quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Se o janeiro não tiver trinta e uma geadas, tem de as pedir emprestadas











Adoro estas coisas das tradições, da velha sabedoria popular, da comunicação da natureza, da interligação humana. 
O ano começou e eu estou atenta a este nosso janeiro para ver se bate certo com o velho ditado. Bom, já deu para perceber que vai ter de pedir emprestadas as geadas a um outro mês que virá. Mas enfim, apesar de sabermos que os tempos andam trocados, também é bom saber que já os nossos antepassados acautelavam estas hipóteses e sabiam que em janeiro ou noutro mês qualquer, o frio a sério teria de vir. Que venha o tempo que Deus mandar e que nos capacite para o receber.
Nunca fui muito destas coisas de resoluções de ano novo, como já por aqui falei, mas a verdade é que, de há uns anos para cá, tenho estado mais atenta à passagem do tempo, à demarcação do calendário e a esta história dos recomeços. E tenho presente que, mais do que resoluções de ano novo, para cada ano, mesmo sem fazer por isso, o que me vem à mente é uma palavra chave. Há dois anos foi a palavra esperança. O ano passado foi a palavra concretização. Este ano, a palavra abrandamento.
Acaba por ser interessante perceber, deste modo, as mudanças por que uma pessoa passa a nível interior e como cada fase da vida tem as suas demandas. Mais interessante ainda é perceber como isso são gritos interiores de um apelo profundo acerca daquilo que somos e como é importante ouvir e responder a esses apelos. 
Assumirmos quem somos é por demais importante. Viver de acordo com isso, é vida. Para nós e para quem nos rodeia. Não adianta fugir, isso só nos fará rodar em círculos, deixando-nos tontos e desorientados. 
Desacelerar. 
O meu anseio é viver uma vida calma, apenas com as agitações da alma que decorrem das nossas motivações interiores. Essa é a vida que vale a pena viver. Aquela que vem do mais profundo do nosso ser e que nos move em direcção ao alvo, como uma árvore que no seu tempo próprio virá a dar frutos doces e abundantes.
Vamos jogar o jogo das palavras?
Desacelerar. Coração. Família. Casa. Deus. Campo. Terra. Sol. Paz. Quietude. Sorriso. Crochet. Mãos. Trabalho. Pessoas. Cor. Mesa. Cadeira. Pano. Deus. Casa. Família. Coração. Desacelerar.



6 comentários:

  1. Olá!
    Que bom que é ler-te! E que saudades tinha de passar por aqui!
    Não conhecia esse ditado... Vamos lá ver quando virão as geadas...
    Também não sou muito de resoluções de Ano novo...

    E agora jogar às palavras... vou jogar com algumas das tuas...
    Família. Amor. Campo. Casa. Terra. Mudança. Crença. Harmonia. Tecido. Costura. Sonho. Realização. Paz.

    Beijinhos

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    1. Que palavras tão bonitas, que aconchegaram o meu coração nesta noite fria. Obrigada! Vamos a ver se amanhã vamos ver a geada... Eu também não conhecia este ditado, e adorei. E que o nosso jogo de palavras, que está no nosso coração, seja transposto para a realidade da nossa vivência diária! Beijinhos.

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  2. Uau! Que belo texto e que missão me deste! Agora, cá estou a pensar e pensar sobre tudo o que escreveste. Adorei o dito popular e também sou fã deles! Não consigo pensar numa palavra chave para o ano, mas desacelerar, não está para mim, eu acho... puxa vida! Vou continuar pensando... Feliz 2016 desacelerado!!!!

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    1. Obrigada pelos votos de um feliz 2016 desacelerado. Adorei, eheh! E se desacelerado não está para ti, então é porque não é para ti. Cada um tem de viver de acordo com o que tem no coração, livremente e com alegria. Que o vosso ano seja cheio de bênçãos! Beijos.

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  3. Que lindas imagens e que lindas palavras querida Margarida!
    Adoro ditados populares e desconhecia este.
    Beijinho enorme e bom fim de semana.

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    1. Eu também não conhecia este ditado, Catarina, e adorei. E há outros relativos a outros meses que eu também não conhecia, que partilharei a seu tempo :). Obrigada pelas tuas palavras, encheram o meu coração e ele ficou bem aconchegadinho :) Beijinhos e bom fim de semana.

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