sábado, 30 de maio de 2015

Bom fim de semana


"Eu não consigo fazer todo o bem que o mundo precisa. Mas o mundo precisa de todo o bem que eu consiga fazer."                                                                     Jana Stanfield

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Uma procissão em Dornes












Onde estão dois ou três reunidos em nome de Jesus, Ele está lá. Onde quer que isso seja. Jesus não especificou lugares. Especificou corações. 
Nem em todos os lugares onde é suposto venerar-se Deus toda a gente o faz, nem naqueles lugares onde supostamente ninguém venera Deus não significa que não haja gente com o coração em adoração.
Só Deus conhece os corações, só Ele julga e só Ele ama como ninguém.
E isso dá-me paz para estar em qualquer lugar com Ele.
Este foi um dia abençoado. Um dia em que visitei um dos lugares mais especiais para mim - Dornes -, um dia em que fui ver uma procissão que remonta a tempos idos, tempos em que eram as carroças que eram engalanadas e não os carros actuais e era nelas que as pessoas se transportavam em procissão cumprindo tradições, um dia em que tirei dois membros da família de casa porque à casa têm vivido confinados, um dia feliz, portanto. E um dia de adoração. Sentada lá atrás, a ver e a ouvir, meio fora meio dentro, pude sentir que muitos dos que ali estavam, estavam por Deus. E fiquei feliz com isso. Acredito que Ele também. :)

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Do namoro com esta terra










Sim, é de um namoro que se trata, cheguei à conclusão, num destes dias, quando passeávamos por entre as árvores que plantámos no início do ano, batidos pelas saudades e pela ansiedade de ver se elas se estavam a adaptar, tal o nosso desejo de as ver bem. Isto ao fim de um dia ou dois de ausência. Saudades assim só se explicam pelo amor.
Um amor trabalhado ao longo dos dias e das experiências que fazemos para conhecer melhor este pedaço de terra, tão diferente na sua extensão. Aqui não deram tão bem as batatas, para a próxima é melhor fazer a sementeira ali. Ali, onde a terra é mais apertada, talvez seja melhor plantar mais couves em vez de tomateiros. E aqui, onde parece passar um veio de água por baixo, será melhor apostar nos agriões, ao invés das batatas deste ano que se estão a ressentir, apenas porque não sabíamos deste facto.
É uma terra tramada, esta. Muito temperamental. Mas nós amamo-la. E ela retribui-nos, sempre. Sente-se cuidada. Sente-se conhecida e bem tratada. Reconhecemos que não é a mais fácil das terras, mas é a que nos foi dada e aceitamo-la com amor. E é de um caso de amor que se trata aqui. Uma relação inesgotável de respeito, de cuidado, de entrega e de recompensa. Uma relação onde o sentimento é correspondido. E assim andamos apaixonados, todos os dias, até que ela nos tome para si e todos um dia voltemos aos braços do Criador.

terça-feira, 19 de maio de 2015

"As maiores árvores da floresta nascem do chão."



A humildade é uma característica dos fortes.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

O agricultor e o engenheiro














Temos de admitir: esta coisa do campo e do regresso às origens nas suas variadas formas, é uma moda. Uma moda pelo círculo repetitivo e rotativo da existência humana. Afinal, nada se cria, tudo se transforma e debaixo deste sol não há nada de novo.

Numa sociedade originalmente rural como a nossa, cansada dos esforços do campo que pareciam não levar a lado nenhum, seria natural a fuga para os centros urbanos, onde parecia que tudo se passava.
Hoje, os que fugiram para esses centros urbanos, perceberam que a ambição, o dinheiro e a tecnologia fácil são uma ilusão e um desperdício de energia. Então lembram-se das suas origens e regressam.
Até que um dia, os que hoje regressam, vão produzir descendência que vai perceber que o campo é uma chatice e vão querer desertar para a cidade... e por aí fora, que a história já foi escrita e não há aqui nada de novo. Tudo se repete, de uma forma ou de outra.
Mas temos de viver. E nessa vivência tentamos ser felizes, uns de uma maneira, outros de outra, e só o seremos se perseguirmos os nossos sonhos. Moda ou não, cíclico ou não, só poderei falar por mim.
Como me sinto, neste meu retorno ao campo, é como uma menina que nasceu na praia e toda a vida cresceu à beira do mar, banhando-se nele todos os dias. E cresceu à espera da onda certa, até que um dia a apanhou e se tornou uma surfista feliz.
E com toda a humildade afirmo: não se julgue o engenheiro maior que o agricultor por se achar mais esperto e produtivo e contribuir para a evolução do mundo, porque o engenheiro só vive porque o agricultor vive para o alimentar. E não se julgue o agricultor maior que o engenheiro por se sentir um com a terra e com a natureza e alguns dos seus mistérios e porque alimenta uma aldeia com o seu trabalho, porque pelo engenheiro o agricultor vive uma vida mais facilitada pela tecnologia que tem ao seu dispor.
Precisamos todos uns dos outros e que nos possamos entre ajudar em humildade e amor. Cada um na sua função, cada um igualmente útil. E no mais, que Deus continue com a Sua infinita paciência sobre nós. Porque todos somos criação Sua e a todos Ele quer chamar filhos.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Às vezes faz bem pensar...


Há pessoas que vêem a realidade a ‘preto-e-branco’: “ou as coisas estão bem ou estão mal”; “ou as pessoas são boas ou são más”. Mas ver tudo em alto contraste é uma visão preguiçosa da realidade, porque excluímos a paleta de cores e os matizes que ela contém. Isto é especialmente perigoso na hora de julgar: quem vê tudo ‘preto-no-branco’, coloca-se naturalmente do lado dos 'bons'; e está pronto a condenar todos os outros. Mas a realidade humana não é pertencer aos 'bons' ou aos 'maus': mais que pertencer ao andar de baixo ou ao andar de cima, todos estamos em movimento de subida. E estar nos degraus do meio, não faz da escada a escada errada.
ver para além do olhar

terça-feira, 5 de maio de 2015

Por estes dias













Por estes dias o trabalho continua. Nunca acaba, esse malandro. :)
Regar, regar e mais regar, que a chuva parecia que não tinha vontade de cair e tudo o que estava na terra gritava por água para matar a sede. Mas, para acalmar a ansiedade, abrandar e perspectivar positivamente todas as coisas é cá comigo. Assim, observar a obra da natureza materializada nas papoilas e demais flores, plantas e ervas, deleita-me e faz-me acreditar que todas as coisas boas são possíveis. E numa pausa para descanso, gosto de observar tudo à minha volta e imaginar histórias passadas de pessoas que amaram aquela terra, umas por opção, outras por não terem escolha. E hoje aqui estamos nós, prontos a amar esta terra talvez de uma maneira diferente, mas com a mesma intensidade no coração. Mas pronto, há que continuar a regar, na terra e na estufa, que tudo clama pelo líquido precioso.
Mas enfim a chuva vem. E vem com força. Felizmente a estufa proporciona-nos um abrigo seguro, certos de estarmos juntos, na melhor das companhias. O avô emprestou-nos o Bolinha fofinho, que veio até ao campo fazer brincadeiras de criança com o meu crianço, eheh.
E nos dias em que a chuva cai e não é preciso regar, realizam-se outras tarefas. Como referi, trabalho é coisa que nunca acaba por aqui! Fazer a mesa de apoio à estufa com materiais que tinham como destino o lixo, continuar a aprimorar outros aspectos da estufa, continuar a vedação feita com rede e paus que vamos buscar à serra, plantar mais flores do jardim que está a ser planeado à beira do ribeiro, por onde agora a água que caiu corre copiosamente. A água vem barrenta pela força de correr por entre o sulco que a corrente abriu ao longo do tempo. É uma força da natureza, esta que cai do céu e que vem abençoar a nossa terra. 
Entretanto, pela noite dentro, e já que favas e ervilhas são a fartura da época, os serões são feitos a descascar estes legumes, a trocar ideias de aproveitamento e armazenamento e a relembrar histórias antigas numa alegre actividade que promove o convívio entre as pessoas. Do melhor! 
E por estes dias se vive assim, entre sol e chuva, calor e frio, céu azul e céu cinzento, sementeira e colheita, e sempre com a constante do costume: o trabalho. 

domingo, 3 de maio de 2015

O quintal



Chamo-lhe quintal. Nos dias que me calha ficar no apartamento na cidade, que ainda são muitos, é aqui o meu lugar de refúgio. Sempre o foi, aliás. É uma típica marquise, comum a tantos apartamentos, mas nunca a usei como tal. Sempre foi o lugar das minhas plantas, das minhas cadeiras e almofadas, sala dos brinquedos quando o meu pequenito era bem pequenito e agora, de janelas bem abertas, é aqui que respiro e suspiro. 
De manhã, se está frio, visto um casaco. E é ali que é bom começar o dia. A admirar as plantas e flores que espalho neste espaço em experiências da terra. Sabe bem tomar aqui o pequeno-almoço com o sol a entrar como quer logo nas primeiras horas do dia. Ou então sentar confortavelmente a conversar. 
Ao fim do dia, quando o sol já se está a pôr no outro lado mas ainda reflecte a sua luz alaranjada, também é bom ficar por aqui, a ouvir os barulhos do exterior, os vizinhos a conversarem, a chegarem a casa, a deixarem as crianças irem brincar lá para fora, e pensar. Pensar é uma das minhas actividades favoritas, o que não sei se é bom ou se é mau... Mas para mim é bom, relaxa-me, faz-me sentir em paz. E em momentos assim, estou em paz.
Aqui no meu quintal, onde faço experiências com a terra e torno o verde a cor predominante, onde tenho uma mesa para alguma tarefa que necessite de mais apoio, onde tenho as janelas bem abertas para deixar entrar o ar e respirá-lo, onde as floreiras à janela dão cor e alegria ao espaço, é onde me refugio. Fecho a porta e estou lá fora. Só ou acompanhada, este é um espaço de bênção, é o meu quintal na cidade...