segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Ande o frio por onde andar, ao Natal há-de chegar










Estas fotos remetem-me para algumas das minhas imagens preferidas de Inverno. Água, frio, natureza, aconchego, calor, conforto, crescimento. É isto o Inverno, um hino ao recolhimento, à instrospecção, ao conhecimento e evolução interiores, um aquietamento do corpo e da alma que se vão voltar a renovar com o sol e a energia da Primavera.
O dia após o Natal. Dia ainda de férias, dia de descobertas na minha cidade e dia de passeio.
Passada a azáfama do Natal, sabe bem voltar, aos poucos, à normalidade e sossegar, de pijama novo vestido, confortável e ágil. Se há coisa que adoro a seguir a um jantar cá em casa, é lavar a loiça e voltar a arrumar tudo nos seus sítios próprios. E assim foi. 
14 pessoas cá em casa, muita comida, muita conversa, muitas risadas, muita convivência, duas famílias que se entenderam num resultado final muito positivo.
Por ter tido férias nesta época, permiti-me muitos pensamentos acerca do Natal. Tantos, que não cabem aqui. E permiti-me relaxar o máximo possível, longe do stress que caracteriza esta época. Se Natal é alegria, festa, paz, se Natal é lembrar o nascimento de Jesus, se Natal, no nosso país, ocorre no Inverno, a estação da hibernação, do abrandamento, custa-me aceitar a pressão da correria a comprar presentes para todos e da preparação da muita comida para alimentar um punhado de gente que só vem para comer. 
Lembro-me dos Natais da minha infância, uns mais felizes que outros, mas onde o bacalhau com couves era a refeição única, independentemente dos gostos dos mais pequenos, que quase nunca se inclinavam para este prato, e a sobremesa se resumia ao bolo-rei, velhoses, coscurões, rabanadas e junquilhos. E já era muiiito! E era mesmo.
Hoje, demito-me da pressão de comprar presentes até para o periquito, de apresentar 50 entradas, 5 pratos principais e 10 sobremesas, para além dos doces que referi acima. É uma fartura abusiva, obsessiva, decadente. Não estou nessa. Voto na simplicidade, e elejo o mais importante: estar presente, estar junto, estar em harmonia e brindar às relações humanas que se iluminam com o nascimento do Salvador. O resto, faz parte, mas são meros adereços de uma Festa que se quer calma e alegre, dentro do possível.
E este ano a Festa foi quase isso, tudo menos silenciosa, porque as gargalhadas foram à desgarrada e as conversas sobrepostas. E se houve mais fartura do que a que já havia, foi porque outros se propuseram a colaborar e isso foi muito bom. 
E hoje, dia pós, renovam-se os cozinhados com o que sobrou, porque de aproveitamento se faz esta casa, arruma-se a bagunça e passeia-se. E relembro a conversa com uma vizinha que me confessou estar cansada dos excessos do Natal e que a maior alegria dela, no Natal, era receber um pijama como presente e prolongar esse conforto no dia, no sossego da casa. Achei bonito...


6 comentários:

  1. Que deliícia de imagens, combinam como sempre com as tuas palavras!!
    E nem imaginas o quanto me revejo aqui, tanto nas imagens como nas palavras!!
    Beijinho enorme minha linda**

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    1. Obrigada por me encheres o coração com as tuas palavras e a tua empatia. Tão bom, quando nos sentimos compreendidos... Beijinhos e muitas bênçãos!

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  2. Subscrevo...eu até andei a semana antes do Natal com fortes dores de cabeça que misteriosamente desapareceram com o Natal. Sem duvida, demasiada pressao. Bom mesmo é aproveitar esta época e estes dias de sol para esses passeios bonitos, para desligar das coisas e ligar-nos a nós e às pessoas. Beijinhos!

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    1. Sim, Ana, há que focar-nos no mais importante e nestas alturas, parece que o foco se distorce de uma maneira incrível. Mas enfim, com a consciência da necessidade de fazer diferente, façamos diferente! :) Beijos para vocês.

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  3. Tudo o que eu gosto: ficar de pijama, Natal, amigos família, friozinho, aconchego, comida...que bom que foi um bom Natal!
    Bjinho!

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