sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Anta do Vale da Lage e mais motivos para agradecer

















Grata pelo sol brilhante de hoje, que me permite ver tudo luminoso e enxugar a roupa no estendal. Me permite passar a ferro numa sala cheia de luz e junto com as tarefas domésticas, arrumar a vida, que se prepara para voltar ao trabalho e dar graças a Deus por esse sustento. 
Mas, por enquanto, gozemos o dia de férias na procura do monumento megalítico descoberto aqui nas redondezas. Adoro viajar com qualquer tipo de tempo, mas claro que um dia de sol tem muito encanto, fazendo-nos brilhar por dentro e por fora.
Para alguém desinteressado, o que fomos ver não passa de um amontoado de pedras. Mas, para nós, que lemos as explicações à entrada, percebemos o que vimos e valorizámos o facto de o terreno ser privado e de o proprietário o ter emprestado para ser visitado e o manter tão limpo e cuidado.
Pequenos grandes momentos e sentimentos, que nos levaram um pouco mais abaixo, na direcção do rio, onde vimos vivendas recatadas, de vidas que pressupomos de luxo, e vimos também a natureza no seu esplendor, com os medronheiros ainda carregados, pintalgando a vegetação de vermelho, os abelhões de volta das flores dos arbustos, a água serena do rio, o fumo de alguma borralheira que alguém estava a fazer mais lá à frente para limpar o seu jardim das podas e das limpezas feitas.
A vida na sua rotação constante. Uns de uma maneira, outros de outra, nunca pára e importa nunca pararmos também. Como o tempo que continua a sua viagem interminável. Até ao novo ano que se aproxima.


quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Continuando a ser sempre grata










Para os que notaram a ausência da rubrica Domingo de Gratidão, os meus agradecimentos. Não me faltaram os motivos para ser grata, nem nunca faltarão, porque ser grata está-me no sangue. Falta-me, sim, a disponibilidade para o vir aqui mostrar. E, se por um lado, gosto de partilhar no meu blog aquilo que me deixa agradecida, não só para marcar as coisas simples que me emocionam, mas também para inspirar quem por aqui passa, por outro não me sinto confortável com a obrigatoriedade de fazer um registo semanal. Até porque, basicamente, este blog é um registo daquilo que me faz feliz, um hino à simplicidade essencial para mim e como tal, o Domingo de Gratidão é, afinal, Todos os Dias de Gratidão. Mas quem sabe, não voltarei a publicar semanalmente as minhas bênçãos diárias? Sobretudo, preciso de me sentir livre...
E digam-me lá, como não ser grata diante da possibilidade de observar este céu de Inverno do cimo de uma estrada numa colina, como se estivesse no topo do mundo? 


segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Ande o frio por onde andar, ao Natal há-de chegar










Estas fotos remetem-me para algumas das minhas imagens preferidas de Inverno. Água, frio, natureza, aconchego, calor, conforto, crescimento. É isto o Inverno, um hino ao recolhimento, à instrospecção, ao conhecimento e evolução interiores, um aquietamento do corpo e da alma que se vão voltar a renovar com o sol e a energia da Primavera.
O dia após o Natal. Dia ainda de férias, dia de descobertas na minha cidade e dia de passeio.
Passada a azáfama do Natal, sabe bem voltar, aos poucos, à normalidade e sossegar, de pijama novo vestido, confortável e ágil. Se há coisa que adoro a seguir a um jantar cá em casa, é lavar a loiça e voltar a arrumar tudo nos seus sítios próprios. E assim foi. 
14 pessoas cá em casa, muita comida, muita conversa, muitas risadas, muita convivência, duas famílias que se entenderam num resultado final muito positivo.
Por ter tido férias nesta época, permiti-me muitos pensamentos acerca do Natal. Tantos, que não cabem aqui. E permiti-me relaxar o máximo possível, longe do stress que caracteriza esta época. Se Natal é alegria, festa, paz, se Natal é lembrar o nascimento de Jesus, se Natal, no nosso país, ocorre no Inverno, a estação da hibernação, do abrandamento, custa-me aceitar a pressão da correria a comprar presentes para todos e da preparação da muita comida para alimentar um punhado de gente que só vem para comer. 
Lembro-me dos Natais da minha infância, uns mais felizes que outros, mas onde o bacalhau com couves era a refeição única, independentemente dos gostos dos mais pequenos, que quase nunca se inclinavam para este prato, e a sobremesa se resumia ao bolo-rei, velhoses, coscurões, rabanadas e junquilhos. E já era muiiito! E era mesmo.
Hoje, demito-me da pressão de comprar presentes até para o periquito, de apresentar 50 entradas, 5 pratos principais e 10 sobremesas, para além dos doces que referi acima. É uma fartura abusiva, obsessiva, decadente. Não estou nessa. Voto na simplicidade, e elejo o mais importante: estar presente, estar junto, estar em harmonia e brindar às relações humanas que se iluminam com o nascimento do Salvador. O resto, faz parte, mas são meros adereços de uma Festa que se quer calma e alegre, dentro do possível.
E este ano a Festa foi quase isso, tudo menos silenciosa, porque as gargalhadas foram à desgarrada e as conversas sobrepostas. E se houve mais fartura do que a que já havia, foi porque outros se propuseram a colaborar e isso foi muito bom. 
E hoje, dia pós, renovam-se os cozinhados com o que sobrou, porque de aproveitamento se faz esta casa, arruma-se a bagunça e passeia-se. E relembro a conversa com uma vizinha que me confessou estar cansada dos excessos do Natal e que a maior alegria dela, no Natal, era receber um pijama como presente e prolongar esse conforto no dia, no sossego da casa. Achei bonito...


sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Feliz Natal a todos!



"Quem não tem o Natal no seu coração, 
nunca o vai encontrar debaixo da árvore"

~Roy L. Smith~


quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Martim Branco




















Parece que quem vê uma, vê todas, mas não é bem assim. Cada uma destas aldeias do xisto tem as suas especificidades e só visitando cada uma delas para se tomar consciência disso. 
A Martim Branco fomos no Domingo, assim de repente, numa daquelas decisões impulsivas que tornam tudo mais emocionante. O dia estava bonito. Mas frio. O caminho era o mesmo do da última aldeia que visitámos, portanto já nos era familiar. Até o restaurante onde almoçámos foi o mesmo, o que nos fez sentir em casa. E este é um bom sentimento...
A ideia era visitar Sarzedas. Não sei porquê, este nome atraía-me e o apelo para a visitar era grande. Mas nem saímos do carro. Não nos pareceu valer a pena enfrentar o frio para visitar uma aldeia bem preservada mas igual a tantas outras por esse país fora. Rumámos então a Martim Branco, por estradas a perder de vista, estradas longas, de bom piso, estreitas e ladeadas por paisagens lindas de muita vegetação e montes distantes. O que nos admirou ao longo da viagem foram as imensas lagoas que avistámos, tomando a vez dos poços que estamos tão habituados a ver. "Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso"... Já era tarde, o dia caía rapidamente, já tínhamos saído tarde de casa portanto também já era tarde naquele momento. Mas o importante mesmo foi aproveitar o momento, sem pressas e com alegria.
Martim Branco sim, já se nos apresentou a aldeia que procurávamos, pequenina, com o seu rio a atravessá-la, as casas de pedras, tudo muito limpinho e arrumadinho, animais domésticos a passearem pelos caminhos e a virem ter connosco para receberem mimos. Muito frio, naquela tarde, naquela aldeia. Foi uma visita curta. Mas valeu a pena. Um óptimo começo desta semana que antecede o Natal, na preparação para mais uma celebração em família.
E com Martim Branco fechámos o ciclo das 4 aldeias de xisto do grupo Tejo/Ocreza. Outras se seguem, de preferência com mais planeamento e tempo para evitar chegadas tardias e faltas de informação das especificidades da aldeia, que tanto enriquecem o nosso conhecimento. 
Desejo a todos que a semana esteja a ser calma, sem stresses, com alegria pela antecipação da grande noite e do grande dia.



domingo, 18 de dezembro de 2016

Domingo de gratidão


Domingo. Dia de abrandar. Dia de contar as bênçãos da semana que passou. Dia de agradecer. Independentemente das circunstâncias da vida, há sempre algo pelo que ser grato. Esta semana fui grata por:



  • Fazer o centro de mesa do advento.


  • Fazer uma surpresa à avó pelos seus 78 anos e preparar-lhe um lanche especial ao ar livre, com a participação de parte da família.


  • Assistir a mais um musical de Natal em que a carraça participou, desta vez na nossa cidade.


  • Embrulhar presentes para mais um Natal.
  • Chegar a casa e tê-la decorada com decorações de Natal.
  • Participar no jantar de Natal da clínica, onde me ri muito, muito.
  • Apanhar pinhas para mais uma decoração de Natal, inalando o ar húmido do pinhal e voltando restabelecida.
  • Assistir a uma série à noite, na tv, enroscadinha e quentinha no sofá.
  • Fazer sabonetes artesanais para oferecer como prendas de Natal.
  • Ver a carraça a escrever um postal de Natal com muito empenho, retomando a tradição em grande parte substituída pelas novas tecnologias.
  • Comprar a agenda de 2017 e começar a colori-la e a preparar o novo ano.
  • Receber um calendário de 2017, cheio de fotos lindas da natureza e mensagens inspiradas da Palavra de Deus.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Do dia de ontem




Há momentos durante o dia que nos tiram da rotina e fazem valer todo esse dia por esses breves momentos. Hoje aconteceu isso. Tirei uns minutos para ir ao supermercado escolher um creme para o cabelo que me ajudasse a domar a juba que vai crescendo em mim. Quanto mais envelheço, mais o cabelo embranquece e se rebela. Bom, lá escolhi um, mas não sei não, não ponho as mãos no fogo por ele. Mas também não posso ter muitas certezas, uma vez que eu e as coisas femininas não somos muito chegadas. Eu sou mais de sair de casa de cara lavada e pronto, quanto mais prática melhor. Mas hoje deu-me para me mimar e ir procurar um creme para o cabelo... Vá lá, até pode ser que resulte, que eu me adapte a ele e ao gesto de espalhá-lo pelos cabelos e dar-lhes alguma ordem. Nunca se sabe...
Depois parei na livraria. Oh céus, o meu paraíso... Um pouco confusa, o espaço torna-se cada vez mais pequeno para tanta variedade que há no mercado. Mas vai-se tornando um espaço, não diria acolhedor, porque a dimensão não ajuda e encontra-se demasiado cheio, mas colorido. Sim, colorido, que agora os padrões são muitos, para todos os gostos e feitios e já nem só de flores vivem as mulheres nem de castanhos e cinzentos vivem os homens. Foi uma viagem muito boa, aquela pela livraria. Tentei-me por alguns exemplares, mas acabei por não comprar nenhum. Agrada-me apenas ver, sonhar, namorar e depois ver se realmente dá para avançar e começar um grande amor. Muito poucas vezes sou de compras impulsivas, até porque a carteira também não o permite!, e hoje fui fiel a mim mesma nesse aspecto. Como referi, fiquei tão somente satisfeita com o que vi, e saí cheia de cor, desejos bons, muita vontade de terminar projectos inacabados e começar outros há já muito na cabeça. É bom ter projectos, é bom ter coisas propostas para fazer, é bom arregaçar as mangas e fazer coisas simples mas bonitas.
E depois disto tudo, tudo permanece igual, mas a força para enfrentar mais um dia de trabalho é já outra, é mais animadora. E foi. O trabalho correu mais ou menos, cansativo e confuso como muitas vezes o é, mas depois é bom regressar a casa, porque independentemente de todas as vicissitudes da vida, é bom ter uma casa para onde regressar, calçar os chinelos e repousar. Como eu valorizo estes fins de dia em que, muitas vezes exausta, encontro forças no encosto do sofá, nas letras que escrevo, nos sonhos que sonho, nos fios que teço e no sono quente que durmo.


terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Boa noite!




"Durante o Natal,
todos os caminhos conduzem a casa"
~Marjorie Holmes~