domingo, 27 de abril de 2014

Registo de mais um dia no campo

 
À entrada, as flores recebem-nos com cores alegres e naturais, como se pertencessem ali. Sentimo-nos em casa. É sempre bom regressar.
 
 
 
Ver o fruto do nosso trabalho é sempre bom. E sem relatos poéticos, porque o que é, está à vista, o balde de ferro centenário foi aproveitado para plantar petúnias, que nos alegram com as suas cores fortes e aroma envolvente.
 

Trabalhar a terra foi trabalho que assistiu ao Homem, desde o princípio dos tempos e conforta-me saber que isso não mudou e que nos continua a ser dada a capacidade para a trabalhar e tirar dela o melhor partido.


Entre sementeiras e colheitas, entre plantas e flores e hortícolas, vamos apreciando tudo, saboreando cada momento, vibrando com cada vitória e emocionando com a beleza, a qualidade e a fartura da terra.
 
 

Os nossos primeiros feijões neste terreno.


A nossa pereira, para fazer o prazer do meu menino, que desde bebé adora peras e pediu muito uma.


Os nossos primeiros botões de flores, cheios de promessas.


 
Entendo porque dizem que o verde é a cor da esperança. E alguém duvida?

 
Mesmo nos espinhos encontramos beleza, ensinando-nos a natureza coisas da vida. Pois é, o belo também traz dores consigo, mas o bom delas é que nos ensinam sempre algo e nos ajudam a crescer. Essa é a beleza...



E só podemos ver essa beleza olhando para cima, de onde nos vem o socorro e a capacidade para apreciar tudo o que nos chega e dar graças em tudo o que nos acomete.


Por agora é tempo de agradecer o que temos, o que nos é dado e toda esta simplicidade que nos preenche e satisfaz.


E deixo-vos com as gotas da chuva que caiu. Esta chuva que teima em não nos deixar usufruir uma Primavera em condições, mas uma chuva que me faz pensar que a água é tão necessária à nossa sobrevivência e por isso me ajuda a agradecer cada gota que cai. Porque ela cai com um propósito. Como tudo na vida.



E com esta chuva, desejo a todos uma óptima semana, cheia de fé!

 


quinta-feira, 24 de abril de 2014

Há mudanças que só fazem bem


Com os dias maiores, a visão alarga-se, o pensamento toma um rumo mais fresco e os horizontes espraiam-se em projectos para concretizar. Assim como é para fora, também é para dentro.


E dentro, é começar a lavar as paredes com lixívia, na esperança de que a chuva teimosa não volte a escurecê-las, pelo menos até ao próximo Inverno.


E enquanto se lava, também se limpa, esfrega, perfuma, muda-se tudo de sítio, arranjam-se sítios novos para os velhos objectos e tudo se renova. O velho volta a parecer novo e a alma revigora-se diante de petúnias frescas ao ar da varanda do 3º andar. A visão é alegre, e o coração ri.


Que bom seria poder viver sempre assim, do belo e para o belo. Ou talvez não fosse assim tão bom, porque dessa forma não o apreciaríamos devidamente... É bom assim como é. Aproveitamos os momentos belos que podemos e apoderamo-nos deles para os eternizarmos nos momentos mais cinzentos...

terça-feira, 22 de abril de 2014

domingo, 20 de abril de 2014

Páscoa Feliz


Neste dia celebramos a ressurreição de Jesus, depois de termos lembrado a sua morte na cruz.


Jesus morreu para viver hoje em nós e com essa vida nos dar um novo sentido para caminhar e uma nova esperança.


O meu desejo é que cada um possa sentir a presença de amor que Ele nos deixou e que ela possa ser a bússola de todos os dias que nos guia pelo caminho certo, sem a necessidade de andarmos em círculos.


Daqui do meu pedacinho do céu, desejo que o céu permaneça em vós e que ninguém fique surpreendido por descobrir que Jesus está vivo. Porque isso não é um sonho, é realidade! Uma Páscoa Feliz para todos.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Tarde de agricultura e descobertas


Este foi dia de pôr a fé em prática, mais uma vez, depositando o produto na terra e confiando que a água vai surgir quando for necessária para o fazer vingar, mesmo que neste momento esse recurso seja escasso.


O apelo da terra é mais forte que o medo, portanto a fé venceu e pus mãos à enxada e o meu padeiro agricultor, mesmo lesionado, pôs mãos à pá.


Fizemos buracos na terra, tudo numa base experimental e muito primária devido à falta das ferramentas necessárias. Mas não fizeram falta. A ideia era mesmo abrir um buraquito para ver o que a terra é capaz de dar. Abrimos nove, onde foram colocadas batatas, tomateiros, e semente de beterraba.


Também no interior se fez a multiplicação da beleza. Nunca resisto às flores do campo!


Enquanto imagino o que será este caminho que conduz à estrada daqui a uns tempos. Quem o viu e quem o vê...


Começou por ser mato cerrado. Foi desbravado pelo meu padeiro agricultor, limpo e delineado com pedras.


Depois vieram as primeiras plantas para o ladear. Tudo sem gastar dinheiro. Plantas daqui e dacolá, trazidas de casa e de pessoas amigas, e assim se foi construindo o caminho. Por enquanto é um caminho de plantas a tentarem vingar e canas para avisar que ali não se pode pisar. O que será daqui a um tempo, quando os malmequeres, roseiras, sardinheiras, brincos de princesa etc. começarem a florir?! Este é um processo tão bonito, da espera que se faz sem pressa e com anseio feliz.


Enquanto trabalhamos, reparamos nos patos bravos que nos sobrevoam e pousam no charco ali ao lado. Fomos lá espreitar.


Avistámo-los a descansar. Claro, dois adultos e uma criança espantam qualquer um, e a família pôs-se à água, quá quá, vamos fugir daqui, que não sabemos quem eles são.


E num charco há sempre um fervilhar de vida linda. São os "helicópteros", as rãs que saltam à nossa passagem e coaxam ao fim do dia, e sei lá que mais. Perco-me a admirar tudo como se fosse a primeira vez. E de certa forma, é mesmo...


Dizemos adeus aos patinhos que nos alegraram com a sua presença, e na volta do caminho descobri flores lindas, nascidas assim à beira do caminho. Suspeito que Deus anda por aí a semear presentes só pra mim, pra me fazer feliz!





Chegados do charco fomos para a hora do lanche, hora sempre reconfortante, embora desta vez o chá não tivesse açúcar!


Não faz mal. Fica a memória de uma tarde muito bem passada, cheia de emoções e de actividades. E o que fica gravado, é sempre o mais importante.
 

terça-feira, 8 de abril de 2014

Tornando a vida mais bela


Há dias mornos no coração, em que apetece mexer as mãos e criar com a alma. Há dias em que, distraída entre os afazeres do dia a dia, me escapo para a criação de objectos sem valor mas com história para mim. Basta pegar num copo, num pedaço de estopa, numa renda, num fio e numa chave velha e fica pronta uma jarra.
 

Uma caixa de costura de madeira em cor natural fica transformada com uma cor azul e forrada por dentro com papel autocolante.


 
A moldura de um espelho velho. Retira-se o espelho, pinta-se de uma cor bem alegre e com uns elásticos está montado um estendal para exibir preciosidades.
 

E aproveitar as mudanças da vida para dar cara nova a velhos sítios. Tudo se aproveita, tudo é velho, mas tudo tem uma função.
Nada disto é especial em si, mas sem dúvida que faz os meus dias especiais. Mudar, limpar, arejar, lavar, colorir, criar, arranjar, reciclar, verbos que dão vida a uma casa e a uma vida. Talvez seja este o significado da Primavera, talvez seja este o significado que queira imprimir à minha existência... Por enquanto estou feliz.

domingo, 6 de abril de 2014

Do fim de semana


O sol espreita tímido, mas a mim não me intimida. Sei esperar por ele, com alguma paciência. Sei que ele vai voltar um dia, para ficar por um bom tempo. Enquanto isso, e enquanto ele não fica para secar a terra ensopada para que as flores plantadas possam vingar, vou apanhando as que o campo dá.


Adoro as flores do campo. Adoro caminhar por entre os caminhos molhados, e trazer as cores que a terra dá com alegria para dentro de casa.


Sabe-me tão bem encher de encanto este recanto! É isto que me enche a alma, quando ela se encontra pequena em dias cinzentos.


Sem crescimento não há dor e o autoconhecimento é um caminho demorado e muitas vezes penoso. Encontrar o equilíbrio não é fácil, tomar as decisões certas é nebuloso, ser um pilar quando se está em pedaços pode ser desestruturante.


Não sei se o conseguirei sozinha ou se precisarei de ajuda nesse processo. Se precisar, quando pedi-la e onde encontra-la? Questões e mais questões e tão poucas respostas, por enquanto...


Caminho ainda há muito por desbravar. Vai indo aos poucos. Conforme se pode e se tem força. Confiando em Deus, olhando para dentro e agarrando a mão do próximo. Chegaremos lá! Foi o que retirei deste fim de semana, por isso foi um fim de semana bom.