Mostrar mensagens com a etiqueta Chuva. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Chuva. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Água abençoada










Há largas semanas que andava a pensar na chuva. Sentia-lhe a falta. Não é que estivesse ou esteja particularmente ansiosa pelos dias cinzentos que nos tiram o brilho, pelos dias molhados que nos impedem de usufruir das delícias lá fora, pelos dias frios que nos fazem arrepiar todos os cabelinhos, mas sinto falta da chuva. Muita. Porque também penso na terra. E na falta que ela deve sentir da chuva. Nas saudades que deve sentir de se saber lavada e saciada para poder florescer. Sim, sinto falta de cada gotinha de água. 
Os invernos hoje não são como os de antigamente, ouço muitas vezes. Antigamente chovia copiosamente durante três meses seguidos. Hoje, somos abençoados com muitos dias de sol durante o Inverno. E deliciamo-nos com isso. Mas... e a terra? Também se deliciará? Ou ressentir-se-à da falta que lhe faz sentir-se mimada? 
Não sei... Penso na chuva... Em como não gostamos dela, mas em como ela nos faz tanta falta! Para tornar a paisagem mais verde e colorida no seu tempo próprio, para dissipar os tons castanhos monótonos do Verão, que nos secam a boca e a pele só de pensar e para nos dar a água que sacia a sede. 
Olho para a terra e penso na chuva. Não consigo evitar. E anseio por ela. Anseio por contar os dias em que ela cairá neste resto de ano e no próximo que está a chegar. A água é fonte de vida e não há água como a que cai do céu.
Bom, mas pelo menos por ontem e por hoje, os meus olhos e a minha alma já se regalaram com a vista da minha janela, húmida, cinzenta e baça; com o ar lavado e as gotículas que se penduram pelos estendais; com a sensação de agradecimento que a terra deve de estar a elevar ao céu. 
Que venha ela, a chuva, no seu tempo e medida certos.


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Gosto disto


Gosto de dias cinzentos.
Gosto de chuva.
Gosto de Domingos solitários quando a solidão é desejada.
Gosto de ver a praça deserta porque é Domingo de chuva e as pessoas estão recolhidas em casa.
Gosto do cheiro do ar molhado.
Gosto do conforto a que este tempo me remete.
Gosto de gostar de tudo isto e de tantas outras coisas.

domingo, 3 de outubro de 2010

Chuva, hoje

Hoje tivemos o primeiro dia de chuva a sério. Chuva tocada a vento. Na cidade, era só ramos de árvores no chão e pelo ar. Até veio uma folhinha parar à nossa janela e ali ficou colada.


Um bom dia para ficar em casa a ver filmes... Abelha Maia, Pipi das Meias Altas e por aí fora. E acreditem: estas são as originais! Mas a minha riqueza gosta. É giro ver estes filmes porque me faz ver como tanta coisa mudou em mais de 30 anos. Os filmes eram tããão parados em comparação com o speed de hoje. Quase me admiro como não adormecíamos a vê-los. Mas a verdade é que exerciam fascínio sobre nós e eu até tinha a caderneta completa da Abelha Maia e tudo. Estas cassetes de vídeo (sim, que aqui em casa ainda não aderimos ao leitor de DVD...) foram-nos oferecidas por uma amiga que se queria livrar do que já não lhe servia e serve agora tão bem a carraçita. A par dos Gormiti, Noddy, Ruca, Vila Moleza, O Mundo de Todd, etc. etc., 30 anos depois, a nossa riqueza vê os mesmos filmes que os pais. Com a diferença de que ele pode vê-los a qualquer hora. Nós, ao invés, tínhamos de esperar paciente e ansiosamente pela hora dos bonecos no canal 1!

Mas abstraindo-me da bonecada e da chuva, esta semana deparei-me com um bairro novo no Entroncamento. Novo, porque nunca lá tinha ido parar, e fui lá por engano, mas é realmente velho, tão velho, que é um bairro fantasma.
Fez-me pensar que, na minha fraca opinião, parte dos problemas mundiais e em particular, do nosso país, para além de causados por fontes de duvidoso interesse, são consequência de pura má gestão. Este é um bairro fantasma, creio que só uma casa ou duas ainda estão habitadas, mas dá ideia de que foi muito bonito outrora. As casinhas alinhadas, telhados bonitos, chaminés trabalhadas, cantarias trabalhadas, jardim em volta. As ruas muito alinhadas, cada uma identificada com uma placa de letras azuis e desenhadas. Pode até ter sido um bairro social, mas cuidado. Agora, está tudo abandonado, estrada esburacada, ervas por todo o lado. E eu pergunto-me: não é um contra senso haver assim tanta casa abandonada, e ao mesmo tempo, tanto desalojado? Aquele bairro ali a ruir, e a construção quase desenfreada não pára e o número de pessoas a viver em condições miseráveis também não pára de aumentar. Que desperdício!


Esta casa, também abandonada, fica mesmo ao lado desse bairro. Não sei o que terá sido (acho que está na altura de investigar a história do Entroncamento) mas as casas fantasma eram da mesma traça.

Depois de uma tarde de arrepios e muitos pensamentos, sabe bem chegar a casa ao fim do dia e encontrar a paz.

E no dia seguinte enchê-la novamente de flores frescas. Não sou nenhum prodígio a fazer arranjos florais, mas gosto muito de flores. Nos meus gestos, perpetuo os da minha mãe, que trazia sempre um regaço de flores da aldeia para encher duas jarras na casa da cidade: a da cozinha e a da sala. Chegávamos no Domingo ao fim do dia, e enquanto eu fazia as minhas coisas ou ficava à mesa, ela compunha os seus arranjos. Era um ritual a que eu já estava habituada e era bom.

E eu também tenho flores na mesa da cozinha e...


... na mesa da sala.

Mas também na casa-de-banho, quando dá. É bom colorir assim os dias da vida.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Terra molhada

Pena não dar para perceber os pingos da chuva nem o cheiro da terra molhada. Que consolo. Vem aí mais calor, eu sei, mas por enquanto gozo o momento da limpeza e da renovação do ar. E encho os pulmões, sentindo-me renovada, eu mesma...