segunda-feira, 31 de março de 2014

Um lanche especial


Mas onde tenho andado eu, que não conhecia esta flor do campo tão bonita? Diz o meu padeiro agricultor que cresce e prolifera como mato. Ai é? E eu não conhecia?! Imperdoável. Mas perdoei-me e prossegui na admiração em êxtase desta beleza. A sério, fiquei rendida.


Tenho sempre alguma relutância em arrancar as plantas à terra. Mas afinal, se elas crescem como mato, não faz assim muito mal trazer umas poucas para alegrar a casa, pois não? Eu creio que não. Porque foi tão grande o bem que estas poucas flores trouxeram à nossa mesa.


Alegria, é o que a natureza nos dá. Apego ao simples, que nunca nos decepciona e a vida faz-se assim de coisas plenas.


Alegrando a mesa de mais um lanche especial, como têm sido todos os lanches deste ano.


Aproveitando tudo, tudo, do velho se faz novo e do quase jogado no lixo se dá novo uso por tanto tempo quanto o que se conseguir projectar vida no que já tinha a sentença lida.


Até anoitecer. A luz escasseia conforme a tarde cai mas os dias já são bem maiores. Já dá para trabalhar até mais tarde e os dias são aproveitados de uma outra maneira, mais virados para o exterior, o ar livre, as descobertas, os jogos, as brincadeiras, os projectos e os sonhos. E vivam os dias grandes!

sábado, 29 de março de 2014

Registos de um passado Domingo soalheiro


Li que as flores são o assunto perfeito.


Concordei imediatamente.


Nesta tarde de um passado Domingo cheio de sol e com algum calor, as cores e os brilhos atraíram-me mais uma vez, enquanto tinha uma carracinha curiosa de volta de mim e ansiosa também para ir dar o seu primeiro passeio de moto 4. Que isto de aventuras é com ele mesmo, porque não pode ser só trabalho, eh eh.


Por entre paisagens campestres, lá fomos nós, aos solavancos, contra o vento. Ele ia no meio, aconchegado, protegido e feliz.


As cores são lindas nesta altura do ano. Emociono-me sem medida com toda a natureza envolvente e os seus cheiros.


A água que parece céu e o céu que parece água confundem-se e parece que somos todos um só com a terra. Sem dúvida, o meu lugar pertence à terra e é lá que me deixo estar, mesmo quando não estou.


O medo de cair para a água é suplantado pela energia de todos os cheiros e paisagens à nossa volta. E depois, no meio de dois adultos protectores, não há que ter medo, porque esse é o lugar do aconchego.


Os caminhos são agrestes, os solavancos continuam, o vento gela a cara, mas é tudo tão giro e tão bom.


O regresso é feito em paz, sem birras por ter acabado, porque afinal o cansaço da viagem já se faz sentir e a fome reclama um lanche apetecido e merecido. Foi tão boa, esta tarde.


A todos, um fim de semana cheio do cheiro de flores coloridas, do calor do sol e da alegria do amor, seja ele de que forma for. Mas que seja!

quinta-feira, 27 de março de 2014

Notícias da caravana

Já por aqui alguém tinha saudades das aventuras na caravana?
Sim ou não, apesar da ausência, não significa que não se viva e a prova aqui vai.


Já todos suspirávamos pela Primavera até que ela veio em forma de quase Verão. Agora que o Inverno voltou, restam as recordações de uns dias bem vividos em que a carracinha foi bem impregnada dos ares do campo e do trabalho. E que felicidade foi.



O dia foi para todos nós, mas recordo-o em especial a ele. Participou nos pequenos trabalhos de plantação, recolha de água e queima de ramos com todo o empenho e alegria, fazendo-me lembrar a minha própria infância, quando adorava ajudar os meus pais nas lides do campo.


Foi assim que cresci, entre o campo e a cidade. E não me importo que a minha carracinha viva igualmente esta experiência, retirando dos dois mundos o melhor que conseguir para se tornar num ser humano especial em valores e atitudes.




Uma criança suja, mas feliz, extasiada pela força do fogo e empenhada em ajudar a carregar os ramos cortados das árvores para a borralheira. Sempre ouvi dizer que o trabalho do pequenino pode ser pouco, mas quem não o aproveita é louco. E eu bem que vi isso naquele fim de tarde em que usufruí da preciosa ajuda do meu filho, ansioso para voltar lá e continuar o trabalho.


quarta-feira, 19 de março de 2014

Seguir o coração vs sentir medo


Mergulha.


Não esperes a perfeição chegar, seja no que toca ao tempo, seja no que toca às tuas habilidades, simplesmente salta lá para dentro.


É bem mais fácil aprenderes a nadar quando estás dentro da água, do que quando estás sentado(a) na praia.


No mais, relaxa e observa toda a beleza à tua volta, que pode ser admirada nas mais diversas áreas. Basta estar atento(a).

segunda-feira, 17 de março de 2014

A dúvida mata mais sonhos do que o fracasso alguma vez fará

 
E como se costuma dizer, geralmente arrependemo-nos mais daquilo que não fizemos do que daquilo que fizemos.
Por isso, o melhor mesmo é, nesta noite ainda fresca de quase Primavera, aproveitar o quentinho da cama, a respiração do filho que dorme tranquilo, o sossego que o descanso traz, a dormência do corpo e a esperança de que o dia seguinte trará toda uma nova perspectiva daquilo que nos ocupa a mente e o coração. Faremos a nossa parte. O resto, Deus fará.

quinta-feira, 13 de março de 2014

De balde em balde...



Nada de imagens espectaculares, hoje. Apenas uma que retrata uma tarde de cansaço e felicidade. Começou hoje a recolha para o nosso reservatório de água de rega. Constantes caminhadas até ao ribeiro que ainda corre solto, com um balde em cada mão, para encher dois bidons de 150l cada portanto, teremos pelo menos 300l de água para usar no nosso "jardim" e futura "horta". E a ideia será aproveitar toda a água da chuva e desperdícios domésticos para ser reusada convenientemente na terra produtiva. O corpo dói pela falta de hábito dos kms percorridos com o peso de dois baldes de água em cada caminhada, mas a alma está grata por tamanha dádiva da natureza.

(...) Gosto muito do meu mundinho. Ele é cheio de surpresas, palavras soltas e cores misturadas. Às vezes tem um céu azul, outras tempestade. Lá dentro cabem sonhos de todos os tamanhos. Mas não cabe muita gente. Todas as pessoas que estão dentro dele não estão por acaso. São necessárias." 

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 11 de março de 2014

De pequenas maravilhas se faz uma tarde





E a Flor vai progredindo em beleza. Com papel autocolante floral se cobre a parede do lado direito da porta, tornando a entrada aconchegante a quem entra e a vista alegre a quem permanece no interior. Os dois bicos do fogão já funcionam e avizinham-se umas boas almoçaradas por ali. A claraboia também já está fixa e isolada. Projectos são muitos, todos low cost, que o tempo não está para gastos e a natureza agradece a sustentabilidade que lhe entregamos. Saímos de lá de alma cheia, rodeados de passarinhos de dia, e de luar de noite. Continuo na saga da minha descoberta das espécies de aves mais populares por ali. E descubro, sem surpresa, que a minha paciência anda nos limites mínimos, o que se manifesta na loooonga espera pelo poiso dos passarinhos nalgum ramo de oliveira ou sobreiro. Eles lá pousam, mas looooonge e valha-me o zoom que tenho que, apesar de potente, não chega lá para obter a devida nitidez... Alguns chegam a pousar no chão perto de nós, mas saltitam tanto, tão felizes a debicar o chão e a brincarem uns com os outros, que são impossíveis de fotografar. Mas é tão divertido e enternecedor observá-los. Por eles, hoje pensei na vida de cada um de nós e do que Deus nos diz: basta a cada dia o seu mal! Não vale a pena preocuparmo-nos demasiado com os problemas da vida e sofrer de ansiedade pelo dia de amanhã, pois valemos muito mais que os passarinhos, e Deus cuida deles tão bem - basta vê-los alegres a voar e a cantar, cada um na sua vida e na sua tarefa - como não cuidará Ele de nós com muito mais esmero, nós que somos os seus filhos amados? É nestas alturas que tudo me parece tão simples...

domingo, 9 de março de 2014

Não é fácil, mas vale a pena


Agora lembra-te disto todos os dias.
Bom início de semana.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Bom fim de semana


Já perdi mais do que ganhei. Mas o pouco que ganhei, vale mais do que tudo o que já perdi.
(não sei quem escreveu estas palavras, mas como me identifico com elas...)

terça-feira, 4 de março de 2014

O filho fez anos, mas a mãe também recebeu prendas


Como esta buganvília cor de rosa, linda


e esta pazinha de jardinagem.


Acho que foi lindo terem-se lembrado de mimar a mãe também.


Mas nem tudo são rosas nem cor de rosa como a buganvília e o meu jeito de descomprimir e ressuscitar é ir para o meio da natureza, apanhar flores do campo e metê-las num frasco/jarra decorado por mim e rodear-me de cor.



Os raios de sol são tímidos neste Inverno rigoroso, mas ainda assim contagiam de vida tudo o que tocam. Inclusive eu própria.



Lá fora a propagação da vida acontece. Mãos sábias e cuidadosas dão conta do recado e eu observo, encantada.



Acredito que daqui a um tempo tudo estará mais crescido e desenvolvido, com cor e alegria para dar.



Até a macieira, pequenina, duma semente talvez trazida pelo bico de um dos muitos passarinhos que por ali passeiam, foi desenterrada do meio do mato e liberta para a esperança do ar livre, do sol e da chuva, conforme a natureza se resolver a dar. E com a macieira, a esperança, a espera e a renovação.


Recebemos de braços abertos os raios de sol do fim de tarde, com gratidão. Tão bom piscar os olhos a tentar ver em que ramos estão os passarinhos pousados, virando o ouvido para a origem do som. Assumo que o meu olhar ainda não está treinado, para grande pena minha, mas sei que estou no caminho certo. Afinal, antes de escurecer, consegui eu perceber um melro a baloiçar num ramo ao sabor do vento forte, a cantar uma linda melodia, todo contente por ter companhia ali tão perto de si.


Ainda há água por todo o lado. A terra está ensopada, e ouve-se água a escorrer por entre ribeiros e pedras e até as rãs se ouvem coaxar, num barulho quase ensurdecedor no silêncio do escurecer. Água, muita água há por aqui.


Mas usufruímos de tudo. Em tudo damos graças, porque tudo o que a natureza nos dá, dá para aproveitamento, ainda que não o notemos. E deixamos a terra descansar e produzir o seu fruto em silêncio e sabedoria, deixamos também as ferramentas a descansar para irmos repousar o corpo entre mantas de retalhos, chá e bolachas. Nem tudo é cor de rosa, é verdade, mas com a força interior que nos define, é possível imprimir cor a tudo o que fazemos.
E obrigada a quem se lembra de dar os parabéns às mães por terem dado à luz o fruto do aniversário que se celebra.

domingo, 2 de março de 2014

Para aqueles determinados a voar, não ter asas é apenas um pequeno detalhe


Que esta semana seja o iniciar, o continuar ou o culminar dos voos a que cada um se propôs!