segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Boa semana!

 
 
Se tropeçares
faz disso parte da dança!

sábado, 28 de janeiro de 2017

Bom fim de semana





No céu e na vida, hoje amanheceu em tons dramáticos. Da janela, este céu denso. Cá dentro, continuamos a praticar a resiliência, palavra que ponho em prática há anos na minha vida sem nunca a ter pronunciado, e que está muito na moda hoje em dia. 
Contra todas as evidências, continuamos a acreditar nas possibilidades, nas concretizações, nos avanços, nos sorrisos e nos abraços. Afinal, a horta do vizinho do outro lado da estrada continua a sua missão sob os cuidados atentos do proprietário, indiferente a todas as dores a que somos sujeitos. Com as pequenas árvores envolvidas em plásticos como se fossem ser oferecidas de presente para as proteger das geadas, arranca-nos sorrisos porque, a meu ver, parece-me que ele as está a sufocar em vez de as estar a proteger. Mas este é só o meu ver, ele é que sabe e provavelmente terá toda a razão. Depois conto-vos, na Primavera! :)
Nada como a natureza para nos fazer ver a realidade como ela é, no aqui e no agora. É bom poder ter este pedaço de campo ao alcance do meu olhar, todos os dias, para me lembrar sempre do meu lugar na vida...


quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Do dia de ontem





Acordo e a primeira coisa que vejo de bonito é o sol a nascer, meio tímido. O sol, no Inverno, nasce ali, do lado direito. No Verão, é do lado esquerdo, por trás dos prédios, que ele aparece. É sempre bonito, o nascer do sol. 
E vejo também como a noite cobriu tudo de branquinho. Ao longe, do meu 3º andar, não se vê esta beleza com nitidez nem tenho tempo de me debruçar sobre ela, mas quem me dera. Em vez disso, depois da aceleração própria do despachar para ir para a escola e para o trabalho, tenho de pôr o gorro na cabeça, a gola à volta do pescoço e enfrentar os graus negativos que estão na rua e dentro do carro. Como me faz bem, este ar frio da manhã!
Mas tenho tempo de ainda de reparar na horta do vizinho do outro lado da estrada, que há coisa de uns poucos anos resolveu reabilitar o seu baldio e transformá-lo num lindo jardim hortícola. Uma horta dentro da cidade, um gosto de ver e de acompanhar a dedicação daquele senhor que, praticamente todos os dias, lhe dedica a sua atenção, cuidando de tudo ao mínimo detalhe. 
Enfim, eu vou continuando a sonhar com a minha casinha no campo... Quando for a hora, ela aparecerá. Sorrateiramente e de forma inesperada, como acontece com quase tudo na minha vida. E enquanto isso, porque não me limito a esperar por um sonho e sim a viver o presente e a lidar com o que tenho, faço planos para esta minha casa, que me oferece esta vista todos os dias. Remodelação aqui, melhoramento ali, acrescento acolá, mudança acoli :) Encontro equilíbrio entre o que quero e o que tenho e vou adaptando conforme o andar dos dias. Nada permanece igual por muito tempo e isso é bom. Gosto. Faz-me bem. Um dia de cada vez...

 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Da semana que começa






Na simplicidade dos raios de sol dos dias que correm, deixo-me levar por esta luz e recebo a energia boa que vem dela. Pelo menos por uns breves instantes, a vida parece perfeita.
Hoje começa mais uma semana. Adorei ter saído de casa de gorro na cabeça e gola feita por mim à volta do pescoço e enfrentar o frio. Tentar fazer com que a ramona velha que hoje trago como meio de transporte pegasse com este frio não foi tarefa fácil e estava a ver que tinha de ir levar o piqueno a pé à escola. O que até teria sido bem agradável, não fosse o facto de eu não estar a contar com isso e estar quase atrasada para entrar no trabalho. Mas enfim lá pegou - nada como um bom carro velho para raramente nos falhar! - e deixei a carraça na escola, alegre e sorridente a mandar-me beijos com fuminho enquanto passava pela porta.
Entrar na clínica e ir sendo banhada com o sol que se levantava com o andar da manhã e que entra a rodos por ali adentro se lhe abrirmos a porta, tornou esta manhã de Inverno de uma segunda feira, uma manhã bem bonita. Pausa para um café e apreciar a luz do sol.
Embora preocupada com a ausência da chuva. Estamos todos a gostar deste Inverno soalheiro, mas a verdade é que a chuva é parte essencial da nossa alimentação, consciente que estou de saber minimamente o que como e não me limitar às compras do supermercado. Não me confino à sociedade de consumo imposta, que dita as regras e faz a comida acontecer, faça chuva ou faça sol, porque o importante é produzir e ter lucro, não importa como. Eu ainda tenho a possibilidade de retirar da terra parte do que como e angustia-me a ausência deste bem inestimável que é a água e angustia-me ter de ver regar a horta em pleno Inverno.
Mas enfim, uma coisa de cada vez, cada coisa a seu tempo, e com a provação vem também o livramento. Somos seres inteligentes e com capacidade para contornar as situações mais adversas, disso tenho a certeza.
A fé é realmente algo precioso! Ou não houvesse este sol capaz de nos fazer acreditar em tudo de bom...


sábado, 21 de janeiro de 2017

Da semana


















Foi uma semana complicada, esta. Mas duas coisas lhe foram bem marcantes no sentido positivo: o frio e as caminhadas.
O frio revigorante fez-me sentir o sangue a correr mais rápido nas veias, estimulando-me a mexer e a avançar. Qualquer motivo agora é, para mim, suficiente para caminhar. Não me serve só passear a Boneca. Esses são os passeios de lazer, de tempo próprio para apreciar o caminho, a paisagem e a adrenalina de descobrir novos trilhos pelo meio do campo. Faz-nos parecer descobridores e ainda que não o sejamos, é certo que fará de nós conhecedores da nossa zona envolvente levando-nos a parecer como as pessoas antigas, que conheciam cada árvore, cada arbusto, cada curva, cada pedra. Emoção! 
Não, é óptimo, mas já não me basta passear a Boneca. Passei a ir a pé para o trabalho, todos os dias. E passei a aproveitar a entrada do novo chefe no trabalho dos inquéritos, com as suas novas ideias, que me possibilitam caminhar mais do que estava a ser possível antes. Adoro o ar gelado na cara, adoro aquecer o corpo com o movimento enquanto as mãos permanecem geladas, quase me impossibilitando de pegar nos papeis e escrever. Adoro o frio! E adoro sair do trabalho, à noite, com o gorro enfiado na cabeça e furar o nevoeiro e o vapor que me sai da boca. Há lá coisa mais revigorante do que enfrentar -2ºC e sair vencedora? E ainda ter como bónus chegar a casa mais ou menos quentinha? :)
Foi uma semana complicada, como referi. E promete continuar a sê-lo. Mas o frio e as caminhadas mantêm-me no foco da fé que crê que todas as coisas são possíveis ao que crê num colo de amor nos braços do Pai. Porque sem Ele é impossível prosseguir e por Ele eu caminho.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Boa noite!




O difícil vou fazer agora. 
O impossível vai levar um pouco mais tempo.
Billie Holiday


sábado, 14 de janeiro de 2017

... E já é fim de semana...










Pois, e já é fim de semana outra vez. Que bem que sabe esta pausa na rotina do trabalho diário. Tempo para observar melhor, sentir melhor, respirar melhor, viver melhor. É um privilégio ter esta possibilidade e esta capacidade!
Hoje foi dia de pôr o edredon a assoalhar - adoro esta palavra! - e perceber como as árvores em frente ao prédio já estão mesmo nuas. Não tarda, na sua eterna renovação, a natureza vai trazer de novo os rebentos e estas mesmas árvores vão encher-se de pontinhos verdes seguidos de pontinhas lilases que vão alegrar toda a rua. Adoro! Sinal da passagem das estações e do nosso passeio com elas.
A tarde põe-se rápido nesta altura do ano e o branco brilhante do edredon ao sol vai-se esbatendo para dar as boas vindas aos melros do fim do dia. Como eu adoro o som do canto deles! Às vezes sinto que vivo para esperar o fim da tarde e ouvir esta doce melodia que me encanta e enche de vida. Sério. É um passarinho que não tem gracinha nenhuma para mim - simplesmente preto com um bico laranja - mas tem cá um vozeirão que me deixa com todos os cabelinhos em pé :)
E ao som dos melros e dos últimos raios de sol, vou preparando a noite. Lençóis lavados, manta de lã na cama - que as noites frias pedem um aconchego extra, luzinhas numa lanterna podre de velha - literalmente, e o começo da noite faz-se de paz, de espera e de aconchego.
Não preciso de mais nada. Só de continuar assim...
E de tão bom que é, desejo-vos a todos um excelente fim de semana, cheio daquilo que faz feliz a cada um.


quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Pedaços da semana...









Gosto da sensação quente de estar confortável dentro de casa a cumprir com diligência e alegria as tarefas domésticas que têm de estar prontas.
Chegámos ao fim da primeira semana do ano. Uma semana fria mas intensa nas suas actividades. Trabalho q.b., lazer q.b., tudo equilibrado na medida certa para não haver grandes queixumes.
O sol foi rei no tempo, apesar de a chuva ter marcado a sua presença, curta mas bem forte que, como já vem sendo hábito, o clima deixou de ser o que era.
Eu e a carraça também marcámos presença na horta, onde agora vou tão raras vezes. Mas graças ao nosso agricultor de serviço, o terreno vai mantendo a sua energia e produção. Ao fim de três anos de exploração, são muitas as questões que levanto. E a minha busca por uma casinha no campo, aqui perto, mantém-se. Até que chegue a hora que, creio, virá! Até lá, resta-me continuar a esperar serenamente e ser grata pelo já tanto que tenho.
Nenhuma vida nos dá tudo aquilo que gostaríamos de ter, até porque a inconstância faz parte da nossa essência, e aquilo que achamos que hoje é o suficiente, amanhã já não achamos. Por isso sou grata, me contento com o que tenho e vou lutando serenamente por aquilo que gostaria de alcançar mais, na certeza de que Deus fará a vida abrir-me as portas que serão para eu entrar! No resto, de que adianta viver em constante ansiedade? A ansiedade só nos rouba energia, energia que necessita ser canalizada para coisas boas, produtivas, positivas, valorosas.
Assim, estamos já na segunda semana do ano. Ao entrar no carro e ver que está -1ºC, que tenho de voltar a casa para ir buscar uma garrafa de água para limpar o gelo do vidro, que o fuminho me sai da boca enquanto falo para a carraça, que as mãos doem a agarrar o volante porque não consigo conduzir com luvas, percebo como gosto deste frio que enrijece! É bom viver para agradecer o frio e o sol que o tenta aligeirar e entrar no trabalho para cumprir tarefas necessárias.
E depois chegar a casa e ter mais um monte de trabalho a fazer. Apanhar a roupa do estendal, fazer outra máquina de roupa, à noite sentar-me a bordar a continuação de uma toalha em ponto de cruz que tenho começada há mais de 10 anos, costurar umas roupas já com alguns buracos e que podem durar mais um tempo se forem bem cuidadas, ler um pouco, pensar nos inúmeros projectos que tenho para terminar e noutros tantos que tenho para iniciar. Tudo coisas de uma vida - banal, simples, mas cheia de sentimento.
Porque, sem dúvida, o valor da nossa vida está dentro de nós, na capacidade que temos para lhe atribuir esse valor, não nas circunstâncias. Porque as circunstâncias, por muito boas que sejam, nunca nos vão ser suficientes.


quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

A nossa entrada em 2017











A estrada é estreita e escura. E muito húmida. Não há qualquer vestígio de luz. Nem uma casa, em boa parte do percurso, só árvores e mata densa. E escuro. O que acrescenta um ar misterioso e assombroso a toda a cena. Lá mais à frente encontramos uma aldeia de casas juntinhas e até um presépio enorme no largo principal - e único, aposto. Continuando em frente, encontramos a velha casa de 1º andar. Em baixo, a entrada faz-se de barris cheios de vinho de colheitas anteriores e calendários de mulheres semi-despidas para deliciarem os olhares dos homens que ali convivem. O senhor, baixo e gordo, vem-nos cumprimentar com um aperto de mão de três dedos, que os restantes foram levados pelos foguetes. Uma escada velha, de madeira, dá para o sótão, onde o espaço era partilhado com ratos, foguetes e camas para dormir. Era, porque desta vez os foguetes estavam dentro do carro, que os ratos andavam esfomeados e roíam as canas todas! Não é castiço? O filho, de sorriso tímido e dentes de ratito, mas ainda com todos os dedos, note-se, conduziu-nos até ao carro. A mãe, velha, baixa, gorda, desengonçada e mal-encarada, observava lá do cimo das escadas, sem dizer nada, para compor todo este cenário delicioso.
Cá fora, o filho, simpático, falava dos tipos de foguetes que estavam dentro do carro. Entre um "zás trás pum", "perrum pum pum" e por aí fora, eu deliciava-me com aquela conversa de idioma estranho, sem perceber nada. No fim de algumas conversações e negociações, trouxemos dois foguetes de cana e uma caixa de chuva de luzes, que um "zás trás pum" identificará imediatamente mas não saí de lá a dominar o vocabulário.
A verdade é que este foi o ano de fogo mais bonito. Chegada a meia-noite e depois de bebido o champanhe e comidas as passas, a gritaria foi imensa e a chuva de luzes foi bonita de se ver. Recebemos o ano com alegria e em alegria ansiamos que continue. Para nós e para todos!


domingo, 1 de janeiro de 2017

Feliz Ano Novo!














Lá existe coisa mais revigorante que o ar fresco do Inverno no meio da natureza, respirado durante uma caminhada com a família e um cadela maluca?
As nossas caminhadas com a Boneca começaram no Verão, com o intuito de acalmar os ânimos dessa cadela com problemas de comportamento. Tem resultado? Bom, pelo menos para nós, sim, que temos feito belas caminhadas que renovam as nossas energias.
E sim, creio que a Boneca está a adquirir um pouco mais de maturidade. Até já a soltamos e tudo, em estradas sem trânsito.
A nossa última caminhada foi muito boa. Linda e fresca. Até ao anoitecer, que também já chegámos um pouco tarde... Mas mesmo assim metemo-nos por caminhos novos, na ansiedade de descobrir o que estava a seguir à próxima curva. Paisagens fechadas de bosque denso, campos mais abertos de clareiras verdinhas, ar húmido e pesado nos vales, menos denso nos topos. Passarinhos a procurar o abrigo da noite e um cheiro intenso a vegetação húmida e a lareiras acesas. Aqui e ali, mesmo no meio do nada, resquícios da quadra que atravessamos, nas luzes no arco improvisado numa entrada de terreno, na coroa pendurada num portão que vai dar a nenhures. E um tronco fumegante já a arder para a passagem de ano.
Enfim, pormenores de uma vida rural com a sua dinâmica própria. Uma excelente forma de terminar o ano, para nós. Coroada com a lareira acesa na chegada a casa e conversas entre família, que se fazem íntimas e secretas ;).