terça-feira, 2 de novembro de 2010

Para sempre

Vínhamos a descer pelas escadas do prédio, ele, o pai, o avô e eu. Todos os dias as desce e cheio de energia, inventa sempre novas formas de o fazer. Ora salta degraus, ora se empoleira no corrimão, ora espreita por entre as grades, ora se encosta às portas dos vizinhos, sei lá que mais. O avô assustou-se quando o viu deslizar pelo corrimão. O pai, habituado às habilidades dele, disse que todos os dias aquela cabeça inventa coisas novas porque esta é a casa dele e fazer tudo igual todos os dias não está com nada.

Cabeça... casa... inventa...

Palavras do pai que soaram lá na cabeçinha dele, enquanto descia com energia e pensava. E naquela vozinha infantil, juntou as palavras e formou uma frase tão bem articulada, da qual penso não ter retirado o sentido que nós interpretámos, mas que ficará gravada em nós para sempre:

"O meu cérebro é a minha casa dos segredos."

4 anos. Dia 31 de Outubro. Depois do almoço. Para sempre.

4 comentários:

  1. este miudo é muita giro pá...tem permissão para entrar lá em casa daquia uns anitos!!!!

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  2. Ok. Mas aviso já que a lista de espera é enorme! Já nem sei em que lugar fica a tua filha...

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