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quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Dar com alegria
Bordar, planear, experimentar, criar, esperar, oferecer, sorrir.
Que melhor há do que isto, do que estes momentos em que o coração se enche de alegria, em que as mãos andam de lá para cá a tentar fazer o que vai na alma para encher outra alma de bem-estar e de bem querer? Certamente, poucas coisas darão mais prazer do que isto. Certamente Deus, que colocou em nós estes pequenos grandes nadas para nos encherem a vida, também se alegrará com a partilha.
Obrigada meu Deus, porque nos deste dons e amigos para dividir e multiplicar a vida!
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Deus,
Ponto Cruz
sábado, 10 de outubro de 2015
Dar e receber
Não sei o que mais me deixou feliz: se bordar a prenda, se fazer o embrulho, se ver a cara da pessoa ao recebê-lo.
Numa decisão tão simples, um conjunto de gestos igualmente simples podem formar momentos tão gloriosos:
- bordar trouxe consigo a portabilidade deste trabalho e com isso, enquanto cruzava a agulha com o pano, fui conversando com alguém que sofria de solidão, ou fui gozando da minha própria solidão a ouvir os passarinhos num cenário natural, ou fui acalentando sentimentos preciosos ao ver a evolução do trabalho;
- realizar o embrulho fez-me sentir criativa e sustentável porque, não tendo habitualmente papel de embrulho em casa, decidi fazer um que fosse original e económico, utilizando materiais disponíveis, não sem um pouco de preocupação pela reacção da pessoa, a quem eu tenho por "convencional";
- oferecer, trouxe consigo o prazer de dar, da expectativa, da surpresa e, melhor que tudo, da reacção. O tempo despendido a observar o embrulho foi maior que o empregue a abri-lo e a ver o conteúdo. Foi aberto cuidadosamente e foi tão bem guardado como o foi o pano.
Certamente já terá ido para o lixo, como material degradável que é. Mas com toda a certeza, estes sentimentos que não se vêem perdurarão por um longo tempo na memória e no coração de cada uma de nós!
Com o pouco se faz muito e com um coração sincero se abrem muitas portas.
Bom fim de semana a todos!
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prendas
quarta-feira, 4 de abril de 2012
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
Toalha
Está terminada mais uma encomenda. Uma toalha de 2 x 1,50mt, com uma barra floral em cores suaves, ao gosto da cliente.
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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
O último
Finalmente terminei a série de quatro quadros com motivos marítimos que queria bordar para alegrar o meu quarto. Agora só falta emoldurar ou, ao preço a que estão as molduras, inventar algo bem criativo e bonito para substituir as originais molduras. Não importa, importa que o trabalho está terminado, que estou muito contente e que o meu quarto vai assumir um tom mais acolhedor.
Os outros três são os que se seguem.
Agora só me resta continuar com as encomendas que tenho: duas toalhas, uma das quais conto mostrar em breve...
Os outros três são os que se seguem.
Agora só me resta continuar com as encomendas que tenho: duas toalhas, uma das quais conto mostrar em breve...
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Ponto Cruz
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Terceiro quadro marítimo
Mais um quadro pronto e o último a caminho. A saga dos quatro quadros com motivos marítimos que decidi bordar para alegrar o meu quarto está a chegar ao fim. Desde que comecei o primeiro (o segundo aqui), muita coisa se passou e mudou. Mas os faróis são pontos seguros na nossa vida, que nos indicam o caminho e nos avisam dos perigos à nossa volta. Basta estarmos atentos e usufruirmos da viagem...
Retiro sempre um prazer imenso enquanto bordo. É uma terapia.
Bom ano a todos!
Retiro sempre um prazer imenso enquanto bordo. É uma terapia.
Bom ano a todos!
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quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Toalhinha bordada
Aqui entre nós, que a D. Isabel não faz ideia que eu existo, acho que ela vai adorar a prendinha de anos que vai receber da amiga. Esta toalhinha de casa-de-banho vai ser oferecida dentro de uma cesta cheia de sabonetes cheirosos feitos e enfeitados pela senhora que me encomendou o bordado. São mimos destes que encantam quem os dá e quem os recebe.
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quarta-feira, 27 de julho de 2011
Mais um quadro
Depois deste, segue-se o da foto. Passado quase um ano, terminei o segundo de quatro quadros sobre praias descansadas, onde apetece estar a contemplar a força do mar e a serenidade do horizonte salgado, quadros com que gostaria de vestir as paredes do meu quarto. Seguindo o pensamento da querida Myrian e da minha prima, é realmente uma terapia dar continuidade a trabalhos de mãos. Quem tem o coração aberto para abraçar a natureza e as mãos ocupadas com um trabalho, poupa-se a algumas angústias que teimam em permanecer e investe num bom tempo para pensar em coisas boas que edificam.
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terça-feira, 1 de março de 2011
Toalha
Ninguém ligou quando a pus na mesa. Tem estado arrecadada. Fi-la há uns anitos, a minha primeira toalha comprida para uma mesa de refeição. Quando finalmente a revelei nem repararam. E depois o velho comentário: para quê pôr uma toalha tão bonita, é só para nós, não somos ninguém de cerimónia...
Pois, eu e o tisoiro achamos que o melhor que temos é para ser apresentado às pessoas de todos os dias, àquelas que nos conhecem e nos acompanham, àquelas que aparam os nossos golpes, àquelas que aceitando também o nosso pior, merecem bem mais o nosso melhor. E assim tento usá-la. E a verdade é que na mesa redonda antiga ela não sobressaía. Agora já todos dizem: eh pá, onde é que tinhas essa toalha, que nunca a vi? Pois não, nunca a viram... Agora só falta pôr a mesa e usufruir.
Pois, eu e o tisoiro achamos que o melhor que temos é para ser apresentado às pessoas de todos os dias, àquelas que nos conhecem e nos acompanham, àquelas que aparam os nossos golpes, àquelas que aceitando também o nosso pior, merecem bem mais o nosso melhor. E assim tento usá-la. E a verdade é que na mesa redonda antiga ela não sobressaía. Agora já todos dizem: eh pá, onde é que tinhas essa toalha, que nunca a vi? Pois não, nunca a viram... Agora só falta pôr a mesa e usufruir.
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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Continuemos...
Agora que os trabalhos pequenos acabaram, resta continuar a toalha grande. Tão grande, que ainda nem tive coragem para a medir.
Adoro espreitar pelo saco entreaberto e ver a conjugação de cores escolhidas. E recordar a maciez deste tecido tão antigo que a cliente amiga guardou, à espera de encontrar alguém que lhe bordasse estas flores campestres. Tudo é rústico nesta toalha.
Adoro espreitar pelo saco entreaberto e ver a conjugação de cores escolhidas. E recordar a maciez deste tecido tão antigo que a cliente amiga guardou, à espera de encontrar alguém que lhe bordasse estas flores campestres. Tudo é rústico nesta toalha.
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Ponto Cruz
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Chuva de esperança
Choveu de noite e o dia amanheceu cinzento e chuvoso. A roupa estava estendida lá fora, na esperança dos raios de sol que a meteorologia tinha prometido, em vão.
Mas cá dentro há sempre tanto que fazer. Cá dentro não há tédio. É uma pena que não se valorize devidamente quem dedica todo o seu tempo a cuidar da casa e da família, porque esta é uma ocupação de suma importância. É um verdadeiro luxo poder cuidar daqueles que amamos. Lavar, passar, esfregar, arrumar, limpar, cuidar, mimar, brincar. Levar assim a vida com brilho e bom cheiro. A vida não é só isto, mas também é isto. E cada um deveria ter a oportunidade de escolher como vivê-la, sem pressões nem críticas, antes com valorização e incentivo.
Mas, por entre brinquedos e ramos secos, mais um paninho terminado, pronto a entregar.
E ao mesmo tempo, ficar emocionada ao ver que, no meio de um raminho seco arrancado de uma das árvores ali de baixo, já começaram a brotar rebentos, rebentos de esperança cá dentro.
E não é que o sol chegou? Acompanhado do vento que faz esvoaçar a roupa no estendal. Não faz mal, não tarda nada está toda sequinha. É um privilégio assistir às mudanças com quietude. É, de facto, um verdadeiro luxo poder cuidar daqueles que amamos.
Mas cá dentro há sempre tanto que fazer. Cá dentro não há tédio. É uma pena que não se valorize devidamente quem dedica todo o seu tempo a cuidar da casa e da família, porque esta é uma ocupação de suma importância. É um verdadeiro luxo poder cuidar daqueles que amamos. Lavar, passar, esfregar, arrumar, limpar, cuidar, mimar, brincar. Levar assim a vida com brilho e bom cheiro. A vida não é só isto, mas também é isto. E cada um deveria ter a oportunidade de escolher como vivê-la, sem pressões nem críticas, antes com valorização e incentivo.
Mas, por entre brinquedos e ramos secos, mais um paninho terminado, pronto a entregar.
E ao mesmo tempo, ficar emocionada ao ver que, no meio de um raminho seco arrancado de uma das árvores ali de baixo, já começaram a brotar rebentos, rebentos de esperança cá dentro.
E não é que o sol chegou? Acompanhado do vento que faz esvoaçar a roupa no estendal. Não faz mal, não tarda nada está toda sequinha. É um privilégio assistir às mudanças com quietude. É, de facto, um verdadeiro luxo poder cuidar daqueles que amamos.
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domingo, 30 de janeiro de 2011
Flores
Mais um trabalho. Bom para acalmar o reboliço que se impõe. Mas o sol é muito e as flores tomam conta da minha mão.
Acho que a cliente vai gostar...
Acho que a cliente vai gostar...
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Ponto Cruz
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Avental
Estes dias de sol são um prazer. Dão mais vontade de trabalhar. E satisfazer clientes que querem mimar a sua casa com trapos úteis e bonitos.
Pormenor da barra superior do avental.
Pormenor da barra inferior. Este já está terminado. Outros se seguem.
Pormenor da barra superior do avental.
Pormenor da barra inferior. Este já está terminado. Outros se seguem.
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Ponto Cruz
sábado, 22 de janeiro de 2011
E sai mais um
Mais um paninho de tabuleiro com as mesmas flores simples. Desta vez não são todas em azul, a cliente quis variar e pôr mais cores, à semelhança da toalha.
Este é único (por agora...), mas já estão em marcha outras encomendas. Que bom é dar forma e cor a linhas que se fundem com o pano.
Este é único (por agora...), mas já estão em marcha outras encomendas. Que bom é dar forma e cor a linhas que se fundem com o pano.
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terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Trabalho
O meu primeiro esquema de trabalho na minha loja, quando ela ainda estava aberta. Estava eu a bordar um quadro quando entra uma senhora a perguntar se eu bordava para fora por encomenda. Ela queria uma toalha para o enxoval da neta e trazia a toalha, linhas e esquema. Era isto que ela queria.
O efeito era muito simples mas muito bonito também e as pessoas que entravam gostavam tanto, que perdi a conta às toalhas e panos de tabuleiro que bordei com este esquema.
Estes já seguiram para a minha cliente. Cliente dessa altura, que ficou amiga até hoje. Daquelas amigas com quem tomar um cházinho com bolo morno numa chávena bonita, é um prazer demorado. Muito bom.
E segue-se esta toalha rústica com papoilas de uma Para Ti de há muitos anos atrás. Está a ser um prazer. Demorado também, porque a toalha é enorme. Está a ficar bonita e vai ficar linda no fim, quando estiver pronta, pronta a servir um belo jantar com gente alegre à volta da mesa.
O efeito era muito simples mas muito bonito também e as pessoas que entravam gostavam tanto, que perdi a conta às toalhas e panos de tabuleiro que bordei com este esquema.
Estes já seguiram para a minha cliente. Cliente dessa altura, que ficou amiga até hoje. Daquelas amigas com quem tomar um cházinho com bolo morno numa chávena bonita, é um prazer demorado. Muito bom.
E segue-se esta toalha rústica com papoilas de uma Para Ti de há muitos anos atrás. Está a ser um prazer. Demorado também, porque a toalha é enorme. Está a ficar bonita e vai ficar linda no fim, quando estiver pronta, pronta a servir um belo jantar com gente alegre à volta da mesa.
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segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Quase, quase terminado
Está quase terminado. Só falta fazer os contornos. É uma colecção de quatro motivos marítimos que quero pôr no meu quarto. As paredes estão demasiado nuas e pretendo enchê-las com cor e cheiro de mar. Aquele mar selvagem de praias desertas, calmas, onde é possível estar e se deseja ficar, porque aí se encontra paz e força. Sentir o cheirinho a maresia e o vento que encrespa os cabelos. Sentir a cara peganhenta e o sabor salgado da pele. Sentir que o mar é infinito e poderoso, e desta forma tão pequena, perceber como Deus é tão maior. Maior, mas com braços de amor para nos mimar e aconchegar. E assim, olhando o mar, sentada num rochedo, converso com Ele e volto fortalecida.
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quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Os meus bordados
Este foi o primeiro quadro grande que bordei. Há uns 12 anos! Demorou pouco tempo a bordar, tal era o vício. Desesperei o tisoiro, na altura ainda namorado, que estava a ver que não chegava a marido. Reconheço, parecia haver alturas em que era difícil para ele competir com a obra a crescer, a ganhar cor e forma, mas ele venceu. Vence sempre.
Todos perguntam se é o projecto da nossa casa. Eu rio. O projecto é diário e vai sendo construído dia-a-dia. A nossa casa é o nosso coração, o resto são paredes, mais ou menos bem decoradas, mais ou menos enfeitadas conforme o gosto.
O seguinte foi o segundo grande quadro. Gosto de faróis. Não sei bem porquê. Mas transmitem-me qualquer coisa de grandioso, ao mesmo tempo que lhes reconheço humildade. Devaneios...
O seguinte foi emoldurado à pressa. Telefonou-me o dono da loja à meia-noite, já eu estava a dormir. "Já está pronto! Quer vir buscar?" Não fui, claro, àquela hora... Era para levar para a feira de artesanato de Constância, para a qual estava em ir caso houvesse alguma desistência na já completa lista de artesãos. Não houve, não fui, portanto fui buscar o quadro no dia seguinte, já sem pressa, e está hoje na minha sala.
O próximo está na minha cozinha. Foi o único que sobrou da feira de artesanato de Almeida. Vendi bem, naquela feira. A minha primeira feira e a mais especial por isso mesmo. Era tudo tão rudimentar. Alguns artesãos expunham nos antigos currais, entre muros de pedra, e outros entre tábuas e andaimes, que nós prontamente transformámos em formosas vitrines. Também houve os que ficaram no pátio do celeiro. Lindo. No Domingo de manhã era ver a invasão de espanhóis. Nunca, só em Espanha, vi tanto espanhol junto num espaço tão pequeno, mas eram todos tão simpáticos.
Estes são alguns dos meus exemplares.
Já perdi a conta aos quadros que já bordei, às toalhas, aos panos, aos conjuntos de cozinha, aos lençóis, aos sacos, aos naperons, às fitas, a tanta, tanta coisa. Quase tudo para oferecer ou vender. Portanto, são tantos os que têm um bocadinho de mim em suas casas.
É um prazer ver um trabalho a evoluir, seja ele qual for, mas o ponto cruz tem o sabor especial da cor, da mão, da agulha a furar o pano e a criar imaginações e sonhos e fantasias e anseios, e no fim ver, com satisfação, que ainda que tudo pareça igual, já tudo está diferente.
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