinha continuação. As nascentes não são ali, antes são uns 3km mais à frente, num percurso sinuoso e intransponível em muitos trechos. Bom, nem liguei à parte do intransponível, uma vez que, segundo o senhor, o percurso que já tínhamos feito naquele dia também o era e afinal proporcionou-nos umas boas horas de caminhada e vistas deslumbrantes no meio da natureza fantástica que Deus nos deu.
Estava então decidido: mais aventuras do aqueduto nos aguardavam!


segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Para esta semana: foco!





insisto onde e quando quero. persisto sempre que o coração me diz vai. não baixo os braços ao primeiro não mas não bato três vezes na mesma porta. luto com tudo o que tenho pelo que quero e pelo que acredito. ganho fôlego e força nos abraços dos meus. não deixo que me digam que não sou capaz e aprendi a saber escolher as lutas que valem a minha respiração. aprendo todos os dias, com todas as pessoas que chegam à minha vida, que – quando queremos ver - há luz em todos os lugares, em todas as pessoas, em todos os recomeçar(es). abraço muito. abraço sempre. nas pequenas e nas grandes coisas. com força e com esperança. com vontade de apaziguar, de aliviar, de devolver aos outros o verbo-fé:
acreditar.
daqui

 

sábado, 13 de janeiro de 2018

Aqueduto dos Pegões - parte I


Caminhos sempre me fascinaram. Aventuras que levam à descoberta, também.


Trilhos de caminhos de ferro antigos, trilhos pela floresta, casas antigas sempre exerceram fascínio e atracção sobre mim. Mas com a idade, esta coisa de levar a vida a sério e sem frio na barriga, que é uma chatice, muitos projectos interessantes vão ficando adiados e alguns até, acabam por nunca ver a luz do dia.


Já há muitos anos, muitos mesmo, que me intrigava o Aqueduto dos Pegões, aqui ao lado da minha cidade. A sua magnificência sempre me encantou, em qualquer momento do dia ou do ano, mas não me chegava.  


Aquele pedaço de pedra exposto para turista apreciar, não me chegava. Sempre me interessou saber a totalidade do seu percurso. 


Até onde ia, eu sabia. Aliás, faz parte da descrição da sua história, tendo sido este aqueduto construído para levar água até ao Convento de Cristo, abastecendo assim a população residente na altura. Mas onde nascia, apesar da pesquisa, eu não sabia exactamente.


Então um dia destes, munida de companhia, que isto de percorrer caminhos desconhecidos não é para solitários, pelos riscos envolventes, fomos visitar o Aqueduto. 


Com obras de reconstrução aqui e ali, que o desgaste já se vai fazendo notar, para além do risco de derrocada em alguns trechos, decidimos ir à descoberta.
De frente para o Aqueduto, fomos pelo lado esquerdo, aquele que leva ao Convento de Cristo.


Nestes dias curtos de Inverno o dia cai cedo, mas isso não nos desencorajou, antes nos brindou com uma luz fantástica... e um frio cortante, mas isso já são outros pormenores...


Pena parte do caminho ter sido queimado pelos fogos do Verão. Mas mesmo assim, ainda nos restavam pinheiras frondosas, vegetação densa, terrenos limpos e um aqueduto ainda preservado, embora danificado aqui e ali. Não mostrado aos turistas, porque sei lá por onde andámos, provavelmente por terrenos privados, mas preservado nalgumas partes ainda com a sua majestade antiga, com arcos gigantes no meio de nenhures.


Saberão as pessoas a riqueza que ali se esconde? Melhor, terão curiosidade acerca disso? 


Porque é com estas riquezas que a vida é valorizada. Não com o exposto para todos verem, não com o grande e bonito, mas com o escondido, com o que se descobre de surpresa em surpresa, com o que não se mostra para todos e que no fim, acaba por ser tão ou mais bonito que o "oficial". 


No fim do caminho, detivemo-nos por longo tempo, já quase não se via, a apanhar pinhões do chão, resgatando mais momentos da infância, quando ia com os meus pais e amigos para o pinhal e, enquanto os adultos preparavam o almoço, com sardinhas assadas e saladas, as crianças deambulavam pelo terreno a brincar, a saltar e apanhar pinhões. Comi muitos pinhões assim, nessa altura da minha vida.


E era tão fácil que, chegada à idade adulta, fiquei sem perceber o porquê deste fruto seco ser tão caro. Percebo agora que o seja, mas taaaanto? 


Concluímos que o aqueduto vai até certo ponto por cima da terra, e depois desse ponto prossegue debaixo dela até à Mata, onde encontra a Cadeira d'El Rey, grande tanque que recebia as águas transportadas pelo Aqueduto e que daí a conduzia até ao Convento, numa extensão daquele, que é possível ver enquanto caminhamos calmamente pela Mata, o pulmão verde da nossa cidade.


Bom, a verdade é que viemos para casa com uma mão cheia de pinhões e a barriga cheia de descobertas e aventuras pelo trilho percorrido.


Mas o bichinho da curiosidade ficou mais forte e ficou com ele a promessa de fazer a parte direita do Aqueduto, o Aqueduto - parte II, como lhe chamamos.


O mais engraçado é que, mal sabíamos nós, que a parte II ainda iria levar a uma parte III. Isto promete! :)



terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Boa semana a todos!




todas as árvores nascem do chão. mesmo as mais fortes e robustas.  é no chão que caminhamos, é do chão que nos levantamos e é do chão que conseguimos olhar para cima e ver todas as estrelas que (não víamos) e que só nos são certeza depois do perdermos o tecto.

Daqui