Grata pelo sol brilhante de hoje, que me permite ver tudo luminoso e enxugar a roupa no estendal. Me permite passar a ferro numa sala cheia de luz e junto com as tarefas domésticas, arrumar a vida, que se prepara para voltar ao trabalho e dar graças a Deus por esse sustento.
Mas, por enquanto, gozemos o dia de férias na procura do monumento megalítico descoberto aqui nas redondezas. Adoro viajar com qualquer tipo de tempo, mas claro que um dia de sol tem muito encanto, fazendo-nos brilhar por dentro e por fora.
Para alguém desinteressado, o que fomos ver não passa de um amontoado de pedras. Mas, para nós, que lemos as explicações à entrada, percebemos o que vimos e valorizámos o facto de o terreno ser privado e de o proprietário o ter emprestado para ser visitado e o manter tão limpo e cuidado.
Pequenos grandes momentos e sentimentos, que nos levaram um pouco mais abaixo, na direcção do rio, onde vimos vivendas recatadas, de vidas que pressupomos de luxo, e vimos também a natureza no seu esplendor, com os medronheiros ainda carregados, pintalgando a vegetação de vermelho, os abelhões de volta das flores dos arbustos, a água serena do rio, o fumo de alguma borralheira que alguém estava a fazer mais lá à frente para limpar o seu jardim das podas e das limpezas feitas.
A vida na sua rotação constante. Uns de uma maneira, outros de outra, nunca pára e importa nunca pararmos também. Como o tempo que continua a sua viagem interminável. Até ao novo ano que se aproxima.