Durante a tarde havia um prenúncio de tempestade. Apressei o passo durante o trabalho para não me chover em cima. As nuvens iam-se avolumando à volta, ficando cada vez mais carregadas, mais negras. Ao longe ouvia-se o som dos trovões. Depois começaram a ver-se raios a rasgar o céu.
Gosto tanto de trovoadas. Gosto de sentir o risco que envolve ouvir e ver tamanha força da natureza. Adorava conseguir fotografar um raio a rasgar o céu, mas ainda não consegui essa proeza. Quando falo estas coisas, a maior parte das pessoas arrepia-se e olha para mim como quem diz: "olha, esta é doida" e respondem sempre: "Ai eu não gosto nada de trovoadas, eu tenho muito respeito." Mas eu também tenho respeito! Todo o respeito. Porque sei quem criou a natureza, quem tem sobre ela todo o poder. E é por isso mesmo que eu descanso, que não tenho medo, ou pelo menos, não o medo que me leva a esconder e a fechar os olhos para não ver. É aqui que eu sei que temor e medo são duas coisas bem distintas.
Onde eu estava ainda havia sol, mas lá ao fundo já chovia. Nesta altura já estava em direcção a Tomar, e sentia-me mais reconfortada, sabendo que a casa estava perto.
Consegui acabar o meu trabalho debaixo do vento que juntava as nuvens, do barulho dos trovões e da luz dos relâmpagos, mas não me chegou a cair uma gota de água em cima. Terminei, fui buscar a minha carraçinha e regressámos a casa sãos e salvos, cheios de fome e aconchego.
Linda as sua fotos.
ResponderEliminarQue bom que não se encharcaram com o chuvarada.
Sempre gostei tbm de trovoadas. Hoje não sei mais.
Bjos
Já somos duas, também gosto de trovoadas e de ver os raios a iluminarem o céu, tenho respeito, mas medo? Isso tenho de outras coisas!!
ResponderEliminarBonitas fotos, sempre com os campos verdes de fundo :)
Beijinho