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sexta-feira, 22 de julho de 2016

O nosso Verão tem sido assim








Falo da parte boa deste tempo quente, claro, que nos permite juntar alguns membros da família ao ar livre, à sombra dos sobreiros e à volta de uma mesa e bancos improvisados. Falo da parte do pouco tempo que me permito desfrutar e relaxar. Falo da parte em que, por tudo isto, permito que o calor não me sufoque assim tanto. Falo da parte em que faço nascer possibilidades do tempo que usufruo junto de outros. É quase como se estivesse de férias. Numa fase em que trabalho mais horas do que alguma vez trabalhei... Quase que consigo dizer: "E viva o Verão!"

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Destes dias de Outono









Os dias no nosso pedaço de terra fazem-se com mais calma, agora que a chuva rega a horta e impede-nos de fazer tantas actividades no exterior. O frio do fim de tarde faz apetecer um chá ou um café quentinho enquanto se aprecia o momento. Entretanto, quando a chuva teima em cair, aproveitamos o tempo para fazer "obras" na Flor, aquelas coisinhas que andamos a planear há tempo para a tornar mais confortável e prática para nós. Ainda que não se note muito deitámos o espaço do wc abaixo, uma vez que não fazia sentido ali, pois não o utilizávamos (senão para arrecadação) e ao deixar esse espaço livre, podemos utilizá-lo para colocar a nossa mesa de refeições e deixar a cama permanentemente aberta. Agora falta cobrir a parede com o papel decorativo e pôr os "móveis" no sítio. Aproveitámos também para outras pequenas remodelações, pequenas mas de grande efeito estético para nós, e bem mais prático, que é o que se quer. 
Lá fora, quando o sol reaparece ou pelo menos as nuvens retêm a chuva lá em cima, aproveitamos para ajeitar as árvores, fazer planos para o que precisa de ser feito e vemos o que sobrou das sementeiras da estação passada. E ainda aproveitamos rabanetes e outros legumes que agora voltam a produzir da semente que ficou na terra. Tudo se renova.
E aproveitamos também para apanhar a azeitona que as oliveiras nos deram. Ao fim de tantos anos de abandono, o ano passado foram tronchadas e este ano recomeçaram a produzir, para nosso orgulho e para contradição daqueles que vaticinaram um fim terrível para aquele pedaço de terra. 
E no meio disto tudo, é bom chegar ao fim do dia cansados mas felizes, dando graças por mais um dia em que colhemos os frutos do nosso amor e empenho.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Mãos (e olhos) ocupadas, mente ocupada :) V













As mãos e todo o corpo, diga-se, têm andado bem ocupadas nos mais diversos trabalhos. Mas a verdade é que, se dou o máximo enquanto trabalho, quando paro, procuro aquietar-me o mais possível, fazer as coisas com calma e lentamente. Mais do que nunca sinto isto. É uma necessidade de desacelerar como se com isso estivesse a ir de encontro àquilo que procuro e me define e me dá sentido para viver. Chega a ser estranho, porque sempre fui meio stressada e ansiosa e a querer tudo para ontem. Talvez seja a idade. Mas então é uma idade boa, esta. Porque só diminuindo o passo consigo aperceber-me melhor do momento presente, ter consciência do que ele significa e conhecer melhor o significado de certas coisas, para além de que isso me permite ter prazer naquilo que faço.
Assim, estar sentada à porta da Flor assume o significado de um momento solene, enquanto olho para o céu em agradecimento antes de esboçar planos e anseios num caderno oferecido com amizade. Assume outro significado também executar tarefas novas e para as quais pensava não ter a mínima aptidão, bem como apanhar legumes na horta e a seguir ir fazer um almoço delicioso para os amigos no meio da natureza. Assume outro significado fazer limpezas em casa e poder depois descansar no sofá que ia para o lixo, perto da Flor, já com a mantinha da avó nas pernas, porque as tardes se vão fazendo frias. E enquanto se descansa do descanso, é de toda a importância passear pelo meio da natureza e aperceber da aproximação do Outono e preparar já o recanto dos passarinhos, proporcionando-lhes um bom poiso para se alimentarem nos meses que aí vêm e em que a abundância não é tanta. De facto, ocupar as mãos com algo produtivo, mexe com a nossa criatividade, que melhora a nossa auto estima conforme vamos conseguindo progressos, que nos permite um maior auto conhecimento e assim nos vamos construindo na direcção da pacificação e resolução.
Todos estes momentos, vividos sem pressa, são de uma preciosidade incrível. E fazem com que, quando chegam aqueles menos bons, esses sejam enfrentados com mais serenidade. Sem dúvida, vale bem a pena desacelerar!


terça-feira, 25 de agosto de 2015

Notícias da Flor












A Flor voltou a ter vida. Durante uns meses, foi arrecadação das ferramentas que serviram de apoio à nossa agricultura. Cansada do desmazelo a que a vi votada, pus mãos à obra e, homem na horta, mulher na "casa" e cria a ajudar com todo o empenho, depois de esfregar, limpar, lavar, sacudir, mudar, abrir, fechar e arrumar, a Flor voltou a respirar ar puro, com muita vida a entrar e a sair dela. Cama e sofá ao rubro, fogão a bombar, lava-loiça a lavar, mesa e cadeiras cá fora para comer, tudo é usado com alegria. Muita cor na Flor com as velhas mantinhas de retalhos da avó materna e almofadas das mais variadas proveniências mas com um aspecto em comum: o amor com que foram feitas à mão. Um orgulho artesanal, esta "casa".
Cá fora, a limpeza também se impõe. Cortada a erva seca, que o Verão tem sido rigoroso, chegou a vez de a amontoar para a queimar quando chegar o tempo de fazer borralheiras. Pentear o chão para amontoar também as folhas secas dos sobreiros para com elas vir a fertilizar a terra para as culturas, fez-me sentir uma verdadeira Vovó Donalda, uma das minhas personagens favoritas da infância. Adorava a quinta onde ela vivia, o tractor que conduzia, as tartes que deixava à janela a arrefecer, a casa cuidada, o celeiro grande, os montes de folhas que fazia no Outono para os sobrinhos espalharem em brincadeiras, suspiro... Lembro-me de sonhar com ela na altura e hoje, sinto-me como ela :). E viva a Vovó Donalda!
Tempo também para apreciar a colheita de azeitona que se aproxima. Depois das oliveiras limpas no ano passado e apesar de ainda pequenas, estão carregadinhas de promessas para o fim do Outono. 
Tudo neste meu pedaço de terra me inspira. E que bom é chegar ao fim das tarefas e gozar de momentos de descanso a bordar ou a ler. Até a carracinha se delicia com o novo livro dos recordes. Um orgulho, vê-lo assim sossegadinho, a ler. Momentos raros! Por isso mesmo, aproveitados ao máximo :).

domingo, 16 de agosto de 2015

A sentir-me abençoada...








Quando os dias se fazem sem pressa, quando se agradece cada momento bom, quando se entra nas brincadeiras de uma criança, quando se pára para observar a natureza à nossa volta, quando se partilha uma refeição para estar junto e deixar boas memórias, não há como não ser grata.
Sou feliz com o pouco de muitos, mas um pouco que para mim é tudo. Com este pouco-tudo nos meus dias, só posso sentir-me abençoada...


sábado, 7 de junho de 2014

Mais do mesmo


Mais do mesmo para quem apenas assiste. Mas para quem vive, há novidades todos os dias! Como chegar "a casa" e ver este ferreiro, de cores lindas, com as costas da cor da ferrugem luzidia.


E como ver que as batateiras já têm flor e estão quase prontas para arrancar.


E um espectáculo mesmo é espreitar o pica pau. De cortar a respiração.


Vem visitar-nos todos os dias e mal ele sabe que já é famoso e que a internet é o mundo dele, eh eh.


Com a parede do espelho também forrada com o mesmo papel floral, a nossa linda ganha outra vida e convida a ficar. Mas o exterior é tão apelativo, a terra chama-nos a toda a hora e há sempre imensos afazeres lá fora.


Como fresar a terra que está pronta.



Oh pra mim a pegar o touro de frente, como diria o meu padeiro agricultor. Falta-me a experiência, sem dúvida, mas com o tempo hei-de pegar-lhe o jeito, tenho a certeza. Vontade não me falta e é tão bom aprender a fazer de tudo um pouco.


Tempo ainda para admirar a obra da natureza em conjunto com a do Homem. Aproveitamos um tronco de oliveira oco, entalamo-lo entre dois sobreiros que, conforme vão crescendo, vão apertando o tronco e dando-lhe mais estabilidade para o fixar bem à terra. E depois é ver as flores crescer e dar cor e vida.


E também para observar as crianças, que brincam, inventando jogos e brincadeiras cuja imaginação ultrapassa qualquer filme de ficção.


Mas é tão bom vê-los a crescer em amizade.



Entretanto a noite cai. Hoje fica-se até mais tarde. A noite está serena o os pirilampos não tardam a vir visitar-nos, enchendo o ar de luzinhas de Árvore de Natal.



Foi o melhor que consegui. Tentei de outras maneiras tirar uma boa foto mas a verdade é que é bem mais divertido observar a vida do que "perder" tempo a tentar fixá-la dentro de uma máquina fotográfica. Porque as emoções só se vivem uma vez.