terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

As melhores viagens respondem a questões que no princípio nem pensavas perguntar


Neste processo que envolve o crescimento e o passar do tempo, é bom termos consciência das diferentes etapas pelas quais passamos. E parar. Parar para absorver a aprendizagem e interiorizar as lições importantes que nos vão ajudar a alcançar a etapa seguinte com mais serenidade e segurança. 
Sou ansiosa. Sempre fui. Demasiado, por vezes. De uma forma dolorosa. Sempre o soube, mas só há pouco tomei a consciência das áreas da minha vida que essa característica afecta. E por isso estou a aprender. A aprender a desacelerar, a perceber que cada coisa e pessoa têm o seu ritmo próprio. Não adianta querer que as coisas aconteçam antes do tempo. Atropelar o ritmo só vai trazer acidentes. 
Assim, quando a ansiedade bate, nada melhor do que parar e inspirar. Depois expirar e sentir o coração dilatar-se diante da segurança que a serenidade traz. Não adianta atropelar os ritmos, mesmo que saibamos o final do circuito. Cada coisa e cada pessoa têm o seu tempo. E com tempo, lá chegarão. Se eu já estiver à espera, lá estarei de braços abertos para receber quem acabou de chegar. Se eu não estiver, chegaremos ao mesmo tempo e isso é melhor ainda. 
É bom percebermos em nós aquilo que os outros chamam defeitos e tentar desacelerar. Em breve perceberemos que aquilo que era defeito se tornou em mais um pilar forte da nossa personalidade. 
Acredito na força do amor e no caminhar na vida. 

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Fevereiro


E Fevereiro já vai a mais de meio... O tempo foge, embora eu tente não ter pressa. Mas as actividades são tantas, que nem damos por ele nos escorrer por entre os dedos. A agenda risca-se e rabisca-se folheando as páginas do tempo que urge preencher com planos e concretizações. Até aqui, viveu-se sobretudo a nossa horta, por entre chuva, vento e frio; celebrou-se o dia do amor com flores, biscoitos e saquetas de chá em forma de coração e lá mais para o fim, irá celebrar-se o dia em que fui mãe e a minha alma deixou de ser independente. E, conforme o tempo passa, sinto cada vez com mais convicção que me está a ser ensinado a pescar em vez de me estar a ser dado o peixe. Sem dúvida, a melhor forma de subsistência. Como sou grata pelo presente mês de Fevereiro que me chegou, como todos os outros, em forma de ensinamento.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O que é suposto ser, irá encontrar sempre uma maneira


Um bom fim de semana todos, cheio de paz e descanso na alma.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Nos entretantos...



Enquanto se faz e não faz, enquanto avançamos e recuamos, enquanto os planos se aplicam a um ritmo inferior ao seu crescimento, a vida acontece noutras vertentes. E, viciada que estou no meu livro de crochet, estou a adorar os trabalhos que estou a executar consoante o ponto ensinado. Nada melhor para um serão em que o cansaço não nos apaga e podemos decidir sentar confortavelmente no sofá, do que conversar conversas bonitas e aprender coisas novas. Estou a adorar experimentar diferentes tamanhos de agulhas e perceber como eles condicionam o ponto. E a textura da lã é óptima para esta época do ano, tão confortável e apetecível. Terminei o chapéu feito em ponto raso. Como não uso a lã indicada, tendo de optar por uma muito mais barata, dificilmente o resultado final será o suposto. Mas não importa. Ainda que a foto possa não dar a entender, este meu primeiro chapéu poderá ficar bem na cabecinha de qualquer bebé que sinta frio na sua carequinha. Ficou pequeno em relação ao pretendido, mas eu adoro-o e adoro tocar na maciez da lã. 
São estas coisas que me deixam feliz, tão feliz!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Nada como ser-se, simplesmente...




"É fácil viver no mundo conforme a opinião das pessoas.
É fácil, na solidão, viver do jeito que se quer.
Mas o grande homem é aquele que, no meio da multidão, mantém a independência da sua solidão."

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Sobre acreditar, sempre





Um pássaro pousado numa árvore nunca tem medo que o ramo se parta, porque a sua confiança não está no ramo mas nas suas próprias asas. Acredita sempre em ti. (desconhecido)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Um outro lado de mim






Faço muitos balanços ao longo dos dias, enquanto organizo a casa, tiro aqui e ponho ali, limpo, lavo, arrumo. Recordo, vivo e antecipo. Sou uma pessoa do momento, mas não consigo deixar de ser também uma pessoa dos três tempos. E no momento, em que o que nos é sugerido é um tempo de recolhimento pelo tempo que faz lá fora, adoro estar em casa e rever o que sou.
Relembro os meus primeiros anos de vida até ao final da adolescência. Cresci entre o campo e a cidade. Cresci entre cá e lá, amando os dois e não pertencendo propriamente a nenhum, se me pedissem para decidir. Foi difícil? Nada. Quando crescemos num determinado meio ambiente, assumimos que aquela é a normalidade. E assim foi. Tirei partido de ambos os mundos, sendo eles próximos o suficiente para não ser um ajuste assim tão grande na minha forma de ser e de viver. 
E hoje reparo que vivo de maneira semelhante. E dou graças a Deus por isso. Mas a verdade é que foi uma vivência atrás da qual não corri. Foi-me oferecida. E eu aceitei. E agora, passados mais de 365 dias sobre essa aceitação, tomo consciência desse facto e percebo porque me sinto a ajustar-me diariamente à minha vida; porque me sinto tão cansada... Tomar consciência disso alivia-me o fardo das interrogações. E assim posso sossegar e tomar decisões mais coerente se acertadas, de acordo com o que sou e o que quero. 
Por isso é tão bom crescer e amadurecer. É um processo longo, este... Mas sempre positivo, quando de tudo se tira partido e retira o melhor.
O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo - Winston Churchill. Deparei-me com esta frase num outdoor, vinha eu do trabalho, duma cidade distante, cansada, no final do dia. E de repente tudo fez sentido, as peças encaixaram-se e eu sorri. No meio do cansaço e do desânimo, há alguém que nos esclarece que, durante todos os tempos, muitas outras pessoas que hoje sabemos que alcançaram o sucesso, seja ele de que forma for, já chegaram a um fim de um dia de trabalho cansadas e algo as motivou a não desistirem do que sonhavam e do caminho que acreditavam ter de percorrer.
E assim é. Hoje, olhando para os mais de 365 e dias que ficaram para trás, voltando a viver entre o campo e a cidade, percebo o quanto do caminho já foi percorrido, o quanto já alcancei rumo ao alvo que desejava alcançar, o quanto foi acrescentado à minha vida. E percebo também que o meu ajuste não se deve apenas ao facto de viver entre dois mundos que adoro, mas ao turbilhão de emoções que isso me trouxe. Portanto, obrigada, Mr. Churchill. Foi bom encontrar-me com este seu pensamento. Que a sua alma descanse em paz, como eu em paz desejo viver com a minha...

domingo, 8 de fevereiro de 2015

É por isto que eu gosto tanto do Inverno IV




Em vez de reclamar contra a chuva e o frio, há que aproveitar para desenhar a vida enquanto respiramos e o sangue corre quente em nós. Em vez de reclamar, é melhor aproveitar o tempo que a chuva nos obriga a parar e procurar abrigo, para reflectirmos e pôr planos e pensamentos em ordem. Anotar tudo num caderninho bonito ou fazer nascer luz de uma conversa acesa, é tudo de bom. E depois há aquele tempo em que o sol espreita e tenta combater as nuvens formando arco-íris ou iluminando as primeiras flores do campo, que povoam a terra e enchem a nossa alma. Desses momentos só podem nascer bons pensamentos e a esperança de bons tempos por vir.
Desejo a todos um resto de bom fim de semana. Que o sol possa brilhar e iluminar tudo com o seu brilho especial de Inverno.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Mais da nossa horta










Se há algo que caracteriza a vida no campo e na agricultura, é que não há dias de sol nem dias de chuva, não há férias nem feriados. Há sim, uma boa gestão do tempo, que nos permite usufruir dele de uma outra forma. Mas mesmo em dias de chuva, é necessário ir. Porque há tarefas a cumprir e de fato de oleado e galochas, não há intempérie que nos meta medo! Abundam as couves coração, lombardas e as couve-flor já começam a fazer brilharete, enquanto que as tronchudas já quase se foram. Ai as tronchudas, meu Deus, só de olhar para elas me apetece comê-las assim, cruas! As roxas vão progredindo também, e é uma delícia para o olhar ver aquela cor intensa em contraste com o verde ao redor. E em dias de chuva, parece até que o contraste se evidencia. As ervilhas também vão crescendo fortes e as batatas, plantadas numa terra gelada há várias semanas, só agora começam a rebentar a terra. E torna-se necessário cuidar dos alhos com a cinza da lareira para que o piolho e a moléstia não lhe cheguem. Saberes antigos que produzem efeito nos dias actuais e me deixam tão feliz ao sujar as mãos para lançar o pó queimado pelo ar. E depois há as cenouras, as favas, os coentros, mais rabanetes, mais de tudo um pouco. Todos os cheiros se misturam, todas as cores formam um arco-íris único e eu sou tão feliz no meio desta terra. E acreditem, não há nada com que me sinta mais sexy do que com umas galochas calçadas! ;)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A nossa horta






Muitas são as novidades da nossa horta, faça chuva ou faça sol. É sempre uma emoção ver a evolução a cada dia, porque em cada dia nada é igual, tudo já se transformou e evoluiu para uma fase seguinte. A natureza é assim, sempre surpreendente, sempre em actividade. A hortelã e a salsa voltam a despontar, depois de promessas de morte que não se cumpriram. As folhas dos morangueiros prometem mais frutos do que no ano passado. E o nosso amigo pisco não pára de nos acompanhar nas nossas aventuras. Até já sabemos quais vão ser os seus próximos movimentos, já lhe conhecemos os poisos e não é difícil ver onde ele está. O difícil mesmo é que ele pose com pose de passarinho fotogénico para a máquina - isso é que ainda é uma miragem no meu horizonte... E em dias de sol, é lindo, lindo, ver as abelhas atarefadas a beijarem as flores dos grelos. Fico emocionada com tudo isto, mas o trabalho chama-nos e é necessário algo mais do que a simples contemplação embevecida... É necessário colher, cuidar, tratar, fazer chegar o produto da terra a quem aprecia verdadeiramente o que é saudável!