Já estão a montar a Feira de Santa Iria, a nossa feira anual, que vai começar já no próximo dia 15, Sexta-feira. Um acontecimento. Especialmente quando se é pequeno e/ou se tem crianças pequenas!
Apesar de estar a chover, tivemos de ir lá abaixo ver qualquer coisinha, só para matar a curiosidade da carraçita, que já não aguentava esperar mais.
Este aqui vai ser a Lagarta. Ele andou comigo ali no ano passado - a montanha russa dos pequenitos. Detestou. Aliás, apesar do meu canitas ADORAR a Feira de Santa Iria, não é lá muito fã dos carroceis. Anda, mas quase para nos fazer o favor. Acho que ele gosta mesmo é da animação, da cor, do passeio, do algodão doce, do cachorro quente, das barracas de brinquedos, da emoção do querer experimentar tudo mas não querer ao mesmo tempo... Enfim, é um menino que até nos sai económico, eh eh.
Mas este ano, que já é um homem, pois tá claro, vai andar na Lagarta sem problemas. Mas... pensa lá com os botões dele e acrescenta: "Eu depois vejo se quero andar ou não." Ok, filhinho, sem stress.
É tudo tão colorido já.
Ao menos isto da feira está a fazê-lo esquecer do Natal. "Mãe, quando é que chega o Natal?" Pergunta todos os dias. "Mãe, eu quero que chegue o Natal." "Mãe, mostra-me no calendário quando é o Natal." "Mãe, onde é que está a caixa da Árvore de Natal?" "Mãe, ainda falta muito para chegar a Dezembro?" Socorro! Eu pensava que gostava do Natal... até conhecer o meu filho!
E apesar dos pinguinhos que caíam, ainda tivemos tempo de ir apanhar agúdias. Há-as às dezenas nas paredes e nos muros e nos vidros e por todo o lado! Hoje fez uma bela colecção, mas ele é lindo, porque acaba sempre por libertar todos os animais que apanha.
E o musgo nas árvores e o tempo cinzento fazem-me já antever o que nos espera em Dezembro: mais uma ida à Mata buscar musgo para o pequeno presépio. Um pequeno presépio onde deveriam figurar a vaquinha, o burrinho, a Maria, o José e o menino Jesus deitado em palhinhas. Quanto muito, um sininho por cima, para anunciar o nascimento do menino. Mas este presépio tem direito a cogumelos, bolotas e tudo o mais que ele conseguir trazer. Ainda bem que eu não o deixei trazer a salamandra que encontrámos lá no ano passado! Mas é tão bom... Recorda-me quando, eu própria, ia com a minha mãe arrancar o musgo nos muros húmidos da aldeia. Lembro-me tão bem do cheiro, da cor, da humidade, do frio e do alento que era estar a viver uma quadra única. E na Mata, eu e a carraçita repetimos o ritual. O cheiro é idêntico, bem como a cor, a humidade e o frio. Sabe mesmo bem.
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