quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Um outro lado de mim
Faço muitos balanços ao longo dos dias, enquanto organizo a casa, tiro aqui e ponho ali, limpo, lavo, arrumo. Recordo, vivo e antecipo. Sou uma pessoa do momento, mas não consigo deixar de ser também uma pessoa dos três tempos. E no momento, em que o que nos é sugerido é um tempo de recolhimento pelo tempo que faz lá fora, adoro estar em casa e rever o que sou.
Relembro os meus primeiros anos de vida até ao final da adolescência. Cresci entre o campo e a cidade. Cresci entre cá e lá, amando os dois e não pertencendo propriamente a nenhum, se me pedissem para decidir. Foi difícil? Nada. Quando crescemos num determinado meio ambiente, assumimos que aquela é a normalidade. E assim foi. Tirei partido de ambos os mundos, sendo eles próximos o suficiente para não ser um ajuste assim tão grande na minha forma de ser e de viver.
E hoje reparo que vivo de maneira semelhante. E dou graças a Deus por isso. Mas a verdade é que foi uma vivência atrás da qual não corri. Foi-me oferecida. E eu aceitei. E agora, passados mais de 365 dias sobre essa aceitação, tomo consciência desse facto e percebo porque me sinto a ajustar-me diariamente à minha vida; porque me sinto tão cansada... Tomar consciência disso alivia-me o fardo das interrogações. E assim posso sossegar e tomar decisões mais coerente se acertadas, de acordo com o que sou e o que quero.
Por isso é tão bom crescer e amadurecer. É um processo longo, este... Mas sempre positivo, quando de tudo se tira partido e retira o melhor.
O sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo - Winston Churchill. Deparei-me com esta frase num outdoor, vinha eu do trabalho, duma cidade distante, cansada, no final do dia. E de repente tudo fez sentido, as peças encaixaram-se e eu sorri. No meio do cansaço e do desânimo, há alguém que nos esclarece que, durante todos os tempos, muitas outras pessoas que hoje sabemos que alcançaram o sucesso, seja ele de que forma for, já chegaram a um fim de um dia de trabalho cansadas e algo as motivou a não desistirem do que sonhavam e do caminho que acreditavam ter de percorrer.
E assim é. Hoje, olhando para os mais de 365 e dias que ficaram para trás, voltando a viver entre o campo e a cidade, percebo o quanto do caminho já foi percorrido, o quanto já alcancei rumo ao alvo que desejava alcançar, o quanto foi acrescentado à minha vida. E percebo também que o meu ajuste não se deve apenas ao facto de viver entre dois mundos que adoro, mas ao turbilhão de emoções que isso me trouxe. Portanto, obrigada, Mr. Churchill. Foi bom encontrar-me com este seu pensamento. Que a sua alma descanse em paz, como eu em paz desejo viver com a minha...
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Viver um dia de cada vez e aproveitar as experiências que vivemos. Sejam elas no campo ou na cidade!
ResponderEliminar:)
Nem mais, Paula. Beijinhos e bom fim de semana.
EliminarMargarida, a minha vida é um pouco como a sua! Entre o campo e a cidade... às vezes com muito cansaço, mas sempre com a certeza de que é isso que quero! Um abraço.
ResponderEliminarPs. Já lhe disse que escreve muito bem?! Hoje estive aqui a ver posts que ainda não tinha visto:)
Que lindas as suas palavras, Manuela, emocionaram-me. Sinta-se à vontade, a "casa" é sua! Beijinhos e obrigada por me fazer ir dormir reconfortada :).
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