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domingo, 28 de outubro de 2012

Santa Iria



Conta a história que na antiga Nabância (Tomar) nasceu Iria, uma bela jovem. Desde cedo, Iria descobriu a sua vocação religiosa e entrou para um mosteiro. A região era governada pelo príncipe Castinaldo, cujo filho Britaldo tinha por hábito compor trovas junto da igreja de S. Pedro. Um dia, Britaldo viu Iria e ficou perdidamente apaixonado por ela. Ficou doente de amor e, em estado febril e desesperado, reclamava a presença da jovem. Temendo o pior, os pais foram buscá-la. Iria pediu-lhe que a esquecesse, porque o seu coração e o seu amor eram de Deus. Britaldo concordou sob a condição de que ela não pertencesse a mais nenhum homem. Passados tempos, Britaldo ouviu rumores infundados de que Iria tinha atraiçoado a sua promessa e amava outro homem. Furioso, seguiu-a num dos seus habituais passeios ao rio Nabão, apunhalou-a e atirou o seu corpo à água. O corpo de Iria foi levado pelas águas até ao Zêzere e daí ao Tejo. Foi encontrado junto da cidade de Scalabis (Santarém), encerrado num belo sepulcro de mármore. O povo rendeu-se ao milagre e, a partir de então, a cidade passou a chamar-se de Santa Iria, mais tarde Santarém. Cerca de seis séculos depois, as águas do Tejo voltaram a abrir-se para revelar o túmulo à rainha D. Isabel, que mandou colocar o padrão que ainda hoje se encontra na Ribeira de Santarém. (Fonte)

Segundo a crença, foi ali, na esquina do convento, onde hoje se encontra a estátua da santa, que ela foi apunhalada e atirada ao rio.


 
 E hoje chega ao fim a feira que lembra todos os anos, na nossa cidade, este acontecimento. Novas subidas e descidas na montanha-russa dos pequenitos, a adorada lagarta, só para o ano.

sábado, 6 de outubro de 2012

A excitação começou

Começou Outubro e começou também a ansiedade pelos dias da Feira de Santa Iria, acontecimento anual suplantado apenas pelo Natal, na opinião da ala mais jovem da casa!

Ontem demos uma volta pela Várzea Grande, local habitual da feira e local habitual de passeio em Outubro também, porque ele não quer perder pitada.

Para o ano acho que ele vai organizar uma comissão de boas vindas para receber os senhores que trabalham no negócio dos carroceis, porque isto é mesmo muita giro, e já somos crescidos e não temos medo de andar em nada, e este ano não vamos chorar na lagarta, e até queremos experimentar a Casa Assombrada e tudo! Ah valente, temos homem.

Eu compreendo-o e alinho. Afinal, acontece só uma vez no ano e é um evento cheio de cores, sons, cheiros e paladares. É muita emoção para um coraçãozinho daquele tamanho e ele vive tudo com a intensidade a que tem direito. E pronto, nas próximas duas semanas, até começar a feira, iremos diariamente em peregrinação até ao local da feira ver os progressos das obras de montagem de todo o arsenal que a compõe. ´Bora lá.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A nossa feira

Não podíamos deixar de visitar a nossa Feira de Santa Iria. De passear pelas barracas a ver os diferentes artigos à venda e as animações. Já nem falo da feira das passas, que essa perdeu toda a sua tradição. Sempre me lembro de ver toda a Rua dos Arcos, de um lado e doutro cheia até lá cima, com gente a vender passas dos mais variados frutos. Agora, resume-se a meia dúzia de pessoas na Praça da República, que nem iluminação têm à noite e que está completamente descaracterizada. Uma pena.

Mas o charme das barraquinhas persiste. E aqui faço um tributo à minha mãe que, pelo quarto ano consecutivo, não vem à feira connosco. Sempre que passava por aqui com ela, ela estava sempre atenta. E não deixava passar uma feira sem me oferecer uma utilidade doméstica. Já era da praxe. Eu fingia que não percebia nela a intenção, ela fingia-se desinteressada e assim passeávamos, a namorar todas aquelas peças que fazem o brilho de qualquer cozinha ou dona-de-casa. Já fiz bolos de arroz dentro daqueles arquinhos próprios, e ela escolheu logo os inoxidáveis para não se estragarem, e a verdade é que continuam impecáveis até hoje. E já peneirei muita farinha naquelas peneiras pequeninas, que às vezes também serve para apresentar o pão à mesa, juntamente com um paninho bonito. Momentos que não voltam, mas ficam...

Já andávamos a ressacar o cachorro quente, que só faz sentido comer aqui na feira, e não há como este. Pão caseiro cozido ali à nossa frente em fornos redondos, com a salsicha, batatas fritas e todos os molhos a que temos direito. É só uma vez no ano... Isto para desenganar quem pensa que vem à feira e pode comer lagosta, sapateira, caviar e outros acepipes requintados, como me foi dado a perceber em conversa. Aqui come-se o belo do frango assado, bifanas, sardinhas assadas, cachorro quente, castanhas assadas, churros, farturas, algodão doce, pipocas, e a boa da água pé. Aqui come-se à grande e à portuguesa.





Para a carraçinha, estes poucos momentos foram vividos com intensidade, em especial quando andou com as primas nos carrinhos-de-choque e nas motas-de-choque, que isto hoje em dia há de tudo em tamanho pequeno, para os pequenos usufruírem o que no meu tempo de miúda só viviam os grandes. Valeu a pena vê-los tão felizes. Ele, descansado no cuidado das primas; elas, orgulhosas da responsabilidade de guiarem o primo pelas loucuras que elas já conheciam. Muito bom de ver e de sentir.

domingo, 10 de outubro de 2010

A Feira vem à cidade

Já estão a montar a Feira de Santa Iria, a nossa feira anual, que vai começar já no próximo dia 15, Sexta-feira. Um acontecimento. Especialmente quando se é pequeno e/ou se tem crianças pequenas!

Apesar de estar a chover, tivemos de ir lá abaixo ver qualquer coisinha, só para matar a curiosidade da carraçita, que já não aguentava esperar mais.

Este aqui vai ser a Lagarta. Ele andou comigo ali no ano passado - a montanha russa dos pequenitos. Detestou. Aliás, apesar do meu canitas ADORAR a Feira de Santa Iria, não é lá muito fã dos carroceis. Anda, mas quase para nos fazer o favor. Acho que ele gosta mesmo é da animação, da cor, do passeio, do algodão doce, do cachorro quente, das barracas de brinquedos, da emoção do querer experimentar tudo mas não querer ao mesmo tempo... Enfim, é um menino que até nos sai económico, eh eh.

Mas este ano, que já é um homem, pois tá claro, vai andar na Lagarta sem problemas. Mas... pensa lá com os botões dele e acrescenta: "Eu depois vejo se quero andar ou não." Ok, filhinho, sem stress.

É tudo tão colorido já.

Ao menos isto da feira está a fazê-lo esquecer do Natal. "Mãe, quando é que chega o Natal?" Pergunta todos os dias. "Mãe, eu quero que chegue o Natal." "Mãe, mostra-me no calendário quando é o Natal." "Mãe, onde é que está a caixa da Árvore de Natal?" "Mãe, ainda falta muito para chegar a Dezembro?" Socorro! Eu pensava que gostava do Natal... até conhecer o meu filho!


E apesar dos pinguinhos que caíam, ainda tivemos tempo de ir apanhar agúdias. Há-as às dezenas nas paredes e nos muros e nos vidros e por todo o lado! Hoje fez uma bela colecção, mas ele é lindo, porque acaba sempre por libertar todos os animais que apanha.


E o musgo nas árvores e o tempo cinzento fazem-me já antever o que nos espera em Dezembro: mais uma ida à Mata buscar musgo para o pequeno presépio. Um pequeno presépio onde deveriam figurar a vaquinha, o burrinho, a Maria, o José e o menino Jesus deitado em palhinhas. Quanto muito, um sininho por cima, para anunciar o nascimento do menino. Mas este presépio tem direito a cogumelos, bolotas e tudo o mais que ele conseguir trazer. Ainda bem que eu não o deixei trazer a salamandra que encontrámos lá no ano passado! Mas é tão bom... Recorda-me quando, eu própria, ia com a minha mãe arrancar o musgo nos muros húmidos da aldeia. Lembro-me tão bem do cheiro, da cor, da humidade, do frio e do alento que era estar a viver uma quadra única. E na Mata, eu e a carraçita repetimos o ritual. O cheiro é idêntico, bem como a cor, a humidade e o frio. Sabe mesmo bem.