A terra foi cuidada. A semente foi lançada à terra. Agora é continuar a cuidar e esperar... E esperar quando não chove, é um acto de fé ainda maior do que qualquer fé necessária sempre que se lança a semente à terra. Vamos ver... Mas sempre cremos no melhor. Ajustar e adaptar é a palavra de ordem. E esperar...
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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018
Que venha a chuva!
A terra foi cuidada. A semente foi lançada à terra. Agora é continuar a cuidar e esperar... E esperar quando não chove, é um acto de fé ainda maior do que qualquer fé necessária sempre que se lança a semente à terra. Vamos ver... Mas sempre cremos no melhor. Ajustar e adaptar é a palavra de ordem. E esperar...
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quinta-feira, 13 de abril de 2017
Destas pseudo-férias
Alguém aqui notou a minha incerteza acerca das minhas férias antes destas começarem? Pois, eu cá tinha a minha razão... Férias? Só no calendário da empresa, porque na prática... Mas bom, não quero reclamar. Porque há quem precise e não tenha trabalho para poder gozar férias, há quem não as tenha, há quem não tenha saúde para as gozar e por aí fora, daí que ainda assim, eu seja uma privilegiada. E das férias retenho as poucas coisas boas que ainda consegui fazer: uma mala de crochet na execução de um ponto novo que aprendi, a ida a uma das "cidades grandes" do país que o pequeno queria muito conhecer (Porto - a eleita desta vez) e a visita à horta, onde já não ia há uma pequena eternidade. Apesar do calor, soube bem voltar a pôr o chapéu na cabeça e a enxada nas mãos para sachar as batatas. E das minhas deambulações pela horta, retenho uns dos melhores momentos dos últimos dias. Que muitos outros se sigam!
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sexta-feira, 7 de outubro de 2016
Logo que Outubro venha, procura a lenha
Sim, o Outubro já chegou e já tratámos da lenha. E já estamos no fim da primeira semana deste mês que pertence a um tempo que passa depressa, tal como os outros. Porque será que isto acontece? Porque será que este nosso relógio interno gira sem parar, deixando-nos tontos e quase incapazes de desacelerar? Ai como eu tento fazê-lo, mas parece tão difícil, por vezes...
Mas enfim, no seu ritmo certo está a nossa horta, ao sabor das condições climatéricas que temos e dos cuidados que lhe oferecemos. Bom, não será justo falar no plural, porque eu quase nenhuma atenção lhe tenho votado por falta de tempo, mas este homem que tanto ama a terra dá-lhe o seu melhor, assim como dá o seu melhor aos que o rodeiam.
Da minha parte, admiro os bichos da terra e a sua produção, que a esta altura já está a terminar nalguns produtos e a dar lugar a outros. A fruta promete, as couves também, os tomates esses, estão na sua fase final mas este calor dos últimos dias têm-lhe dado a força que eles precisam para dar sabor às nossas saladas e cozinhados. Uma força da natureza, a nossa tomatada :) É muito bom ter um pedaço de terra, ainda que seja longe de casa, ainda que dê muito trabalho, ainda que não tenha as condições necessárias. Pois é muito bom poder comer do que produzimos.
E com a graça de Deus, viveremos neste Outubro um dia de cada vez na profusão de delícias e amarguras que lhe competem, mas sempre com a esperança no coração e o amor como mote.
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quarta-feira, 31 de agosto de 2016
Na horta
Que bem que me soube voltar à horta, após algumas semanas sem lá ir, devido ao trabalho. Que grande obra tem feito o meu homem, e que amor ele deposita em todo o processo de cultivo. Para nós, amiga e filho, sobra o melhor: a colheita e o sabor :) Passeámos por entre os vários produtos, enfiámos as unhas na terra para arrancar cenouras, espantámo-nos com o tamanho das beringelas, deleitámo-nos com o cheiro e a cor dos tomates, inebriámo-nos com o aroma dos coentros, espantámo-nos com o "feijão a metro" - novidade na horta mas muito saboroso, apreciámos os frutos nas árvores no seu estado de amadurecimento lento e próprio - promessas de Outono, apanhámos o calor tórrido do sol e enchemos a barriga de amoras e de figos. Viemos para casa de carro e pança cheios :) E de alma também! Muitos legumes para cozinhar, partilhar e preparar para preservar para o Inverno. Isto dá-me vida, é uma das minhas terapias e cada vez mais acho que temos de nos agarrar ao que nos faz bem para não desfalecermos com os percalços do caminho. É bem sabido que eu não gosto do Verão, já cheguei mesmo à altura em que o cansaço me está a esgotar e a tirar muita da minha sanidade mental, mas sem dúvida que a abundância desta estação é uma vantagem sem medida, para me provar que realmente todas as estações têm o seu encanto. Até o Verão! :)
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terça-feira, 5 de julho de 2016
Notícias da horta
Na semana passada, a horta recebeu-nos com as papoilas a darem-nos as boas vindas. O dia tinha começado cedo para o homem da casa, que foi de manhãzinha para a terra, tendo eu e a carracinha ido ter com ele carregados com a trouxa para o almoço.
Antes do almoço, tempo para dar uma vista de olhos pela terra e descobrir que o cacto que a carracinha roubou de um jardim há uns anos atrás num dos nossos passeios a pé, para me oferecer - e nunca se cansa de dizer: piquei-me todo! - está a ficar carregadinho de flores. Esta flor amarelinha. Não é linda?
O almoço foi fantástico. Estava calor na temperatura certa, os sobreiros davam a sombra certa, e os passarinhos ensaiavam as melodias certas para nos encantarem. Esta estação pede refeições leves e frescas e foi isso mesmo que nos encheu a barriguinha.
Na horta mesmo, os encantos eram muitos para mim e a enxada continuava encostada. Sinceramente, não lhe peguei. Foi mais produtivo ter registado toda a beleza que testemunhei no nosso pedaço de terra e ver como esta estação a está a tratar :)
Flores. Todas selvagens e lindas. E todas úteis, tenho a certeza, só não lhes conheço as qualidades para tirar delas melhor partido, a não ser a beleza.
Mas enfim, a horta prospera. Este ano está tudo atrasado devido ao tempo esquizofrénico que temos tido, com chuvas intensas a impedirem as sementeiras e calor repentino e excessivo a trazer moléstias impeditivas do avanço da produção.
Mas o amor e a sabedoria tratam do resto e a obra lá vai progredindo, agora a olhos vistos. Os nossos coentros farfalhudos, os nossos feijões tenrinhos, as nossas batatas saborosas, os nossos alhos com um aroma intenso capaz de afastar qualquer vampiro, os morangos que sobram do festim dos passarinhos, e tantos outros produtos que a terra nos está a devolver.
Este ano o hominho teve a brilhante ideia de intercalar couves, feijões e outros, com alhos. E não é que tem estado a resultar? A bicharada fatídica tem ido pousar noutros sítios onde possa atacar sem ser incomodada. Pois é, temos o orgulho de dizer que a maior parte da nossa produção tem sido tratada com estrume das ovelhas e truques destes, como o do alho, que nos tem poupado muitos desgostos. Vitória!
Nesta altura do ano, nunca estamos sós. Nas terras à volta há quem aproveite a erva seca pelo calor para o gado e o rebuliço do trabalho é imenso. Adoro presenciar esta actividade.
Mas claro que toda esta abundância que está a começar a surgir não seria possível sem o bem precioso e essencial que é a água. Como eu gosto de a ver correr, fresca e cristalina a caminho das raízes sendentas. Graças ao nosso simpático vizinho que nos empresta a água do seu poço, temos tudo verdinho e a crescer.
Os regos que serviam de conduta para a água seguir para o seu destino certo sempre me encantou, desde criança. Bem me lembro de ficar agachada por longos momentos a ver a água a correr, as pedrinhas que se escondiam por baixo dela, algumas mais leves que rolavam ao sabor da corrente, o brilho do sol a espelhar-se na fresquidão, as minhas mãos pequenas que não resistiam a resfrescar-se naquela bênção. Há lá coisa melhor?
As cabeças dos alhos franceses, desta vez albergavam abelhões do tamanho do meu dedo mindinho, bicho que nunca vi na minha vida e que me assustou. Andavam ocupados de volta das sementes, mas quando passavam perto de nós, o barulho das asas a baterem era qualquer coisa de impôr respeito!
Mas indiferente, o nosso marmeleiro promete dar frutos este ano, o que me deixa encantada. Marmelada!
E os primeiros tomates cereja começam a aparecer, crocantes e saborosos, como só me lembro do Verão passado. Adoro esta coisa da sazonalidade, de saborear os alimentos na sua época própria, sem pressa nem atropelos.
E esta é a paisagem mais comum ali por aqueles lados. O rebuliço começa de manhã e vai até ao fim do dia, com tractores a cortar a erva seca e a empilhá-la, deixando-a pronta para consumir. É uma paisagem única, muito própria, esta. Cheia de aromas e dourados. Um trabalho cheio de passos encadeados uns nos outros para darem o resultado final como alimento aos animais. Tudo se aproveita, na natureza.
E enquanto observo a visão fantástica que os nossos alhos me oferecem, penso em como adoraria ter as minhas galinhas e, em vez de deitar todas as cascas dos legumes que preparamos para as refeições fora, seriam atirados para os animais comerem e fertilizarem a terra, num ciclo que a natureza, sábia, sabe manter intacto. A natureza. Porque quando entra a mão do Homem, já nada sai assim tão perfeito... Mas foi perfeita esta tarde, com um homem feliz por trabalhar a terra, um pequeno feliz por participar em tudo e por mim feliz, por sentir toda esta energia maravilhosa que só uma tarde no campo proporciona.
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quinta-feira, 5 de maio de 2016
Água de Maio, pão para todo o ano
Hoje chove. Ouro para a terra e para as sementeiras. Dia para agradecer.
E já estamos quase no meio do ano. Como o tempo passa... Mas a verdade é que, graças a este meu sentir mais calmo neste ano, apesar de rápido, como sempre, também sinto cada dia como o dia a ser vivido e isso tem o efeito psicológico de prolongar mais o tempo dentro de mim.
Maio. Que seja um mês calmo, pacífico, chuvoso e soalheiro q.b., que nos permita dias de paz e sorrisos, seja qual for a forma que isso venha à vida de cada um.
Por cá, aproveitamos para vender o estrume que temos tirado do curral, que ele é muito só para nós e assim tentamos rentabilizar o trabalho.
Aproveito para olhar o céu e admirar as diferentes tonalidades que se apresentam a cada dia, conforme os seus humores. E que lindas são elas todas! A contrastar com a cor das flores dos frutos que hão-de vir, sonha-se já com as marmeladas caseiras do fim do Verão.
Continuo também a esperar e a sonhar com o licor de sabugueiro que planeio fazer, provavelmente ainda este mês, que as flores estão a amadurecer. Suspiro, que é isto que faz o meu coração dilatar-se de prazer.
Aproveito para admirar a natureza no seu processo de multiplicação das espécies. Ver esta mãe gata escondida com as suas crias irrequietas à procura de alimento foi uma imagem enternecedora. É verdade que estamos fartos de tantos gatos por aqui, que estão a ser uma verdadeira praga, mas não há como impedir a natureza de seguir o seu curso e acaba por ser bom saber que não controlamos tudo.
Aproveito para apreciar as abelhas que zumbem ferozmente à volta das glícinias, e nós a usufruir da beleza, do cheiro e da sombra. E ver os prados calmos, que ondulam suavemente ao sabor do vento, produz uma calma indescritível enquanto os pulmões se enchem de ar fresco.
Aproveito para ansiar pela tosquia das ovelhas velhinhas que temos cuidado. Talvez este ano consiga conversar mais com o senhor, talvez ele me dê mais informação que no ano passado, talvez também ele tenha contactado com mais alguém curioso sobre a lã, como eu. Adorei a experiência do ano passado, talvez este lhe adicione mais lições.
De toda esta minha vivência no campo, o que tenho aprendido é que a aprendizagem tem sido um processo muuuuito lento, para mim. Trabalhar a natureza é um processo cíclico, hoje é uma coisa, amanhã é outra, e só para o ano o processo se volta a repetir e se não aprendemos este ano, teremos de esperar pelo próximo... Isso é bom e é mau. É bom, porque nos ensina a paciência. É mau porque, para quem é ansioso como eu, esperar implica também lidar com a frustração de não se ter alcançado o objectivo desejado. Mas importa abraçar as lições da vida e respeitar o seu ritmo próprio. E depois, temos todo o tempo do mundo. Que é como quem diz, enquanto há vida há esperança, e se não houver vida, não é preciso aprender mais neste lado de cá!
Um dia de cada vez e graças a Deus por cada um. E que Maio nos traga motivos para sorrir e agradecer.
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