quarta-feira, 9 de novembro de 2016

O que quer que sejas, sê bom




Considero-me uma a-política assumida. Não acredito na política como ela é praticada, não acredito em ideais políticos porque todos eles têm falhas e muito menos acredito nos políticos. Contudo, tenho de aceitar que ela faz parte da forma como nos mantemos como sociedade e que votar faz parte do direito e obrigação de qualquer cidadão.
Mas hoje, hoje até nem tenho falado muito disso, mas a minha alma grita. Penso que há muito não era atingida por um resultado político como o fui hoje. E ainda me sinto incrédula. Acho mesmo que acreditei até ao fim que o resultado iria ser diferente, mas não foi. Ainda não acredito. 
O problema é que somos todos afectados com este resultado político, vivendo como vivemos num mundo pequeno, interligado e ainda hoje, se a América espirrar, podemos muito bem ficar constipados. 
Neste dia em que a incredulidade insiste em permanecer, talvez num sentimento de negação do óbvio, conforta-me saber que cada um de nós pode fazer a diferença, pode continuar a percorrer o seu caminho da melhor forma que pode e sabe, pode continuar a praticar pequenos actos revolucionários, porque a revolução também se pode fazer mansamente em pequenos gestos de amor. Neste dia, em que parece que começou um novo mundo, sabe-me muito bem poder continuar a contar com aqueles que amo, pegar no meu crochet e construir mais um pedaço da minha história, acender a salamandra eléctrica e aquecer-me ao calor da uma chama fictícia mas ainda assim aquela que posso ter e sonhar que amanhã cada um de nós poderá ser melhor naquilo que é e naquilo que quer ser, almejando crescer e tornar-se um ser humano melhor, um ser humano bom.


4 comentários:

  1. Fantásticas palavras! Eu também concordo contigo, a unica soluçao é tantar fazer a diferença no nosso pequeno mundo, nas nossas comunidades. Só é uma pena que haja pessoas que se deixem iludir por falsos profetas.

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    1. Querida Ana, como dizia a minha avó, "cada um tem de andar com a ideia que tem". Temos é de tentar o equilíbrio entre umas ideias e outras, respeitando-nos, aceitando-nos, apoiando-nos. Há valores que deviam ser básicos, mas enfim, façamos nós o nosso melhor, a boa diferença no nosso pequeno mundo, como referes. Beijo e força nesta luta que queremos do bem :)

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  2. Subscrevo inteiramente querida Margarida!! Que bom podermos contar com os nossos, com as nossas rotinas, com a nossa vidinha:)O resto não tem qualquer valor... Beijinho grande!

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    1. O resto tem o seu valor quando nos atinge, seja bom ou mau... É isso que por vezes me preocupa. Mas agarremo-nos ao que nos faz bem, ao que nos edifica e nos motiva a ser melhores! Beijinhos e dias felizes.

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