Eu acredito que cada um de nós, independentemente da idade, estilo de vida, nível social, género, profissão, etc., tem dentro de si um dom. Talvez esteja aqui a elevar a fasquia ao chamar-lhe dom, mas creio mesmo que todos temos dentro de nós algo que gostemos de fazer e que, mesmo insignificante para a maioria, dá ao nosso coração o estatuto de dom, tal o prazer e elevação que encontramos ao fazê-lo. Aqui, as possibilidades são imensas, tão imensas como cada ser humano, único na sua capacidade de produzir algo original, ainda que tenha copiado a ideia de outro lado.
E é isso, a que eu chamo paixão, que funciona em nós como uma terapia, com poder curativo, com poder sanador e pacificador de pedaços da vida mais inquietos.
Por exemplo, pode dizer-se que as minhas maiores paixões são ler, escrever, bordar ponto cruz e fazer crochet. São aquele tipo de coisas que posso carregar para qualquer lado e ao pegar nelas, me proporcionam momentos de evasão sublime. Quantas vezes me pego no meio de uma situação complicada e de repente me vem à mente aquela manta que tenho de continuar, ou aquela leitura inspiradora que tenho de terminar, ou aquele projecto que tenho em mente executar e logo nessa hora o meu coração se dilata de doçura.
Isso acontece porque nessas alturas, nos momentos em que executamos algo que amamos, as nossas mãos têm a noção de estarem a criar o belo e algo único que vai dar um toque especial à nossa vida ou à vida de alguém. Foi o que aconteceu ao decorar esta simples garrafinha de licor ou aproveitar esta velha porta de uma coelheira para decorar o quarto. A garrafinha faz o meu orgulho ao servir uma bebida também feita por mim, a alguém amigo, arrancando exclamações bonitas relativas à rendinha aplicada. Já a porta envolveu a colocação de uma prateleira pelo homem da casa, a sua pintura pelas minhas mãos e a exposição de objectos cheios de significado para mim, de amigas do peito.
Isto move o meu coração e move a minha vida na direcção do prazer, como um refúgio no meio do caos que muitas vezes vivemos. Por isso, por muitas que sejam as dores, sejam elas físicas ou emocionais, é de todo vital seguir em frente com as nossas paixões, porque além de terapêuticas, criam sempre algo lindo.
Sim, também concordo , toda a gente nasce com algo muito positivo :)))
ResponderEliminarBasta descobrir o que é e não o esconder! Olá Carla, bem vinda :)
EliminarNão importa as dores temos que seguir e fazer o que nos dá prazer, nisso temos algo em comum.
ResponderEliminarLer, fazer crochê , tricô, Ver um bom filme , cozinhar , reunir amigas ,,,como é bom, mexer na terra então ...adoro!
Senti muito na alma qdo me obriguei a ficar 4 meses sem andar direito, sem me abaixar, em estado lastimável....mas graças a Deus há duas semanas minhas dores como em um passe de mágica sumiram , estou bem de novo, embora minha bolsa incomode um pouco , mas em Fev, me livrarei dela se Deus assim o desejar.....gosto muito de te ler., me faz bem !
belo dia pra ti! bjssss
Querida Lena, aos poucos, tudo vai melhorando, com a graça de Deus. Sabe, tenho uma pessoa bem próxima na família que também usa bolsa. Descobriu há poucos meses que vai ter de ficar com ela para sempre. Mas sabe? Apesar de ter os seus altos e baixos, ela encara tudo com muita energia positiva. Consegue até dar graças a Deus pela bolsa, porque mais vais ter a bolsa do que não ter a vida. E tenta organizar a sua vida de acordo com a situação que vive, imaginando todas as situações possíveis e arranjando alternativas para contornar os eventuais desconfortos que ocorram. Enfim, não sei o que é essa situação, mas posso tentar imaginar e admirar pessoas assim, como ela e a Lena, que enfrentam e seguem em frente. Beijos e força. Boas leituras, bons filmes, bom crochet e não tarda nada, boas sementeiras! :)
EliminarComo gosto de ler o que escreves! Os teus pensamentos vão para o papel, de um maneira tão simples e tão acolhedora! Eu diria que também tens o dom da escrita! Adoro te ler! Ah, as fotos também ficaram linda, assim como a nova prateleira! Bjinho!
ResponderEliminarPois é amiga se não fosse a bolsa , teria perdido a vida ...por isso agradeço todos os dias!
ResponderEliminarmesmo se tivesse que ficar com ela me acostumaria , tudo na vida entra nos eixos! obrigada pelo relato e força! bjssss
Querida Margarida, posso tratá-la assim? Demorei para vir até aqui para agradecer a sua visita, mas posso garantir que não foi por ser mal educada. Mas eu não sabia como retribuir o seu carinho. Não sabia como dizer que estou encantada com o uso que você faz das palavras. Como fazer você compreender que estou apaixonada por cada trabalho que sai das suas mãos habilidosas. Sinto-me abençoada por ter tido a oportunidade de conhecer você.
ResponderEliminarQuerida Beatriz, as suas palavras deixam-se sem elas. Mas posso dizer que há dias em que palavras como as suas acalentam a alma e nos ajudam a manter o propósito de caminhar em frente. Obrigada por me segurar a mão hoje :) Mil beijos.
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