quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Domingo de reconciliação



 












Olá!
A noite está calma por aqui... Eu também estou calma...
Já é quase fim de semana novamente e não me sai da cabeça o meu Domingo passado.
Dizem que Domingo é o dia do Senhor. E se o são todos os dias, Domingo tende sempre a ser O dia. E o meu foi-o. Não que tenha marcado a minha presença nalgum serviço religioso, não que tenha passado o dia de joelhos em oração e adoração, mas porque talvez tenha feito tudo isso e ainda mais no meu passeio solitário à Mata. 
Há já bastante tempo que não ia lá. Ter ido sozinha foi um misto de emoções que correram soltas e se fizeram sentir com muita intensidade. Ir à Mata, para mim, é sempre um acontecimento único. Cada passeio é especial e de cada um saio renovada e reconciliada com a vida.
Ao trespassar o portão, é como se entrasse num outro mundo. E de facto é. Afinal, este é o pulmão da nossa cidade. Mas quando entro e decido por que lado começar o caminho, o cheiro, a luz e todo o ambiente invadem-me por completo como se nunca dali tivesse saído. O cheiro é-me sempre tão familiar, seja Inverno ou Verão. Desta vez, o cheiro húmido e o sol tímido envolveram-me e aguçaram todos os meus sentidos. Subir pelo caminho e antecipar o que vinha depois das curvas foi sublime. Lá em baixo, na praça, as crianças divertiam-se e faziam chegar os seus gritinhos excitados até mim. Prossegui, detendo-me a cada flor, a cada tom de verde, a cada arbusto, a cada chilrear dos passarinhos que no cair da tarde disputavam o melhor poiso para passar a noite, a cada detalhe que captava a minha atenção. Quando arranquei a folha de um loureiro e a apertei na minha mão, as lágrimas vieram-me aos olhos diante da intensidade do aroma que se desprendeu. Fui coleccionando pedacinhos de arbustos para me ir inebriando ao longo do meu percurso. 
Por entre altos e baixos, curvas e caminhos planos, subidas e descidas, o sol foi-se pondo atrás do monte e regressei. Regressei ao meu 3º andar. Mas desta vez renovada e reconciliada. Percebi que se tudo o mais falha, que se aquilo que eu mais espero não acontece, que se a derrota me bate à porta, há sempre um lugar onde é possível ir para recolher o entusiasmo pela vida que sempre me pertenceu. 
É isso que nos move: o entusiasmo. Isso e também o Deus dos Domingos e de todos os dias, que nos leva a prestar-lhe adoração em todo e qualquer lugar, porque onde estiver o nosso coração, Ele aí está também.


7 comentários:

  1. Lindas ,muito lindas as fotos! E que nunca falte esse entusiasmo que pode nos mover! bjs, lindo fds! chica

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    1. Obrigada, Chica! Desejo-lhe um fim de semana cheio de entusiasmo :)

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  2. Com a tua autorizaçao, acompanho-te neste passeio tao bonito! Depois de uma manha dificil preciso de um passeio como este... de paz e tranquilidade. Obrigada por esta entrada, veio mesmo a calhar!!

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    1. É sempre bom ter companhia, sê bem-vinda :) Melhores dias virão e que nunca te falte o entusiasmo para os reconhecer e agarrar!

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  3. Belo passeio pelas matas, cheguei a sentir o cheiro..... a mais de 6 meses que não saio de casa...louquinha pra ter minha vida de volta!
    Gostei das casas e igreja, onde é?

    bj

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    1. Aquela praça é na minha cidade e é um dos pontos centrais onde muita gente se reúne para conviver. No Verão ganha uma vida incrível, especialmente à noite, com concertos ao vivo e esplanadas repletas. Espero que volte à sua vida como deseja, mas espero também que consiga viver o melhor possível cada dia como está, pois a vida é dada a viver hoje... Beijinhos.

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  4. Lindo lugar! Lindo pulmão! O que é aquele fruto na árvore? Admiro e curto muito a tua sensibilidade! Cada texto teu, cheio de sensibilidade e filosofia, me ponho a pensar também e amaciar o meu momento! Uma boa semana pra ti! Bjinho!

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