quarta-feira, 30 de março de 2016

Bom dia!




Mas quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Cecília Meireles


segunda-feira, 28 de março de 2016

Pós Páscoa










Dia a seguir ao grande dia. O dia a que não se costuma dar tanta importância como ao do Natal, mas um dia muito importante, pois lembramos e celebramos o dia em que Jesus ressuscitou da morte, cumprindo assim a promessa de estar connosco até ao fim dos tempos. Por isso, só temos a agradecer. E celebrar!
E neste dia a seguir à Páscoa, amanheceu cinzento e assim ficou. Perfeito para uma boa caminhada, que este corpinho já anda ressentido da falta da intensidade do trabalho a que estava habituado. Caminhar anda na moda, como muitas outras coisas. Acho muito bem, mas foi coisa com a qual nunca me preocupei, uma vez que o meu trabalho sempre me manteve em forma, pois caminhar era o lema! Ainda é, mas já não como antes. E as dores generalizadas que venho sentindo pelo corpo acusam essa falta. Vai daí que, se o trabalho não me faz caminhar, faço-o eu, que é tarefa que muito me apraz :).
A ideia inicial era caminhar só meia horinha, que eu tinha mais que fazer... Mas fazer um caminho novo a pé, é daquelas coisas que aguçam a minha curiosidade e a vontade de prosseguir foi muito intensa. E eu obedeci-lhe. O tempo cinzento só fez exaltar o verde da vegetação e as cores de todos os rebentos que estão agora a despontar, lembrando mais uma vez que tudo na vida se renova. Tão bom... Os sulcos na terra ainda gemem água, o que também me encanta. Água é vida, sem dúvida. 
E assim descobri novas aldeias, que conhecia apenas de dentro de um carro, novas curvas no caminho, novos cantos de passarinhos, novas flores do campo, e até auxiliei este passarinho, de voo atabalhoado, a sair do meio da estrada, para onde, espero, não tenha voltado, e tenha sim seguido o chamar dos pais, que piavam lá perto. 
A meia hora transformou-se numa hora, por mais de 6 kms de paz, onde pude ver novos percursos para uma próxima vez e novas descobertas a espreitar. Caminhar na natureza faz tão bem...

sexta-feira, 25 de março de 2016

Ainda estou a aprender :)






Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira.
Cecília Meireles

quarta-feira, 23 de março de 2016

Eu, de mim mesma



Por cá a Primavera já chegou e por estes dias, tenta-se fazer as pazes com as emoções e pôr ordem nos pensamentos. Bem tento, mas não consigo fugir ao inevitável daquilo que sou e, ansiosa por alcançar objectivos, não quero entrar no erro de não viver o momento e acabar por ser ingrata por aquilo que tenho, que já é tanto! 
Quando acontecimentos traumáticos nos atingem, e passei por um há mais de quatro anos atrás, tudo muda. Eu mudei. Ao ponto de deixar de me sentir eu própria, ao ponto de buscar constante e desesperadamente quem sou, ao ponto de me sentir tonta a cada instante diante do rodopio que a vida passou a representar para mim.
É como reconstruir uma casa. Por muito bonita que ela tenha sido, com as suas características particulares, com a sua traça histórica, com a sua beleza única, quando reconstruída, não volta a ser a mesma. Pode até surgir mais bonita e esplendorosa, mas igual, jamais. As imperfeições foram corrigidas, a patina do tempo foi escondida, os pontos fortes foram exaltados. E até surgir na sua versão melhorada, paredes foram deitadas abaixo, recantos foram martelados, perfurados e revirados. Foi mexida e torturada até surgir, velha na sua essência, mas brilhante na sua aparência.
Sinto-me como uma casa a ser reconstruída. E dói... Tem os seus momentos bons, quando na beleza de algum recanto refeito, se vê com esperança o potencial da nova construção. Mas depois vem uma nova martelada, um novo furo, uma nova pincelada. A dor volta, e com ela, a desesperança, a dúvida, a ansiedade.
Sinto-me como uma casa em reconstrução. E logo eu, que tenho na casa um dos pontos máximos da vida, como uma estrutura por onde toda uma família com as suas vidas, gira à volta. 
Escrevo isto para me libertar. Escrevo isto para Deus. Não que Ele não saiba já de cor o que vai no meu coração. Mas para que, ao escrever, possa encontrar mais um pouco da luz que busco em dias escuros, porque sempre foi assim comigo: escrever sempre me pôs os pensamentos um pouco mais alinhados e me aliviou. E aliviada, a continuação do caminho faz-se de uma forma um pouco mais leve, o que aumenta as probabilidades de alcançar o sucesso. E sucesso, para mim, é estar em paz; alinhada comigo mesma, com Deus e com os que me rodeiam; é ser feliz, independentemente de qualquer circunstância da vida. 
E oro para que Deus termine depressa esta tarefa de reconstrução. Sinto-me cansada. Que Ele veja em mim o que de mim ainda pode resultar e me faça seguir pelo caminho certo...


segunda-feira, 21 de março de 2016

Bom dia!





A vida é feita de escolhas. Quando você dá um passo à frente, inevitavelmente alguma coisa fica para trás. 

Caio Fernando Abreu


sábado, 19 de março de 2016

Virtualidade vs realidade







Isto dos blogs... tem o seu quê de piada, sim senhora.
Como é que, assim do nada, mas graças ao Sr. Google,numa pesquisa de como fazer em casa a tão famosa chalk paint, fui eu descobrir um casal de agricultores tão simpático?
É que, para além de ter tirado a receita que a Ana usou, mas que ainda não experimentei, fiquei a conhecer a história dela e da sua família. Li o blog desde o início, curiosa que estava com o seu percurso a descobrir o mundo fantástico da agricultura, tal como eu também estava, e desde então não mais nos separámos :).
Não experimentei a receita de chalk paint, mas experimentei esta, de um xarope de limão com mel, excelente para a tosse. Testado e aprovado, que eu e o meu pequenito já tivemos umas crises este inverno e umas colherinhas num copo de água morna foram suficientes para nos pôr bons num instante.
E finalmente, no Domingo passado, numa ida à Capital e numa visita à Lx Factory, onde decorria a Lx Rural, vim a conhecer a Ana, o marido e a doce Mariana. Oh família mais simpática e banquinha mais apetitosa! Foi uma experiência muito curta, que os clientes eram bastantes, mas muito agradável, sem dúvida.
Deste encontro tão especial, restou-me apenas o doce de pêssego que trouxe e que me tem sabido pela vida. Consigo imaginar o empenho da Ana a mexer a colher na panela a testar o ponto do doce feito com os pêssegos da quinta. E eu só posso agradecer o sabor a pêssego que sai daquele frasco, que só me dá vontade de comer à colher, como se de um doce de sobremesa se tratasse, de tão bons que estão o sabor e a textura.
Convido-vos a conhecer a Quinta Sinfonia!

quarta-feira, 16 de março de 2016

Bom dia!





Não há atalhos para qualquer lugar onde valha a pena ir.

Beverly Sills


segunda-feira, 14 de março de 2016

A camélia da Cacilda








Trago para casa a camélia branca raiada de rosa que a D. Cacilda me ofereceu e deixo que a água no copo lhe devolva a força que o calor da tarde lhe tirou. Olho para ela e, além da gratidão que sinto por tão generoso gesto, sinto o brilho da esperança de poder vir a ser sua vizinha e desbravar um novo caminho começado por ela e pelo Sr. José, seu marido, a quem a vida trocou as voltas e deu um fim bem longe daquele que tinham imaginado e pelo qual lutaram. Talvez lhes reste acabar os dias com boa vizinhança...
Apesar de já ser noite, acordo mais tarde para o dia seguinte, que continua a ser feito de flores. Flores, abelhas, terra e o produto dela, com as nossas batatas, alhos franceses, couves, nabos, cenouras, que agora a variedade não é muita, mas o sabor, esse continua riquíssimo.
De serenidade tento fazer os meus dias. E que ela não me abandone, para que me mantenha firme nas promessas de Deus de cuidar de nós com todo o amor e carinho. Para que, apesar de todos os vizinhos que já conhecemos, não nos vacile a fé, não nos esmoreça a vontade, não nos abandone o sonho e fiquemos pela D. Cacilda e pelo Sr. José. E descansemos, tal e qual como os passarinhos que observo do meu terceiro andar, pousados sobre uma caixa de estore que, sob o sol intenso da manhã, cuidam da sua higiene a dois, assim como cuidam do ninho que estão a construir, porque ainda que o calendário continue a contar os dias um a um e registe que ainda nos encontramos no Inverno, o sol e as temperaturas amenas anunciam que é já o tempo dos passarinhos e das flores.


quarta-feira, 9 de março de 2016

Bom dia!






Dizem violentas as águas deste rio, mas nada dizem das margens que o comprimem.

Bertholt Brech



quarta-feira, 2 de março de 2016

Março marçagão, de manhã Inverno, de tarde Verão















E já chegámos a Março! Para onde foi o tempo? Para onde correu ele, que mal o vi passar? Ainda eu não perdi o formigueiro da excitação dos primeiros dias do ano, aqueles em que tudo é novidade a apresentar-se diante dos nossos olhos, e já estamos no terceiro mês do calendário.
Ok, que venha ele. Com os Invernos e os Verões que lhe são característicos. É que, com as mudanças climatéricas, já nem sabemos muito bem a quantas andamos e na agricultura então, é quase impossível fazer previsões de sementeiras. Ainda nos regulamos pelos tempos antigos, mas sinceramente, de que vale isso a 100%, se o clima nos está sempre a trocar as voltas? O clima e os javalis, mas essa é outra história... que me palpita não irá ter um fim muito feliz para os ditos... palpita-me...
Nos intervalos do tempo, vamos vivendo a vida. Planos, família, crescimento, de tudo nos vamos compondo, fazendo dos dias o melhor que temos, pois de belos momentos se constroem recordações sólidas para o futuro. Dos pequenos que um dia serão grandes e dos grandes, que um dia serão velhos. 
A vida gira, roda, circula, ciranda. E é nesse entermeio que o tempo se perde sem o vermos, sem darmos conta. Que ele seja vivido da melhor maneira.