sexta-feira, 31 de julho de 2015

Tarde cheia















No campo e em plena época de colheita, todos os momentos são cheios. E tendo passado mais tempo na cozinha do que lá nos últimos tempos, hoje a tarde teve sabor de primeira vez. Apesar de os momentos para o registar tivessem sido poucos, tamanha a azáfama do regar, colher, cortar, limpar, carregar, entregar, etc. :)
Mas os poucos momentos em que me permiti usufruir do MEU tempo, foram vividos com convicção.
O tomate agora é rei. Chega aos montes, para colorir a cozinha e fazer delícias nos cozinhados. 
Mas descobri que a flor da beringela é linda.
E descobri que dentro da estufa crescem as mais lindas flores. Abrir a porta e receber os odores inebriantes que adentram a alma, bem como as cores que quase cegam, é inesquecível.
Observar bichos do campo como se de um primeiro encontro se tratasse também foi marcante. Abelhas carregadas de pólen, insectos com carapaças dignas de um artista, velhas lagartixas sempre esquivas, aves saídas do rótulo de um Famous Grouse e mais outros bichos, todos, hoje, resolveram brindar-me com um "sê bem-vinda de novo ao clube".
Observar a barba do nosso milho que cresce até ao céu, semeado ao acaso e sob condições pouco dignas de uma semente que se preze, é um hino à força da natureza e um orgulho enorme.
E colher, colher muito. Feijão para secar, cebolas, alfaces, pepinos, tomates, tomate cereja. Muito tomate cereja. Muito de tudo e promessas de muito mais.
E assim se fez uma tarde, disto e muito mais, que uma tarde de trabalho no campo tem muito que se lhe diga, ah pois tem. :) 

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Mãos ocupadas, mente ocupada :) III
















Eu já sabia que, assim que o Verão chegasse e a horta começasse a produzir em força, começaria a minha azáfama na cozinha. Porque desde há uns poucos anos que tenho receitas para pôr em prática, receitas com produtos da horta, receitas que privilegiam os bons sabores do que é natural. Auxiliada pelo livro do costume, estou a adorar estar ao fogão. E auxiliada também pela minha vontade de aproveitar tudo o que da terra vem para que nada se estrague e para que as refeições fiquem saborosas.
Vivo dias mais calmos agora. Preciso deles para me pôr em ordem. O homem na horta e eu na cozinha :). Pura delícia!
A casa enche-se de aromas que saem do fogão e da mistura dos diversos ingredientes. E saem batidos, granizados, compotas, branqueamentos para congelação, chutneys e outras experiências várias que enchem os meus dias e a minha alma. 
E à noite, lá chega o homem, cansado mas feliz, com mais cor e variedade da horta para dar continuidade a tantas experiências que virão. Eu recebo-o, agradecida e feliz também, por me ver rodeada de tão recompensadora tarefa.
Sem dúvida, enquanto as mãos estão ocupadas a fazer coisas boas, a mente está igualmente ocupada a pensar coisas ainda melhores...


segunda-feira, 27 de julho de 2015

Aprender de Cor quem Amamos


Comportamo-nos como se as pessoas de quem gostamos fossem durar para sempre. Em vida não fazemos nunca o esforço consciente de olhar para elas como quem se prepara para lembrá-las. Quando elas desaparecem, não temos delas a memória que nos chegue. Para as lembrar, que é como quem diz, prolongá-las. A memória é o sopro com que os mortos vivem através de nós. Devemos cuidar dela como da vida.
Devemos tentar aprender de cor quem amamos. Tentar fixar. Armazená-las para o dia em que nos fizerem falta. São pobres as maneiras que temos para o fazer, é tão fraca a memória, que todo o esforço é pouco. Guardá-las é tão difícil. Eu tenho um pequeno truque. Quando estou com quem amo, quando tenho a sorte de estar à frente de quem adivinho a saudade de nunca mais a ver, faço de conta que ela morreu, mas voltou mais um único dia, para me dar uma última oportunidade de a rever, olhar de cima a baixo, fazer as perguntas que faltou fazer, reparar em tudo o que não vi; uma última oportunidade de a resguardar e de a reter. Funciona.

  
Miguel Esteves Cardoso


sexta-feira, 24 de julho de 2015

Farfalle com ricota, tomate-cereja, azeitonas e manjericão



Só no fim de quase tudo comido é que me lembrei de tirar uma foto corrida para deixar para a posteridade. Porque a primeira refeição com os nossos tomates-cereja foi digna de registo, foi sim senhora.

Cozer o farfalle, adicionar uma embalagem de queijo ricota de 250g e misturar bem. 
Juntar 300g de tomate-cereja fresco partido ao meio, seis folhas de manjericão cortadas às tiras finas e 50g de azeitonas às rodelas. Temperar com sal grosso e pimenta-preta em grão moída na altura. Servir frio, enfeitado com folhas de manjericão.

E deliciem-se!


quarta-feira, 22 de julho de 2015

Mãos ocupadas, mente ocupada :) II



segunda-feira, 20 de julho de 2015

Uma boa semana a todos


A gratidão nasce no solo fértil da humildade. Quem não é humilde, pensa sempre que tudo lhe é devido e queixa-se do que não recebe. A humildade, pelo contrário, torna-nos gratos, porque nos damos conta de que nada merecemos do bem que recebemos.

(As palavras não são minhas, mas bem poderiam ser, daí o tê-las copiado, mas infelizmente perdi a fonte...)


sábado, 18 de julho de 2015

Ice tea com limão e hortelã



Para um jarro de 1,5l:

5 saquetas de chá preto
sumo de 2 limões
10 folhas de hortelã
açúcar
1l de água
gelo

Colocar os pacotes de chá num jarro e pôr 2,5dl de água a aquecer. Quando estiver a ferver, juntar às saquetas de chá e deixar em repouso durante 30 minutos.

Ao fim desse tempo, retirar os pacotes e acrescentar a restante água e o sumo do limão. Pôr açúcar a gosto e mexer. Adicionar as folhas de hortelã e levar ao frigorífico.

Servir com rodelas de limão e bastante gelo. É uma bebida que quanto mais fresca, melhor o sabor.

Dica: este chá pode variar, usando outras ervas, como ramos de tomilho-limão ou de alfazema, para aromatizar.

Mais uma receita fresquinha tirada daqui, para os dias de calor e em que podem ser adicionados produtos da horta. Do melhor que há para celebrar o Verão com amigos.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Mãos ocupadas, mente ocupada :)



terça-feira, 14 de julho de 2015

Pausa...











A tarde cai...
A casa está serena, é o que faz a ausência de crianças. Também sabe bem um momento assim. Calmo. Embora a disposição não seja a melhor... Alguma dor de garganta, algum frio apesar dos quase 30 graus que estão lá fora, mas paciência. O sol põe-se. E deste lado da casa, é vê-lo a amarelar as árvores e as casas lá ao fundo.
O vento uiva com força. Verão esquisito, este. Talvez daí as dores de garganta...
Na televisão passa um filme sobre jovens irreverentes que passam por delinquentes, apenas por não serem compreendidos. A dança é a mensagem; o corpo, mente e coração, o meio. Comovo-me. Penso na vida...
Nada como lutar pelo que se acredita. Quebrar as regras pode ser a regra. A algum lado se irá chegar. Importa acreditar, sempre. E não desistir...
Enquanto as flores abanam ao vento nas floreiras da varanda do meu 3º andar, penso na vida. E percebo que o meu ritmo é lento. Lento... Mas não por ser preguiçosa. É por querer saborear cada momento. Desfrutar e agradecer. Rápido, não consigo. Mas descobri que tenho andado rápido demais. Tão rápido, que também rapidamente cheguei à exaustão.
Assim, entre as flores da minha varanda na cidade e as cestas repletas de cenouras, curgetes e pepinos da horta, apercebo-me que o cansaço é enorme. Muito maior que tudo isto.
Não encostei à box, não baixei os braços, não desisti, estou apenas a descansar... :)

sábado, 11 de julho de 2015

A cidade mais linda!

A minha, claro!
Tomar veste-se de cor e papel estes dias, para a Festa dos Tabuleiros. E muita gente a vem ver. Na minha calma e na melhor companhia do mundo, a minha cria, revisitamos a cidade com outro olhar. São estes momentos que ficam no coração para sempre, recheando-nos de alegria e emoção quando a memória apelar para eles. E saber disto, enche-me a vida enquanto caminhamos, partilhamos um cachorro quente, damos as mãos, conversamos e fazemos tudo o que de bom uma mãe e um filho têm direito num momento destes :).