Dona Agulha era o nome da loja que tive. No centro histórico da cidade, num espaço com paredes de pedra e um arco também de pedra ao meio. No Inverno escorria água por esse arco abaixo. Não sei como não ganhei crises de reumático, lá. Saudades...
Dona Agulha explica aquilo que gosto de fazer: trabalhar com as mãos e com agulhas. "Especializei-me" no ponto cruz, mas a verdade é que também já andei por outras deambulações. Hexágonos de tecido unidos para formar uma colcha, e exclusivamente feita à mão! Bom, o mérito não é assim tanto, porque na verdade nunca me entendi muito bem com a máquina de costura.
A verdade é que me diverti muito a fazê-la e se bem que a intenção inicial fosse fazer uma colcha de casal, o desespero fez-me decidir pela colcha de solteiro. E o solteiro eleito hoje, é a carraçita. E o cor-de-rosa fica-lhe bem! E é bem divertido contar-lhe a história de cada pedaço. "Olha, este aqui era de uma saia da mamã, quando era da tua idade. Este aqui era do pijama do avô Ribeiro e este de um vestido da avó Manuela." E ele ouve com atenção, curioso que anda com todas as histórias de família. Só tem uma preocupação: "É a sério, mamã? É verdade essa história?" E vai registando todas as histórias verdadeiras do passado, construindo assim um presente e um futuro assentes em valores eternos.
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