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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Casa







Quem me conhece, sabe que há uns poucos de anos que anseio ir morar para o campo. Há 5 ou 6 anos, não me lembro bem, pus o meu apartamento à venda, pesquisei, encontrei, negociei, tudo, só me restava que alguém o comprasse para eu poder comprar a casinha dos meus sonhos. As coisas não correram como eu desejava, e conformei-me, adquirindo novas formas de amar a minha casa. Novamente, há coisa de dois anos, voltei ao mesmo sentimento forte e voltei a pôr o apartamento à venda. A tal casinha dos meus sonhos já não estava à venda e encontrei outra. Novamente a espera saiu infrutífera. 
E hoje? Hoje mantenho o sonho. Mas aprendi a amar a minha casa. E percebo que, para onde quer que vá, é aqui que criei raízes, que já vivi o melhor e o pior da minha vida, de onde já saí e acabei por voltar. E amo-a. Por vezes desejo que não seja definitivo este amor, mas tenho, realmente, de ser muito grata pela casa que tenho. Muito arejada, muito luminosa, muito bem situada, com vista para o campo, de um lado e vista para a cidade de outro, e mesmo esta, com um jardim bonito e cuidado. Quando saio e regresso, sinto as mesmas emoções de há 21 anos atrás: a minha casa. A luz das diferentes estações, os cheiros dos dias, as pessoas que vão envelhecendo e outras crescendo, um pormenor aqui e ali que muda, mas o mesmo velho bairro onde me sinto em casa. Do lado com vista para o campo, é onde, afortunadamente, tenho a minha marquise, arejada no Verão e acolhedora no Inverno, de onde ouço o galo cantar a altas horas da madrugada, de onde ouço as ovelhas balirem, de onde vejo o vizinho a cultivar o seu terreno, transformando-o num jardim hortícola, com os seus sons próprios: o motor de rega, o tractor a fresar, os amigos que se juntam para a patuscada, um ou outro que pára para cumprimentar e trocar uns dedos de conversa. A minha casa. É aqui que vivo hoje. Com a graça de Deus.
E depois, convenhamos, qual é a casa que é abençoada com a visita de passarinhos que aqui ficam por horas? Ok, provavelmente muitas, mas deixem-se sonhar, está bem? ;)
E já agora, um feliz mês de Outubro a todos! :)

domingo, 12 de março de 2017

Na minha mesa, esta semana



Ovos caseiros, uma agenda, uma Bíblia (sempre) e um movo livro de receitas.
As pequenas maiores coisas da vida no seu melhor a interligar o que aparentemente não tem ligação entre si. É que é destes pedaços que a vida é composta.
Os ovos oferecidos por uma paciente da clínica, o livro lindo que me faz viajar pela fotografia e pela promessa de bons momentos à mesa, a agenda cheia de planos e a Bíblia, para me lembrar que nada disto é garantido e que só pela fé se vive e que de tudo, só o amor resta, mas enquanto durarem estes momentos e a consciência da sua importância, há que ser grata, sempre, a cada dia, a cada instante.
Bom Domingo a todos!



quarta-feira, 1 de março de 2017

Bem vindo, mês de Março!



Bem vindo, mês da Primavera, das flores coloridas, dos passarinhos bem dispostos, dos dias cada vez mais longos, do ar renovado e de todos os dias sob a graça de Deus.


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Tenho a varanda cheia de promessas :)










sábado, 14 de janeiro de 2017

... E já é fim de semana...










Pois, e já é fim de semana outra vez. Que bem que sabe esta pausa na rotina do trabalho diário. Tempo para observar melhor, sentir melhor, respirar melhor, viver melhor. É um privilégio ter esta possibilidade e esta capacidade!
Hoje foi dia de pôr o edredon a assoalhar - adoro esta palavra! - e perceber como as árvores em frente ao prédio já estão mesmo nuas. Não tarda, na sua eterna renovação, a natureza vai trazer de novo os rebentos e estas mesmas árvores vão encher-se de pontinhos verdes seguidos de pontinhas lilases que vão alegrar toda a rua. Adoro! Sinal da passagem das estações e do nosso passeio com elas.
A tarde põe-se rápido nesta altura do ano e o branco brilhante do edredon ao sol vai-se esbatendo para dar as boas vindas aos melros do fim do dia. Como eu adoro o som do canto deles! Às vezes sinto que vivo para esperar o fim da tarde e ouvir esta doce melodia que me encanta e enche de vida. Sério. É um passarinho que não tem gracinha nenhuma para mim - simplesmente preto com um bico laranja - mas tem cá um vozeirão que me deixa com todos os cabelinhos em pé :)
E ao som dos melros e dos últimos raios de sol, vou preparando a noite. Lençóis lavados, manta de lã na cama - que as noites frias pedem um aconchego extra, luzinhas numa lanterna podre de velha - literalmente, e o começo da noite faz-se de paz, de espera e de aconchego.
Não preciso de mais nada. Só de continuar assim...
E de tão bom que é, desejo-vos a todos um excelente fim de semana, cheio daquilo que faz feliz a cada um.


sábado, 5 de novembro de 2016

Novembro à porta, geada na horta




Há dias nostálgicos... como o de hoje. O tempo esteve cinzento, chegou a chover até, bastante, o trabalho correu bem, calmo, sem sobressaltos e a tarde caiu cedo. O facto de não ter a minha carracinha comigo hoje deixou-me meio sensível. Acredito que ele está bem, mas queria-o comigo e há alturas em que isto me afecta. Bom, em dias nostálgicos como este, o melhor remédio é inspirar, absorver o ar húmido e fresco do Outono e ir comprar mais lãs para continuar a mantinha. E chegar a casa e pôr a barriga no fogão a fazer doce de abóbora com noz. É nestes dias, em que parece faltar algo dentro de mim, que a cozinha me compensa e me dá os melhores pontos, os melhores temperos, as melhores combinações e os melhores resultados, portanto. E isso deixa-me feliz. Este doce de abóbora vai ter o sabor do Outono e o sabor da nostalgia acoplado, numa doce combinação de bons sentimentos, daqueles que, parecendo não tão bons, são apenas peças da vida que compõem o puzzle maior, belo quando visto no seu todo.


quinta-feira, 23 de junho de 2016

Isto a vida tem cá com cada coisa mais maluca... :)







Não entendo, sinceramente que não entendo, às vezes. Inato ou ensinado, lutar é algo intrínseco ao ser humano. Lutar, no sentido de alcançar o que desejamos, quero dizer. Isto no plano material, pessoal ou espiritual. 
E a verdade é que me habituei a batalhar por uma série de coisas ao longo da vida, de tal modo que, em alturas de crise os amigos faziam sempre questão de me lembrar para não desistir, que eu era dona da minha força e que conseguia chegar sempre onde me propunha. 
Certo. Ou não? A dada altura, dei por mim a não ouvir o eco dessas palavras dentro de mim. Dei por mim a não acreditar nisso. E não porque não fosse verdade, mas porque parei para pensar, observar a minha vida como se fosse um filme e cheguei a uma estranha conclusão: aquilo que de melhor me aconteceu na vida, aquilo que de mais importante me aconteceu, foi-me dado por ela! Eu não tive de lutar! 
Credo! Que impressão me faz escrever isto... Mas é a verdade. Daí a minha necessidade de abrandar dos últimos anos. Para escutar, para ver melhor, para apreciar, para atentar no essencial. E continuo a reparar que, aquilo que me é realmente necessário, me vem parar às mãos de graça - problemas incluídos ;). Deste modo, como não ser grata, sempre? Como não ter os meus "Domingos de gratidão" aqui no blog e outras coisas que tais? Oh Deus... 
Caramba, mas isto deixa-me um pouco confusa porque... O melhor mesmo é ficar passiva, tipo deitar-me à sombra da bananeira e esperar que a vida aconteça? Não! Isso é contradizer-me, porque isso não tem a ver comigo. Mas se luto pelo que quero, é quase como que uma luta em vão, pois se a vida me vier dar aquilo pelo que luto, para quê mexer-me? 
Bom, creio que há muita aprendizagem neste processo. Pelo menos tenho aprendido que a vida me tem dado essencialmente aquilo que preciso! Aquilo que quero, muitas vezes é-me dado de uma forma distorcida aos meus anseios, mas ainda assim, aproveito tudo da melhor maneira, por acreditar que o melhor me está a ser oferecido. Acima de tudo, permita-me Deus estar de bem com a minha cabeça e o meu coração. Algo que só o abrandar me tem permitido alcançar. E ver as coisas para além daquilo que está à vista. Afinal, já dizia o Príncipezinho que o essencial é invisível aos olhos... E sem dúvida, continuo a acreditar nisso e em que devemos treinar a nossa visão nas coisas que não se vêem. 
Vai daí que, quem sabe, em jeito de conclusão, a casinha no campo que tanto quero, ainda me vai ser oferecida, assim, como quem não quer a coisa, um dia destes... ;) Ahah, já que é para sonhar, porque não?!


quinta-feira, 12 de maio de 2016

Casa - um estilo de vida






Lá fora voltou a chuva e o cinzento. Regressou o chapéu de chuva, as botas também juntamente com os casacos quentinhos e os pés voltaram a consolar-se com a maciez das meias. Depois de uns dias de calor estival, que valeu à carracinha uma valente constipação, que depois me pegou a mim, o tempo voltou a trocar as voltas aos planos para as sementeiras e já nem sei bem o que pensar da produção deste ano...
Mas enfim, o verde reina na nossa bandeira e a esperança é o mote. Continuamos sempre a tentar fazer o melhor com aquilo que temos.
Cá dentro, no aconchego da casa e dos abraços que damos, a paz tenta dominar todos os pensamentos ansiosos e ser grata a cada momento pela vida.
Cá dentro, tiram-se borbotos das camisolas de lã, faz-se muito crochet e ponto cruz para alimentar a criatividade e a necessidade de cor, ajeitam-se as almofadas no sofá, faz-se a cama com dobras de amor nos lençóis, lava-se a roupa e deixa-se a secar no estendal para o vento e o sol fazerem o seu trabalho, preparam-se refeições com muito mimo, planeiam-se compras com sabedoria, muda-se a terra a vasos com flores prometedoras, sonha-se com uma casinha com terreno para poder pisar a terra com os pés nus no Verão e sorri-se por dentro, na certeza de que o presente é bom e na esperança de que o futuro venha a ser ainda melhor.
Cá dentro vive-se a casa. Sente-se o cheiro dos cozinhados e o aroma das limpezas e arrumações. Mudam-se objectos de sítio. Entram uns novos, saem os velhos, porque não se quer a casa para armazém mas para albergar aquilo que nos faz felizes.
Cá dentro, sinto-me em casa. E é para casa que a minha alma quer voltar quando passo algum tempo lá fora. Adoro sair. Mas o sabor do regresso é todo especial.
A casa, como um estilo de vida, tem honras de majestade na simplicidade do dia a dia.


terça-feira, 10 de maio de 2016

Felicidade pura











Foi no fim de semana. Choveu praticamente o dia todo. O vento voltou a soprar lá fora e as janelas da varanda tiveram de se fechar para ganhar em conforto cá dentro. O dia perfeito para me embrenhar em mais outro admirável mundo novo: o da flor do sabugueiro. Tinha razão em estar ansiosa para fazer o xarope/licor! Fiquei completamente fascinada com a cor, forma, textura e aroma da flor do sabugueiro. Não tive o privilégio de as apanhar, pois alguém o fez por mim na tentativa de me poupar trabalho com toda a boa intenção, sem saber que isso me iria frustrar. Mas poupei-me à tentação de fazer birrinha e atirei-me com vontade à tarefa de pegar nelas e fazer o que tinha de ser feito. A receita tirei-a daqui, de um senhor que muito respeito na lides culinárias e o resultado ainda estou para ver daqui a uns dias. Mas, para já, esta foi das melhores experiências que já vivi no reino das flores e do fogão. Bom, a verdade é que, para mim, praticamente todas são as melhores experiências, quando se trata de manusear a natureza e transformá-la em algo para beber ou para comer! O resto do dia foi passado no conforto da casa, a fazer crochet, arrumações, a ler, etc., enquanto a chuva caía lá fora, e veio a noite... e ainda podia sentir nos dedos o amarelo do pólen que caiu das flores, enquanto as sacudia, e podia ver florinhas espalhadas por todos os cantos da casa. Ao adormecer, vi-me envolvida num casamento de branco que as flores me evocam. Suspiro de prazer...

quarta-feira, 9 de março de 2016

Bom dia!






Dizem violentas as águas deste rio, mas nada dizem das margens que o comprimem.

Bertholt Brech



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

A coroa da discórdia


"Ai, Sr. Alberto, aqui a sua vizinha tem uma coroa que faz lembrar os mortos!", diz a senhora que vai levar o almoço todos os dias, e di-lo sem cerimónia alguma, já que se ouve cá dentro de casa. "Deixe lá, ela gosta..." - pois, é melhor o vizinho dar-me o benefício da dúvida, pois eu posso estar do lado de dentro da porta, a escutar :) Mas não é preciso estar a escutar, a senhora faz mesmo questão que eu ouça.
"Ai, podias ter misturado mais cores aqui..."
Ou "Até está bonita, mas a cor..." e por aí fora!

Não pode uma mulher fazer mais uma coroa para enfeitar a entrada, que é logo associada aos mortos! Quase todos os dias me é lembrado isso. E eu com vontade de dizer que tenham mas é medo dos vivos, que esses é que podem fazer mal. 
Definitivamente, não sou dada a superstições. Acho que o 13 é apenas o número que fica entre o 12 e o 14 e portanto, ele teria sempre de existir. Acho que os corvos e as serpentes são criaturas da natureza como qualquer outra, com a sua função própria, com toda a certeza. Acho que o roxo é uma cor linda, nos seus mais variados tons, que vão do lilás ao não sei quantos, que eu não sou muito dada a conhecer e a nomear todas as variantes de todas as cores existentes. Demoraria uma eternidade a fixá-las todas, pois todos os anos são inventados novos nomes para atribuir a este e àquele tom. O preto, a mesma coisa. Ausência de cor ou não, o preto é tão necessário como o branco e é tão cor como este. 
Bom, considerações à parte, a verdade é que me tenho divertido com todas as opiniões sobre a minha coroa. Nenhuma delas é positiva, mas que não deixa ninguém indiferente, lá isso é uma verdade! A minha querida coroa da discórdia, sendo eu a sua única defensora... 
E estejam à vontade, podem adicionar o vosso desagrado aqui também. Eu não me importo! E provavelmente vou continuar a divertir-me, perdoem-me...


domingo, 21 de fevereiro de 2016

Quando não chove em Fevereiro, nem bom prado nem bom celeiro







Neste mês do amor, os dias têm corrido sem pressas. 
Problemas não graves de saúde têm tornado o nosso ritmo mais lento, em casa e na horta. Mas, a avaliar pelo ditado e pelo tempo que se tem feito sentir, este ano iremos ter a despensa cheia! Pois chuva é o que não tem faltado. Entremeado com dias de sol, que nos carregam as baterias para continuar na luta com entusiasmo, este tem sido um bom Inverno para nós.
Mas já que este é o mês que antecede a Primavera, preparamo-nos para a sua chegada, fazendo limpezas, algumas mudanças, muita comida reconfortante, sem nunca deixar de sonhar acordados, mas conscientes da necessidade de sermos gratos por aquilo que temos e somos. 
Entre chuva e sol, os dias vão passando por nós, nós por eles, e a vida vai-se fazendo, um dia após o outro, em serenidade...