sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Boas Festas!



Escrevi isto há pelo menos dois anos atrás. Descobri este texto, perdido aqui no meu computador e percebi-o tão actual na altura, como hoje. Em todas as palavras. E mais agora, na época natalícia que atravessamos.

Cada vez cresce mais em mim a ideia de auto subsistência, da frugalidade, da qualidade, crescendo também um modo diferente de pensar em direcção à consistência. Desde que se tornou possível a minha vida no campo, que cada vez mais e melhor, sei o que quero, mas tem sido um processo lento alcançar a meta. Ou talvez a atinja todos os dias, todos os dias um pouquinho mais até ela se aperfeiçoar e tomar várias facetas, como vários brilhos de uma mesma luz. Sei lá explicar isto, só sei que dentro de mim fervem ideias simples, mas de tão simples, complicadas de pôr em prática no tipo de sociedade em que vivemos. Porque o acto mais banal do dia a dia nos remete para o tipo de sociedade em que vivemos e não para aquele em que gostaríamos de viver. E fazemo-lo sem pensar, num gesto automático, porque no final de contas, nascemos todos formatados para pensar e agir de uma determinada maneira, embora pensemos que não... E isso prova-se quando tentamos sair da linha e somos logo cobrados, apontados, olhados de lado. Afinal já dizia Mário Quintana, que uma linha recta é uma linha sem imaginação. E ele é que está certo!
Mas dou graças a Deus pelo punhado de gente que vou conhecendo pelo caminho e que entende do que falo e me apoia.

É um texto com muito para explorar. Muito. E nesta tentativa de viver das origens, muitos actos temos de repensar nesta quadra para que os temas tão actuais como o lixo, desperdício, sustentabilidade e futuro saudável não tirem o protagonismo à humildade, à contenção, ao essencial, ao útil, ao verdadeiro, ao eterno, ao significado do nascimento do Salvador. 
Boas Festas para todos!



5 comentários:

  1. Margarida, minha flor... tu tinhas que ser jornalista! Que belo texto! Me impressiona coo consegues passar para o papel, ou para o teclado, que seja, um pensamento, de maneira tão clara e tão profunda. E mais, a maioria dos teus textos, perecem tirar os pensamentos da minha cabeça. Com certeza, faço parte das pessoas que pensam como tu.
    Um lindo domingo de benção para vocês!
    A vida por aqui, anda corridíssima mas, este final de semana deve ser mais tranquilo e pretendo colocar minhas visitas em dia. Que falta que sinto de fazer minhas visitas!
    Bjinho!

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    1. Ahah, acho um exagero, mas obrigada pelas tuas palavras, Tiane. Mas não consigo expressar assim tão bem os meus pensamentos, porque ultimamente eles são tantos e tão complementares, que se amontoam todos cá dentro da cabeça e fica difícil de os pôr em fila no papel :) O bom seria tentar pô-los em ordem numa boa conversa contigo, com um bom chá, não era? Isso é que era! Beijos.

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  2. Bonitas e profundas palavras!! Sem duvida as linhas rectas sao bem aborrecidas, os caminhos com zig-zags sao sempre mais divertidos e como bem dizes mais trabalhosos, digo-o por experiência e nao só pela experiência rural dos ultimos três anos! Mas vale sempre a pena, sobretudo para mentes inquietas, porque ao final quando olhamos para trás vemos a quantidade de histórias acumuladas, daquelas que um dia poderemos contar aos nossos filhos e netos. Continua a sonhar, quando deixamos de o fazer a alma morre um pouco.

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  3. Como conseguir as tuas palavras...
    Por aqui, como já te apercebeste, também tentamos fugir das linhas retas... mas as pressões são muitas e de todos os lados... Un dia de cada vez, sempre a tentar fazer o melhor, pelo ser... contra o parecer...

    Beijinhos e boa semana!

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  4. Concordo com a Tiane.Tu escreves muito bem, com a alma e coração! Obrigadão pelo carinho lá e em todo esse ano! Boas festas! bjs, tuuudo de bom,chica

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