segunda-feira, 31 de julho de 2017

Bom dia!



« [Eu e a vida]
Sempre nos demos bem. Nunca disputámos brinquedos, nunca lhe gritei porque tinha fome, nunca lhe chorei porque arranhei o joelho, e jamais lhe pedi que se marcasse com um ponto final, porque sempre fui mulher de vírgulas.
 E lá íamos nós, eu e a vida, sempre seguras, sempre satisfeitas, sem nada a pôr nem a tirar. Ora a vida que me foi dada, deu-me a mim, também, muito do que tenho. Deu-me uma casa onde o chão se desenha em calçada, e os prédios se pintam em tons alegres que se preenchem do fado cantado com corpo e alma. Deu-me uma família que se alarga para além do sangue, dias azuis e mergulhos no mar, pastéis de nata, noites estreladas, bolas-de-berlim nas mãos, areia quente nos pés, pores do sol para acolher memórias, e manhãs de inverno para abraçar o dia. Mas acima de tudo, Quem me deu a vida, deu-me, também, a escolha de a fazer viver.»

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Quem tem amigos tem tudo




A tarde caía. Ventava imenso. O trabalho estava feito e era hora de descansar um pouco. Sempre que posso, aproveito para relaxar, criar boas memórias para mim própria. E a esplanada na zona ribeirinha convidava a sentar e a saborear uma bebida demorada. O vento continuava forte. Pousei a minha Country Living em cima da mesa e comecei a sonhar com um viver devagar que só quem procura a quietude pode usufruir. Na mesa em frente, um grupo familiar conversava animadamente. De várias faixas etárias, pressupus que alguns dos membros estivessem de férias e ali punham a conversa em dia. Na mesa ao lado, um casal, que supus ser de holandeses, conversava discretamente enquanto bebericavam a sua cerveja. E na outra mesa, um grupo de três mulheres que me fizeram ter orgulho na raça. Talvez todas com bem mais de 40, eram bonitas sem serem vistosas, cada uma com a sua especificidade e conversavam, concentradas umas nas outras e na conversa que desfiavam, como só as mulheres sabem fazer. Naquela mesa, o que vi foi aquilo que muitas vezes se lê por aí, que ir tomar café com uma amiga vale mais do que ir a um psicólogo e fica mais barato e outros pensamentos que tais. O que vi ali foi apoio, união, beleza enfim, tudo o que a amizade dá e a amizade traz. 
E eu ali, sozinha na minha mesa, na minha leitura, nos meus pensamentos, a observar com os olhos, mas a maior parte das vezes com o coração. 
Há quem deteste estar sozinho e considere um escândalo ir sozinho a um café. Eu adoro! Faz parte de mim e faz-me um bem danado!

sábado, 15 de julho de 2017

Bom fim de semana!









segunda-feira, 10 de julho de 2017

Não é fácil ser sim neste mundo não




A partir dos 40, muito muda... Depois dos 40, do meu ponto de vista, é a altura ideal para começar a fazer balanços. Porque já se viveu bastante e porque se pensa que ainda se tem outro bastante para viver. Porque já se viveram anos suficientes para aprender umas coisas e pôr em prática a sabedoria aprendida. É altura de dar importância às coisas verdadeiramente importantes da vida e deixar de lado aquilo que tira a energia, que não vale a pena e que não acrescenta nada aos dias. É altura de aprender a confiar e cada um terá o seu algo em que confiar - no meu caso, Deus - e prosseguir em fé e esperança. É altura de nos darmos valor e gostarmos daquilo em que nos tornámos, porque Deus, esse oleiro da vida, moldou-nos para sermos o que somos hoje, usando cada pedacinho de barro mais moldável ou mais duro, mas usando cada pedacinho para nos acrescentar e fazer crescer. Há quem fique deprimido com o passar do tempo. Há quem fique desgostoso com o processo de envelhecimento. Lido com muitas pessoas e sei do que falo. Mas não penso assim. Pelo contrário, tenho muito orgulho no passar do tempo e de poder usufruir do privilégio de passar por ele e aprender sempre algo novo todos os dias. E sei que, diante de todas as dificuldades da vida, há sempre uma base de sustentação que me faz permanecer a acreditar e a sorrir. Não é fácil. Claro que não. Há até quem me ache negativa, por vezes. É que, com os factos da vida, aprendi já que muitas vezes não é suficiente ser positivo, ou seja, acreditar sempre que as coisas vão melhorar. Mas há coisas que nunca vão melhorar! Isso é um facto. E diante dele, acreditar no contrário penso que não é inteligente. Ser positivo não é apenas acreditar que as coisas vão melhorar, é acreditar que NÓS podemos melhorar, independentemente das circunstâncias. E isso sim, é o verdadeiro desafio. Isso é ser sim neste mundo não. É acreditar que nada é por acaso, que tudo tem um propósito, que nós temos um propósito. E isso é lindo! É acreditar que muito do nosso mundo pode ruir, mas não somos atingidos de forma a cair, antes somos constrangidos a ficar de pé para a reconstrução. É acreditar que fazer exercício é excelente para manter o nosso corpo activo e ágil, ao invés de o fazer a olhar para as formas do corpo com ansiedade; é acreditar que amamos o que fazemos e de repente podemos ficar sem esse trabalho, mas haverá sempre alternativa; é acreditar que o ente querido que nos foi tirado foi para um lugar melhor e que nos deixou lições de vida que podemos aplicar na nossa própria até à hora do reencontro; é acreditar que somos suficientes em Deus e que temos dons para conhecer e pôr em prática, é acreditar que viver é mais do que existir, é acreditar muito mais além, que vale a pena cada minuto aqui, ainda que por momentos isso possa não parecer fazer sentido.


domingo, 2 de julho de 2017

Uma semana feliz!