segunda-feira, 30 de maio de 2011

Orelhudos


Orelhudos é o nome destes bolinhos que fiz ontem para a sobremesa. Orelhudos porque, depois de cortar parte do centro para encher com o creme, esse centro é cortado ao meio e colocado dos lados para aparar o creme, dando a impressão de orelhas. Era também suposto levar um pedaçinho de cereja no topo, mas confesso, já as tinha comido todas! E mais houvesse, porque por muitas que sejam, cerejas são sempre poucas...
Estavam bons. Mas bom mesmo, foi todo o almoço. Somos só os quatro, como geralmente acontece no almoço de Domingo. O sogrinho e os três cá de casa. Mas as refeições são sempre animadas. Conversamos coisas sérias, coisas engraçadas, rimos, reflectimos, brincamos, fazemos planos, trocamos ideias, debatemos... E hoje foi mais prolongado do que o costume. É que, chegada a hora de ir ao cafézinho da praxe, houve um impedimento: a chuva, que começou a cair copiosamente. Oh que chato, já estávamos prontos para ir e prontos para ir ouvir o sermão do Sr. Xico, que de certeza não se ia inibir nada de dar uns puxões de orelhas no tisoiro.
Eu conto porque, quanto mais não seja, daqui a uns tempos, eu vou divertir-me muito a relembrar toda a cena. Na Sexta-feira de manhã, o tisoiro foi lá comprar pão. Normal, quando o pão falta e eu não tenho feito e/ou congelado. Pouco depois, depois de ele já ter saído para o trabalho e de eu estar quase a sair para o meu, deparei-me com a situação da falta de gás. E como a companhia do gás natural ainda não quis nada connosco, fui eu comprar a botijinha da ordem, no mesmo café. E o Sr. Xico fica a olhar para mim enquanto lhe faço o pedido: "Tá boa. Quer dizer, o marido vem buscar o pão, a mulher vem buscar o gás. Tá certo. Só eu é que nunca tenho sorte nenhuma com as mulheres." E a seguir um carradão de impropérios, como só o Sr. Xico, senhor para quase 70 anos, baixinho, careca e olhar malandro e enérgico sabe fazer. Ia morrendo a rir e o tisoiro também, quando lhe contei, mais tarde.
Mas não, ontem não fomos ao café. Tomámos em casa mesmo. E que bem que soube. O sogrinho tomou o habitual carioca, que lhe soube que nem ginjas. Com o cheirinho, pois tá claro, que já se é demasiado velho para se mudar de hábitos. E já agora, porque não o meu último licor, de erva-doce, que por acaso está de se lhe tirar o chapéu? Tudo isto entre amenas cavaqueiras, pássaros para aqui, autobiografias para acolá, mais horta daqui, mais histórias antigas d'acolá. E em paz, assim fizemos a festa toda.

6 comentários:

  1. Oi Flor!!!!
    Que belo domingo tivestes entre seus queridos!!!!
    Nós tbm estivemos juntos dos nossos lá de Friburgo, mas lá não teve orelhudos...teve bolo de goiabada com canela!!!!!rsrsrsrsr.........
    Bjos querida!

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  2. Flor,
    O segrêdo do sofá branco é que não é um forro e sim uma capa que pode ser retirada e lavada sempre que sujar!!!! HAHAHAHAHAHA......
    bJOS

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  3. Eu quero a receita dos orelhudos, fiquei com água na boca. beijo Margarida, uma boa semana para vc, querida.

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  4. Seus orelhudos me parecem deliciosos.
    Adoraria ter a receita e acredito que muita gente também.
    bjs.

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  5. oi eu sou de Mocambique, Maputo. E encontrei a receita d orelhudos pk perdi a minha.. .mas nao entendi, que quer dizer com: o mesmo peso dos ovos = peso de margarina? Qual a medida? Desculpa nha ignorancia ..bj e obrigada na mesma

    Aha e meu nome: Claudia de Abreu

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